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Uma questão de consequencias: a elaboração da proposta metodológica de Skinner

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Previous issue date: 1995-05-16 / A partir da comparação da produção de Skinner nas décadas de 30 e de 80, busca-se
identificar as propostas metodológicas que orientam o sistema explicativo skinneriano nestes
períodos, destacando sua concepção em relação à ciência, ao papel do pesquisador, aos
procedimentos adotados para a produção de conhecimento, bem como a concepção skinneriana em
relação a seu objeto de estudo - o comportamento. Argumenta-se que mudanças nas propostas de
Skinner estão relacionadas à substituição do modelo de ciência adotado para a ciência do
comportamento. Na década de 30 o modelo de ciência que orienta Skinner é o das ciências fisicoquímicas,
enquanto que na década de 80 é o das ciências biológicas.
Ao estabelecer seu programa de pesquisa para a análise do comportamento, Skinner propõe
um sistema explicativo que de certos pontos de vista se afasta do mecanicismo. Em 1931, Skinner
adota supostos que orientam sua ciência e a definição da unidade de estudo dessa ciência que são
semelhantes aos critérios adotados por pensadores como Mach e Bridgman, que combatiam o
mecanicismo com propostas de uma nova concepção do objeto de estudo científico e de sua
determinação. A adoção por Skinner do conceito de reflexo - definido como correlação observada
entre estímulo e resposta -como unidade de estudo da ciência do comportamento, em 1931, revela
este afastamento do mecanicismo, mas a própria noção de reflexo mantém o suposto mecanicista
de um estímulo eliciadorna descrição da relação que o organismo estabelece com o ambiente. Em
1937, ao postular a noção de comportamento operante - um tipo de relação organismo-ambiente
em que o ambiente não opera como estímulo que provoca a resposta, mas uma relação em que o
ambiente opera a partir das consequências produzidas pela resposta, Skinner a um só tempo se
afasta ainda mais do mecanicismo e afirma uma relação entre organismo e ambiente em que o
organismoao se comportar é visto como produtor de mudanças ambientais.
Na década de 80, encontra-se um novo modelo de ciência orientando a explicação de
Skinner do comportamento - o modelo das ciências biológicas, baseado nos supostos da teoria de
evolução por seleção natural de Darwin. O comportamento é explicado por uma nova noção da
causalidade específica dos organismos vivos - a noção de seleção por consequências que opera
sobre o comportamento humano em três níveis: filogenético, ontogenético e cultural. Skinner
fundamenta sua explicação do comportamento em dois supostos da teoria da evolução: variação e
seleção. O ambiente opera sobre o comportamento, selecionando-o a partir de suas consequências.
Como em Darwin, a variabilidade torna-se condição necessária para a sobrevivência. Com este
princípio causal, Skinner supera o mecanicismo e o finalismo na explicação do comportamento
humano. Variabilidade e seleção tomam-se supostos importantes também para a discussão do papel
e dos determinantes do comportamento do cientista. A produção de variabilidade se estabelece
como papel da ciência que, como qualquer comportamento, é selecionada a partir de suas
conseqüências. A noção de controle é entendida como planejamento de novas contingências que se
estabelecem como variações que devem se submeter à seleção

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/17329
Date16 May 1995
CreatorsMicheletto, Nilza
ContributorsGuedes, Maria do Carmo
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social, PUC-SP, BR, Psicologia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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