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Recomendações e prescrições para cuidados de saúde no pós-alta: a investigação de um programa educativo a pacientes cardiopatas sob uma perspectiva interacional

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Previous issue date: 2016-02-26 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / FAPERGS - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul / Esta tese resultou da investigação sobre o programa educacional para boas práticas de saúde que um hospital da rede privada localizado no sul do Brasil, nomeado na tese como Maxcárdio, realiza com portadores/as de Síndrome Coronariana Aguda e Insuficiência Cardíaca Congestiva. Adotou-se o aparato teórico – metodológico da Análise da Conversa (SACKS, 1992; SACKS; SCHEGLOFF; JEFFERSON, 1974) para analisar 25 interações ocorridas entre pacientes e profissionais médicos/as e não médicos/as – enfermeiros/as, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos/as – integrantes da equipe multidisciplinar responsável pelas orientações aos/às pacientes. As interações foram gravadas em áudio e em vídeo e transcritas segundo Jefferson (1974). Os objetivos da tese foram: (a) verificar como os/as profissionais de saúde responsáveis pela efetuação do programa educacional recomendam ou prescrevem boas práticas de saúde no turno a turno de modo a discutir quais maneiras de falar mostram-se mais (potencialmente) particularizadas ou generalizadas em relação às necessidades demonstradas (ou não) pelos/as pacientes na interação e, a partir dessa discussão, apontar tendências de (não) adesão aos autocuidados recomendados ou prescritos por parte dos/as pacientes; (b) apresentar um percurso empírico representativo do programa educacional concernente à maneira como os/as participantes negociam, no turno a turno, direitos e obrigações de saber (domínio epistêmico) e de dizer (domínio deôntico) (HERITAGE, 2012; STEVANOVIC, 2011) o que (não) pode e/ou (não) dever ser feito em termos de boas práticas de saúde e, assim, discutir as implicações interacionais e práticas relacionadas às negociações entre os/as participantes em torno de direitos e obrigações de recomendar ou prescrever boas práticas de saúde; (c) discutir os modos de organização de prestação de serviço de orientação para boas práticas de saúde à luz do princípio da integralidade (BRASIL, 1998; MATTOS, 2005a). No que toca às maneiras de falar dos/as profissionais verificou-se que a particularização tende a ocorrer quando os/as profissionais instauram cursos de ação de modo a: (a) (tentar) remover empecilhos ao aceite do/a paciente à recomendação em favor de alguma boa prática de saúde; (b) desviar da ação de prover informações contidas nos manuais de boas práticas de saúde dos programas e demonstrar conhecimento sobre aspectos peculiares ao estado de saúde do/a enfermo/a; (c) justificar a indicação para a adoção de certa medida de cuidado de saúde. No que se refere à maneira como profissionais e pacientes negociam domínios epistêmicos e deônticos, observou-se que: (a) os/as profissionais não médicos/as colocam-se na posição de alguém com direitos e obrigações de saber e de dizer como pacientes devem controlar seu quadro de saúde; (b) os/as pacientes não ratificam os direitos e obrigações desses/as especialistas não médicos/as de saberem e poderem dizer-lhes como proceder no pós-alta; (c) os/as profissionais médicos/as abordam boas práticas de saúde em turnos de fala em formato de lista, o que conflita com a expectativa dos/as pacientes de discutir tais tópicos de maneira pormenorizada. Por fim, apurou-se que o modo de organização de prestação de serviço de orientação a pacientes que participam do programa Maxcárdio aproxima-se de ações assistenciais integrais (AYRES, 2004) à medida que os/as profissionais produzem falas capazes de estabelecer uma sequência de demonstração de necessidade de orientação a partir de solicitações de informações sobre se e como o/a paciente cuida de sua saúde. A contribuição teórica desta tese traduz-se na proposta de inclusão do aspecto modo de organização sequencial de tópico na descrição do princípio de fala ajustada (SACKS, 1992; SACKS; SCHEGLOFF; JEFFERSON, 1974). O modo como as sequências de tópicos são organizadas na interação mostra-se relevante para o grau de particularização que as falas dos/as interlocutores podem alcançar na conversa. Em termos aplicados, visto que ofertar recomendações ou prescrições ajustadas às necessidades dos/as pacientes interlocutores/as locais implicar saber se e como os/as doentes controlam seu estado de saúde, sugere-se que se parta da ação de solicitar informações acerca das experiências de sucesso e das dificuldades que os/as pacientes encontram para cuidar da saúde para, então, ter material interacional para orientá-los/as de forma particularizada. / This dissertation resulted from the investigation of educational programs into good health practices that a private hospital located in the South of Brazil accomplishes with Acute Coronary Syndrome and Congestive Heart Failure patients. Conversation Analysis theoretical and methodological approach (SACKS, 1992; SACKS, SCHEGLOFF, JEFFERSON, 1974) has been adopted to analyze 25 interactions occurred between patients and medical doctors or other health providers – nurses, nutritionists, physiotherapists and psychologists – members of the multidisciplinary team responsible for the patients’ orientation. Interactions were audio and video recorded and transcribed according to Jefferson (1984). The present dissertation aimed to: (a) verify how the health professional responsible for accomplishing the educational program recommend or prescribe good health practices in the turn by turn of the interaction so as to discuss which ways of talking appear to be more (potentially) particularized or generalized in relation to patients` (not) displayed needs in the interaction and, from such discussion, to point out tendencies of (non) adherence to good practices recommended or prescribed by patients; (b) present an empirical trajectory representative of the educational program concerning the ways participants negotiate, in the interaction turn-by-turn, rights and obligation of knowing (epistemic domain) and saying (deontic domain) (HERITAGE, 2012; STEVANOVIC, 2011) what can (not) and/or must (not) be done in terms of good health practices so as to discuss the interaction and practical implication related to the negotiation around rights and obligations of recommending or prescribing good health practices; (c) discuss the ways of organizing provision of orientation to good health practices in the light of principle of integrality (BRASIL, 1998; MATTOS, 2005a). Regarding more or less particularized ways of talking concerning patients’ orientation needs, it has been verified that the professional members’ talk appear to be more particularized in situations in which they implement courses of action in such a way as to: (a) (try to) remove obstacles so that patients may accept professional members’ recommendations in favor of good health practices; (b) deviate from the action of providing information included in the manuals of good health practices of the programs and display knowledge regarding patients’ peculiar health conditions; (c) justify the indication of certain good health practice. In relation of the ways professional members and patients negotiate epistemic and deontic domains, it has been observed that: (a) non-medical members assume the position of someone who has rights and obligations of knowing and saying how patients must control their health conditions; (b) patients do not ratify these professionals’ rights and obligations of knowing and saying how they should proceed in the post-discharge; (c) medical doctors talk about good heath practices by list-formatting their turns at talk, which conflicts with patients’ expectations of discussing these topics in a minutely detailed way. In the third one, a comparing analysis between two interactions has been done. Finally, it has been verified that the way of organizing service of orientation to patients approximate integral assistance actions (AYRES, 2004) insofar as professional members produce talk capable of establish a demonstration sequence of orientation need from information solicitation concerning if and how the patient takes care of their health. The theoretical contribution of this dissertation may be translated into the proposal of including the aspect topic sequential organization mode in the description of the principle of recipiency-designed (SACKS, 1992; SACKS; SCHEGLOFF; JEFFERSON, 1974). The way topical sequences are organized in the interaction displays relevance to the degree of particularization interlocutors’ talk may reach. In terms of applicability, as providing recipient-designed recommendations or prescriptions to situated interlocutors’ needs implicates knowing if and how patients control their health conditions, we suggest that professional members depart from the action of soliciting information regarding patients’ successful and failed experiences and their difficulties in heath-caring so that interactional material may be generated and patients’ orientation may be done in a particularized way.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/5267
Date26 February 2016
CreatorsAndrade, Daniela Negraes Pinheiro
Contributorshttp://lattes.cnpq.br/8555609827722273, Ostermann, Ana Cristina
PublisherUniversidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada, Unisinos, Brasil, Escola da Indústria Criativa
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UNISINOS, instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos, instacron:UNISINOS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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