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Adaptação osteológica para a terrestrialidade em pica-paus (Aves: Picidae) / Osteological adaptation for terrestrial habit in woodpeckers (Aves: Picidae)

Os pica-paus (família Picidae) são um grupo bem definido e caracterizado por adaptações ligadas ao modo de vida arborícola como membros posteriores próprios para escalada de apoios verticais, crânio e maxilas robustos utilizados para golpear madeira rapidamente e com força e cauda com penas rígidas utilizadas como apoio na escalada. Dentro da família, entretanto, existem espécies que não só apresentam hábito terrícola como algumas em especial que abandonam totalmente o hábito arborícola. O gênero com maior incidência desses casos é Colaptes Vigors, 1825, onde todos os representantes estão associados com a alimentação especializada em formigas e cupins e suas larvas e as linhagens exclusivamente terrícolas nidificam em barrancos ou buracos no chão. Além dele, existe o gênero monotípico africano Geocolaptes Gmelin, 1788, que apresenta as mesmas características de habitat mas relações filogenéticas distante. O objetivo deste trabalho foi o de analisar a relação entre as formas dos exemplares em busca de similaridades e diferenças relacionadas ao hábito e comportamento das linhagens e a possível independência do surgimento dessas alterações na filogenia do grupo. Foram analisados 49 exemplares de esqueleto pertencentes aos dois gêneros com representantes terrícolas bem como exemplares dos gêneros Dryocopus e Celeus como comparação a linhagens adaptadas ao hábito arborícola, depositados na coleção do MZUSP e em coleções estrangeiras. O tratamento dos dados por meio de Análise de Componente Principal (PCA) mostrou correlação entre o hábito de vida das linhagens e atributos do crânio (altura do crânio, formato do bico e tamanho e posicionamento das narinas) e do pós-crânio (tamanho e formato do pigóstilo e tamanho da quilha). É possível que estas alterações na forma das linhagens tenham duas pressões distintas, a exploração de um recurso diferente na alimentação (formigas e cupins) e a alteração nos modos de locomoção dos indivíduos (pigóstilo para o apoio das rectrizes na escalada e quilha no esforço de decolagem a partir do chão). Os resultados sugerem a possibilidade dessas adaptações terem surgido independentemente mas gerado resultados extremamente semelhantes em forma, mas também demonstram a necessidade de um estudo incorporando mais táxons para uma comparação mais representativa / Woodpeckers (family Picidae) are a well-defined group, traditionally characterized by their unique morphological specializations for climbing and excavating in trees, like posterior limbs and the tail adapted for support and a robust cranium and beak for hammering on wood. Among the species in the family, however, there are not only some that stray from this highly specialized behavior and develop ground-based behavior, but also a few that completely abandon trees. The genus with most of these cases, Colaptes Vigors, 1825, contains species that specialize in feeding on ants ant termites and their larvae, building nests in banks, holes in the ground or even termite hills. Besides them, the monotipical African genus Geocolaptes Gmelin, 1788 shows the same feeding and nesting habits but is much more distantly related. This work aims at analyzing relations between the shapes of the species\' skeletons and looking for similarities and differences that correlated with their habitats and behavior and whether or not the similar solutions occurred independently throughout the family\'s evolutionary history. 49 skeleton specimens were utilized, belonging to the two ground dwelling and the Dryocopus and Celeus genera. Principal Component Analysis showed correlation between feeding and nesting habits and several measures of the skull (skull height, beak shape and nostrils\' shape and positioning) and postcrania (size and shape of the pygostyle and size of the keel). It is a possibility that these changes in shape derive from two distinct selective pressures: the exploration of a different food source (ants and termites) and the change in the way the organisms move (pygostyle as a support in climbing and the keel relating to the strain of taking off). The results suggest that these adaptations came about independently but generated extremely similar shapes, while also demonstrating the need for further study with the inclusion of more taxa for a more representative comparison

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-21032014-080229
Date25 October 2013
CreatorsLéo Signorini Novaes
ContributorsLuis Fábio Silveira, Marcelo Rodrigues de Carvalho, Erika Hingst Zaher
PublisherUniversidade de São Paulo, Ciências Biológicas (Zoologia), USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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