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Os saberes docentes para o ensino da oralidade: o que sabem os professores e como compreendem as atividades propostas pelos livros didáticos de língua portuguesa?

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Previous issue date: 2012 / Nesta pesquisa investigamos os saberes docentes para o ensino da oralidade, com vistas
a compreender como três professoras do ensino fundamental (3º ao 5º ano), concebiam
o oral enquanto objeto de ensino-aprendizagem e a ver quais saberes as docentes
mobilizavam ao analisar atividades orais propostas por livros didáticos de língua
portuguesa. O problema de pesquisa estruturou-se na compreensão de que embora o
ensino da oralidade seja obrigatório nas escolas brasileiras, permanece incipiente nas
pesquisas acadêmicas e pouco presente no que concerne às investigações a respeito dos
saberes docentes para o seu ensino. Este cenário resulta na baixa visibilidade ofertada ao
eixo da oralidade nas diferentes esferas de produção do saber e gera consequências para
a formação docente, como o pouco conhecimento sobre a efetivação de um processo de
didatização do oral. Em nossa hipótese, partimos da ideia de que os professores, embora
conheçam a necessidade de se ensinar a oralidade, mobilizam para esse ensino saberes
atrelados a outros eixos didáticos, possivelmente em virtude da pouca compreensão
sobre o que deve ser ensinado-aprendido sobre o oral. Diante da configuração do nosso
objeto de estudo, tomamos como referência a compreensão Bakhtiniana de língua, as
propostas de didatização de Schneuwly e Dolz (2004) e Ferraz, Costa-Maciel e Barbosa
(no prelo), assim como as teorizações de Marcuschi (2005); Dionísio (2005);
Cavalcante e Melo (2006) e Elias et. al (2011). Entre as discussões a respeito dos
saberes docentes, aportamo-nos em Freire (1996); Pimenta (2002); Therrien (2002);
Gauthier et al. (1998); Tardif (2002); Charlot (2000), dentre outros. Com vistas a
alcançarmos os objetivos da investigação, elegemos 11 (onze) categorias analíticas a
partir de uma base metodológica qualitativa e com a utilização das técnicas da análise
de conteúdo de Bardin (1995). Os pilares analíticos envolveram a entrevista com três
sujeitos e a análise por eles de protocolos de atividades cujo foco da discussão envolvia
o trato com aspectos da oralidade. Nossos resultados evidenciaram que, no âmbito dos
sujeitos investigados, existem lacunas na definição do que é concebido como trabalho
com a oralidade, visto que a compreensão transita entre saberes ligados a atividades de
interação oral e proposições que consistem em servir de preâmbulo para atividades de
natureza escrita. A mobilização desses saberes é fruto das experiências das professoras
com o seu grupo sala (saber experiencial), fator determinante para a definição do que os
alunos devem aprender sobre a oralidade. Vimos que esse pretenso ensino, por vezes,
estaria sendo direcionado para campos de maior tradição no espaço escolar, a saber, a
leitura, a produção etc., o que pode representar um maior domínio sobre esses eixos nas
práticas das professoras investigadas. Essa postura também pode ser justificada pelas
queixas apresentadas por elas em relação à sua formação nos níveis médio e superior; e,
em sua maioria, à formação em serviço, que não lhes proporcionou suporte teóricometodológico
para esse ensino. Na análise das atividades, destacam-se alguns pontos
que dizem respeito à variação dialetal, dimensão enxergada pelas professoras sempre do
ponto de vista da normatividade; e à teoria dos gêneros, que aparece com certo domínio
em suas falas. Em síntese, percebemos que a oralidade necessita ser melhor
compreendida no âmbito do seu ensino e que, por conseguinte, há ainda necessidade de
investimento em formações, em diferentes níveis, a fim de assegurar o acesso a
propostas que efetivamente ajudem aos professores que atuam na área de língua
portuguesa a compreenderem o processo de didatização do oral

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/4219
Date31 January 2012
CreatorsMACIEL, Débora Amorim Gomes da Costa
ContributorsBARBOSA, Maria Lucia Ferreira de Figueiredo
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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