Estudos mostram que vivemos uma crise socioambiental sem precedentes. Apesar de ser considerada uma crise sistêmica, a agricultura convencional progride, constituindo uma das atividades que mais contribui para os impactos negativos tanto ambientais como sociais da atualidade. No mundo, as relações socioeconômicas estão estabelecidas segundo uma ordem de valores, na qual justificações mercantis e industriais possuem uma grande aceitação e legitimidade. A economia é considerada, para alguns autores, como o coração das ações humanas. No entanto, tal ordenamento fundado em justiça industrial-mercantil impacta negativamente diversas dimensões da vida em sociedade. Neste quadro, movimentos de contestação desta ordem emergem buscando legitimidade com vistas à profundas transformações sociais e ambientais. É assim que ocorre a multiplicação das CSAs (Comunidade que Sustenta a Agricultura), representando uma experiência inovadora de associativismo, aproximando consumidores e agricultores. Seu crescimento é exponencial no Brasil e no mundo. Trata-se de uma perspectiva de busca de uma nova estrutura de relação socioeconômica com a agricultura familiar, pautadas em princípios de um compromisso com a agroecologia, a solidariedade, a confiança mútua e a localidade. Nosso estudo aspira traçar seus potenciais e limitações em termos de aceitação social com o apoio de análises inspiradas na teoria das justificações, considerando a emergência de uma nova ordem de justiça, a justiça ecológica. / Studies show that we are experiencing an unprecedented socio-environmental crisis. Despite considered a systemic crisis, conventional agriculture is progressing, constituting one of the activities that contributes most to the negative environmental and social impacts in present time. In the world, socioeconomic relations are established according to an order of values, in which market and industrial justifications have great acceptance and legitimacy. The economy is considered, for some authors, as the heart of human actions. However, such an order based on industrial-mercantile justice impacts negatively various dimensions of life in society. In this context, movements contesting this order emerge seeking legitimacy towards profound social and environmental transformations. This is how CSAs (Community Supported Agriculture) multiply, representing an innovative experience of associativism, bringing together consumers and farmers. Its growth is exponential in Brazil and in the world. It seeks a new socioeconomic relationship structure, based on a commitment to an agroecological agriculture, solidarity, mutual trust and locality. Our study aspires to trace its potentials and limitations in terms of social acceptance with the support of analyzes inspired by the theory of justifications, considering the emergence of a new order of justice, the ecological justice.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-03052019-181241 |
Date | 26 February 2019 |
Creators | Torunsky, Flavia |
Contributors | Marques, Paulo Eduardo Moruzzi |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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