O período do climatério tem sido objeto de estudo há muitos anos. Nesta fase, as mulheres apresentam alterações clínicas e endocrinológicas que podem interferir na qualidade de vida. Os estudos transversais de base populacional são geralmente empregados para planejamentos na área da saúde, podendo eventualmente auxiliar na determinacão de metas terapêuticas. O presente estudo teve como objetivo principal determinar a prevalência de sintomas relacionados ao período do climatério pré e perimenopáusico e associá-los a variáveis clínicas, hormonais e ultra-sonográficas. A amostra estudada compreendeu 302 mulheres selecionadas aleatoriamente, moradoras do perímetro urbano da cidade de Passo Fundo, com idade entre 35 a 55 anos e que tivessem menstruado pelo menos uma vez nos últimos 12 meses. Realizou-se entrevista com 298 mulheres, em 142 coletaram-se amostras de sangue para dosagens hormonais e em 138 efetuou-se exame ultra-sonográfico pélvico. A prevalência de fogachos foi de 29,5%, de sudorese noturna 18,8%, e de vagina seca, 20,7%. A prevalência de irritabifidade foi 64,6%, nervosismo 64,3%, cansaço 64,1 %, diminuição da memória 58,1%, cefaléia 57,0%, depressão 43,8%, tontura 43,6% e insônia 38,7%. Observouse que mulheres com risco para distúrbios psiquiátricos menores apresentavam mais sintomas climatéricos. Os sintomas climatéricos, avaliados de forma isolada ou através do índice climatérico modificado de Kupperman e Blatt, não se associaram aos níveis de estradiol, FSH e LH, porém associaram-se com idade. Mulheres com idade 48 anos apresentaram mais sintomas do que as mulheres com idade <48 anos (p<0,05). Apesar da prevalência de sintomas cfimatéricos ser a mesma para usuárias ou não-usuárias de ACO, o uso deste reduziu significativamente a prevalência de distúrbios menstruais. A prevalência de distúrbios menstruais na amostra de mulheres isentas de uso de hormônios (n=201) foi de 44,3% e para as usuárias de ACO foi de 17,5%. Entre as mulheres com distúrbios menstruais e isentas de uso de ACO, 20,3% apresentaram alterações da textura miometrial que poderiam justificar o sangramento. Da amostra total de mulheres, 21 ,3% apresentavam sangramento irregular proveniente de alterações hormonais características deste período e poderiam ser classificadas como perimenopáusicas. As mulheres com idade >/40 anos e >/45 anos apresentaram, respectivamente, níveis mais altos de FSH (p<0,003) e mais baixos de E2 (0<0,01 ). Mulheres com ciclos oligo-amenorreicos apresentaram endométrios mais delgados (p<0,01) e níveis baixos de E2 (p<0,01) e altos de FSH (p<0,001) comparadas ás mulheres com ciclos menstruais regulares. Desta forma, sugere-se que mulheres que apresentem oligoamenorréia no período pré-menopausa possam ser candidatas para reposição hormonal. / The period of the climaterium has been studied for many years. In this period the women presented clinicai and endocrinology changes which may modify their quality of life. The cross-sectional population based studies are generally used for health planning, with the possibility to contribute to the determination of therapeutical goals. The main objective of the present study was to determine the prevalence of symptoms related to the premenopause climacteric period and associate them to clinicai, hormonal and ultrasonographic variables. We studied a random sample of 302 women who lived in the urban area of Passo Fundo. These women were 35 to 55 years old and have had at least one menstruation in the last 12 months. An interview was dane with 298 women; in 142 of them blood samples were drawn for hormonal measurements and in 138 an ultrasonographic pelvic examination was performed. The prevalence of hot flushes was 29,5%, of night sweating 18,8% and of dry vagina 20,7%. The prevalence of irritability was 64,6%, nervousness 64,3%, tiredness 64,1 %, decreasing memory 58,1 %, headaches 57,0%, depression 43,8%, dizziness 43,6% and insomnia 38, 7%. lt was observed that women with a risk of minar psychiatric disturbances show more climacteric symptoms. The climacteric symptoms alone or evaluated by the climacteric index modified by Kupperman and Blatt, were not associated with the leveis of estradiol, FSH and LH. Nevertheless, they were associated with age. Women over 48 years showed more symptoms than women under 48 years (p<O,OS). Although the prevalence of climacteric symptoms was the same for users or non-users of oral hormonal contraceptives (OHC), its use did reduce the prevalence of menstrual disturbances significantly. The prevalence of menstrual disturbances in the sample of the non-users of hormones (n=201) was 44,3% and for the users, 17,5%. Among the women with menstrual disturbances, 20,3% showed changes in the miometrial texture which could explain the bleeding. In the total sample of ali the women, 21 ,3% had irregular bleeding due to hormonal changes, which are considered features of the climacteric period and could be classified as perimenopausic. The women at the age of 40 and 45 had, respectively, higher leveis of FSH (p<0,003) and lower leveis of E2 (0<0,01). Oligoamenorrheic women showed thinner endometrium (p<0,01), lower leveis of E2 (p<0,01) and higher leveis of FSH (p<0,001), compared to women with regular menstrual cycles. This suggests that women who present oligo-amenorrhea in the premenopause may be candidates for hormonal reposition.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/164216 |
Date | January 1999 |
Creators | Oppermann-Lisboa, Karen |
Contributors | Spritzer, Poli Mara, Fuchs, Sandra Cristina Pereira Costa |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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