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INDÍCIOS DE AUTORIA EM TEXTOS DE OPINIÃO ESCOLARES ESCRITOS POR ALUNOS DE 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

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Previous issue date: 2013-08-29 / Evaluation of text in elementary school has been accomplished, in most cases, taking grammar and/or textual aspects into account. Under this perspective, a text is
considered good since it meets grammar and/or textual order requirements. I understand, however, following Possenti (2009a) that, to consider a school text as a good one, it is necessary to evaluate it in its discursive aspects, that is why I take authorship in school texts, a case of study in this dissertation. In order to do that, I analyze argumentative texts written by 6th grade elementary school students,
adopting (GINZBURG, 1989)'s signs paradigms as a theoretical-methodological procedure, an investigative procedure primarily qualitative and interpretative. The question guiding the work is: is there, in school argumentative texts written by ES 6th
grade students, signs of singularity that indicate a movement of authorship? To answer it, my statement relies on the new authorship concept proposed by Possenti (2009a) to evaluate school texts, which allows to observe discursive aspects in those texts. According to the researcher, authorship in school texts must be thought along with singularity and style notion, by means of textual signs it is possible to detect it.
Under this perspective, grammar correction and textual organization are not indication of authorship, its marks come from discourse order. It is also considered giving voice to other enunciators, keeping distance from one's own text, avoiding monotony as attitudes of an author. It is “how” it is said and not “what” is said that indicate authorship. In order to carry out the analyses, I turn to De Lemos' (2002)
ideas about language acquisition, since 6th grade ES students are in a unique moment of written language acquisition. The author takes a theoretical positioning that opposes the notion of cognitive development in the interpretation of language
acquisition process. For De Lemos (2002), changes that occur in children speech/writing cannot be considered as a result of increasing development or as a knowledge construction. Changes that occur in children speech/writing would be
changes of children's position in relation to the speech/writing of another, in relation to the language and, consequently, in relation to the child's own speech/writing.Incorporation of arguments is frequent in the analyzed texts. What has been
understood as a simple copy or repetition is the evidence of the position taken by the student-subject in his relationship with language – he, sometimes, is spoken by the other. However, in other texts, even repeating, the enunciator subject becomes singular, becomes author, evidencing himself in his relationship with language –
performing strategies to show the work of the “self”. In the corpus analyzed by me,the uniqueness of the self enunciator manifests itself in several ways: it is assumed as a "self" child in relation to the proposed questioning, creating a facing/denial about the "politically correct speech"; it emerges as it shows itself divided, exposing the conflict experienced; self defining when attempting to define the other; it marks its
singularity explaining its opinion in a narrative text and not in an argumentative school text. / A avaliação do texto escolar no ensino fundamental tem sido feita, no mais das vezes, observando-se aspectos gramaticais e/ ou textuais. Nessa perspectiva, um texto é considerado bom se atende a exigências de ordem gramatical e/ou textual.
Entendo, no entanto, acompanhando Possenti (2009a), que para se considerar como bom um texto escolar é preciso avaliá-lo em seus aspectos discursivos, por isso tomo como objeto de estudo, nesta dissertação, a autoria em textos escolares.Para isso, analiso textos de opinião escolares escritos por alunos de 6º ano do ensino fundamental, adotando como procedimento teórico-metodológico o
paradigma indiciário (GINZBURG, 1989), procedimento investigatório predominantemente qualitativo e interpretativo. Norteia o trabalho a pergunta: há, em textos de opinião escolares escritos por alunos de 6º ano do EF, marcas de
singularidade que indiciem movimento de autoria? Para respondê-la, fundamentome na nova noção de autoria proposta por Possenti (2009a) para avaliar textos
escolares, que permite observar aspectos discursivos nesses textos. Segundo o pesquisador, a autoria em textos escolares deve ser pensada em conjunto com noções de singularidade e estilo, por meio de indícios textuais é possível detectá-la.
Nessa perspectiva, a correção gramatical e a organização textual não são indicativos de autoria, as marcas desta são da ordem do discurso. Considera-se também que dar voz a outros enunciadores, manter distância em relação ao próprio
texto, evitar a mesmice são atitudes de um autor. É o “como” se diz e não o “o que”
se diz que indicia a autoria. Para empreender as análises, recorro também às idéias de De Lemos (2002) sobre aquisição de linguagem, uma vez que alunos de 6º ano do EF se encontram em um momento singular de aquisição da linguagem escrita. A autora assume um posicionamento teórico que se contrapõe à noção de desenvolvimento cognitivo na interpretação do processo de aquisição da linguagem. Para De Lemos (2002), as mudanças que ocorrem na fala/escrita da criança não podem ser entendidas como resultado de um crescente desenvolvimento ou como
construção de conhecimento. As mudanças que ocorrem na fala/escrita da criança seriam mudanças de posição da criança em relação à fala/escrita do Outro, à língua
e, consequentemente, em relação à própria fala/escrita da criança. A incorporação de argumentos é forte presença nos textos analisados. O que tem sido entendido como simples cópia ou repetição é evidência da posição ocupada pelo sujeito-aluno em sua relação com a linguagem – ele, por vezes, é falado pelo Outro. Porém, em outros textos, mesmo incorporando discursos, o sujeito enunciador se faz singular,
se faz autor, marcando-se em sua relação com a linguagem, realizando manobras a fim de mostrar o trabalho do “eu”. No corpus por mim analisado, a singularidade do eu enunciador manifesta-se de diversas formas: assume-se como um “eu” criança frente ao questionamento proposto, criando um efeito de enfrentamento/ negação em relação ao “discurso politicamente correto”; emerge ao mostrar-se dividido,
expondo o conflito que vivencia; autodefine-se ao tentar definir o outro; marca sua singularidade explicitando sua opinião em um texto narrativo e não em um texto de
opinião escolar.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede2.uepg.br:prefix/453
Date29 August 2013
CreatorsMendes, Sueli de Freitas
ContributorsSaleh, Pascoalina Bailon de Oliveira, Campos, Claudia Mendes, Lima, Siumara Aparecida de
PublisherUNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA, Programa de Pós Graduação em Linguagem, Identidade e Subjetividade, UEPG, BR, Linguagem, Identidade e Subjetividade
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPG, instname:Universidade Estadual de Ponta Grossa, instacron:UEPG
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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