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Distribuição vegetal ao longo dos gradientes ambientais de um estuário irregular

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Previous issue date: 2011-03-03 / Universidade Federal de Sao Carlos / Estuário é o ambiente de mistura da água doce de um rio à água salgada vinda de um
mar ou oceano. Quando essa ligação é permanente (estuários regulares), essa mistura acontece
ininterruptamente, estando assim intimamente relacionada aos ciclos da maré. Em alguns estuários a
conexão com o oceano é selada por uma barra de areia (estuários irregulares). Nesses casos, a
mistura das águas só acontece quando essa barra se rompe, e a influência da maré é limitada. Assim,
os estuários apresentam um gradiente ambiental que vai desde condições muito próximas às fluviais
até quase marinhas. Nesse gradiente, a salinidade e os ciclos de alagamento são os fatores abióticos
mais importantes para a distribuição das comunidades vegetais. A maioria dos estudos relacionados
à distribuição vegetal em estuários foi realizada em médias e altas latitudes do Hemisfério Norte.
Esses estudos apontam para uma demanda conflitante entre tolerância aos estresses ambientais e
habilidades competitivas. Estuários irregulares tropicais são sob muitos aspectos diferentes, e não se
sabe até que ponto as informações obtidas nos estuários regulares do Hemisfério Norte possam ser
extrapoladas para os ambientes tropicais irregulares. O estuário do Rio Massaguaçu, onde esse
trabalho foi realizado, é um estuário irregular. Sua barra se abre várias vezes por ano, em intervalos
irregulares. O tempo em que a barra permanece aberta também é imprevisível, podendo durar desde
um ciclo de maré até mais de 15 dias. Este trabalho é composto de cinco capítulos desenhados para
responder questões relacionadas aos padrões e mecanismos que regem a distribuição vegetal no
estuário do Rio Massaguaçu. No primeiro, criamos modelos hidrológicos para diferentes níveis da
água do estuário no momento da abertura da barra e a partir deles propusemos possíves cenários de
distribuição vegetal. No segundo, determinamos os padrões de distribuição vegetal ao longo dos
gradientes ambientais, e demonstramos que a importância do ambiente para a distribuição das
plantas diminui junto com a salinidade, e que existe uma co-ocorrência de espécies mais intensa em
trechos intermediários do gradiente. No terceiro calculamos a diversidade funcional do ambiente e
mostramos que o alagamento é o principal fator abiótico na sua determinação. No quarto trabalho,
apresentamos a auto-ecologia de Crinum americanum L., que é a espécie dominante no estuário. No
quinto, mostramos como a espécie Ludwigia octovalvis (Jacq.) P.H.Raven responde a diferentes
tempos de alagamento e como essa resposta está relacionada com a sua distribuição temporal e
espacial no estuário. Estuários tropicais irregulares são ambientes pouco estudados e, embora cada
um desses trabalhos tenha contribuído para nossa compreensão sobre o Estuário do Rio
Massaguaçu, é importante que estudos desse tipo sejam replicados em outros estuários para que
possamos entender os processos nesse tipo de ambiente.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufscar.br:ufscar/1745
Date03 March 2011
CreatorsRibeiro, José Pedro Nepomuceno
ContributorsLima, Maria Inês Salgueiro
PublisherUniversidade Federal de São Carlos, Programa de Pós-graduação em Ecologia e Recursos Naturais, UFSCar, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSCAR, instname:Universidade Federal de São Carlos, instacron:UFSCAR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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