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"Sobre o tempo: elogio à instituição negada" / "About time: compliments to a denied institution"

Trata-se de um estudo de natureza exploratória descritiva, com abordagem qualitativa. O arcabouço teórico que subsidiou a construção dos pressupostos e a análise dos resultados foram problematizações da Nova História francesa, aliadas às contribuições da fenomenologia sobre o tempo vivido, visando à exploração histórica e à compreensão do fenômeno estudado. Quanto às técnicas ou procedimentos de pesquisa, utilizamos a história oral temática acerca do tempo no hospital psiquiátrico através da questão norteadora: “Como você registra o tempo aqui no Hospital?” e suas correlatas, “Há quanto tempo você está no Hospital?”, “Como você passa o dia no Hospital?”. Objetivamos investigar as estruturas de sustentação temporal de pacientes psiquiátricos indigentes, com história de mais de vinte anos de internação em manicômio, que não dispunham de calendários e/ou relógios, assim como, relacionarmos tais estruturas às práticas e aos agentes da cultura manicomial e relacionarmos a negação do tempo no hospital psiquiátrico tradicional à possibilidade de acesso ventilada pela transformação dos serviços de atenção em saúde mental (a instituição negada/inventada). Os resultados encontrados apontam para a predominância de um tempo que, embora “morto”, se impõe na ausência de conectores convencionais (calendário e relógio), através de nostalgia, silêncio eloqüente, um distanciamento que oscila entre uma imediata justificação ou “aversão” ao tema. Os sujeitos da pesquisa denunciam uma temporalidade interceptada, uma “presença faltante” marcada pela vivência institucional, mas também por resquícios de um passado pessoal, onde o porvir, hoje, propugnado pela atenção psicossocial exige o “re-aprendizado” das formas de lidar com os mecanismos temporais que caracterizam a passagem do tempo na sociedade extramuro. / This is an exploratory-descriptive study using a qualitative approach. The framework that based the construction of hypothesis and results analysis were the contributions of French New History and phenomenology, enabling a history exploration and the understanding of the studied phenomenon. With respect to the research techniques and procedures, the author used oral history to analyze time at a psychiatric hospital through the guiding question: “ How do you feel time at the hospital?” and others related questions such as “How long have you been here?” , “How is your day at the hospital?”. The aim of this study was to investigate the structures that base time to psychiatric patients with a history of more than twenty years of hospitalization, who did not have calendars and/or watches, as well as to relate these structures to practices, to the traditional hospital culture of denying time and to the possibility of access and changes in mental health services (from denied to an invented institution). The results point out the predominance of time, that although “dead”, is present even with the lack of conventional connectors (calendars and watches), through nostalgia, eloquent silence, a distance that oscillates from an immediate justification to an “aversion” regarding the theme. The subjects of this research denounced an interrupted temporality, a “lack” marked by their institutional experiences but also with elements of their past, in which tomorrow and today, that are the basis of psychosocial care require the re-learning of coping ways with temporal mechanisms that characterize time flow in outdoors society.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-04082006-160226
Date10 May 2006
CreatorsJacileide Guimarães
ContributorsToyoko Saeki, Maria Cecilia Puntel de Almeida, Paulo Duarte de Carvalho Amarante, Marina Massimi, Cléa Regina de Oliveira Ribeiro
PublisherUniversidade de São Paulo, Enfermagem Psiquiática, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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