[pt] A partir de uma constatação intuitiva de que a busca exaustiva por atribuição de sentido na arquitetura encontrou no pós-modernismo, certo esgotamento instrumental, o trabalho investiga o conceito de presença na arquitetura segundo o debate estabelecido entre Peter Eisenman e Kenneth Frampton no âmbito da teoria arquitetônica a partir da década de 1970. Os estudos sobre a tectônica e o regionalismo crítico de Frampton, como crítica à supremacia do cenográfico na sociedade do espetáculo em detrimento da experiência do corpo sensível, bem como a pesquisa sobre uma noção do abrigo originário na historiografia arquitetônica de Joseph Rykwert, oferecem um possível caminho de reafirmação da presença conforme definido por Hans Ulrich Gumbrecht: isto é, o reconhecimento da arquitetura como uma certa
poética da construção, inserida no seio de uma determinada cultura construtiva, dentro de uma visão antropológica que toma o corpo e o espaço como dimensões ontológicas do homem no seu meio. A arquitetura é plasmada em meio ao céu e a terra, onde o homem constrói seu habitar, suspensa entre um
desejo inerente e oscilante de alçar voo e de afundar na terra, fruto de uma busca pela casa arquetípica transmitida pela tradição na relação ritual deste homem com sua cosmologia. Esta discussão teórica estabelece as bases conceituais para uma análise crítica de obras de Lucio Costa, Lina Bo Bardi e
Paulo Mendes da Rocha, em que se identifica, cada qual à sua maneira, uma certa noção de abrigo que transcende o tempo histórico em busca de um espaço mítico do construir, do habitar e do pensar. Arquiteturas em que tradição e modernidade, memória e imaginação, corpo e pensamento, peso e leveza são reunidos num eterno presente. / [en] From an intuitive realization that the exhaustive search for meaning in architecture has reached, in post-modernism, an instrumental fatigue, the work sets to investigate the concept of presence in architecture according to the debate established between Peter Eisenman and Kenneth Frampton in the field of architectural starting in the 1970 s. Frampton s studies about tectonics and critical regionalism, as a critical review of the supremacy of the scenographic in the society of the spectacle in detriment of the experience of the sensitive body, as well as Joseph Rykwert s research on the notion of the primitive shelter in
the architectural historiography, offer a possible path to reaffirm presence as defined by Hans Ulrich Gumbrecht: that is, the acknowledgement of architecture as a certain poetics of building, embedded with a specific constructive culture, within an anthropological view which takes body and space as ontological
dimensions of man and his environment. Architecture is molded between sky and earth, where man builds his dwelling, suspended between an inherent and oscillating desire to take flight and to sink in the ground, produce of a search for an archetypal house transmitted by tradition in the ritual relation of this man with
his cosmology. The theoretical discussion establishes the conceptual basis for the critical analysis of works by Lucio Costa, Lina Bo Bardi, and Paulo Mendes da Rocha, in which one could identify, each in its own manner, a certain notion of shelter that transcends the historic time in search of a mythical space of
building, dwelling, and thinking. Architectures in which tradition and modernity, memory and imagination, body and thought, heaviness and lightness are reunited in an eternal present.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:33781 |
Date | 03 May 2018 |
Creators | ADRIANO ANDRADE C DE MENDONCA |
Contributors | JOAO MASAO KAMITA |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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