Lesões em coluna vertebral estão intimamente relacionadas a alterações neuromusculares, de modo que pela sensibilidade dolorosa e restrição da movimentação podem levar a alterações musculares como assimetrias e atrofias. Por outro lado, a musculatura enfraquecida pode predispor a lesões vertebrais. Esse trabalho buscou investigar ultrassonograficamente a presença de alterações musculoesqueléticas em cães com suspeita clínica de alterações nos segmentos toracolombar e lombar da coluna vertebral, confirmada ou não, pelo exame radiográfico. Além da análise descritiva, o grau de atrofia muscular foi quantificado através da mensuração da espessura e área da secção transversal do músculo Multifidus dorsi no nível de cada vértebra entre T13 e L7. Análises descritivas e quantitativas foram realizadas para 30 cães hígidos e 30 sintomáticos, levando em conta a presença de lesões, escore de condição corporal e tempo de evolução do quadro (para animais com histórico de lesão). O exame ultrassonográfico possibilitou a avaliação qualitativa de superfícies ósseas dos processos articulares e espinhosos, ligamentos supraespinhoso, interespinhoso e flavo e grupos musculares que envolvem o Multifidus dorsi e Longissimus dorsi, bem como alterações de ecogenicidade e irregularidades em superfícies ósseas e fibras musculares. Para análise dos dados foi utilizado um modelo com três fatores, considerando presença de lesão, cronicidade e escore como efeitos fixos e o bloco idade-sexo-porte como efeito aleatório. A espessura do Multifidus dorsi foi menor em animais com lesão do que em cães hígidos e naqueles cães que apresentaram lesão crônica, quando comparado com animais sem histórico de lesão, não variando entre cães com escore adequado ou obesos. Houve menores valores de área da secção transversal para animais com lesão crônica e uma correlação forte entre mensurações de área dos lados direito e esquerdo para uma mesma vértebra. A ultrassonografia mostrouse um método interessante para estimativa da atrofia muscular com base na espessura do Multifidus dorsi, sobretudo no nível de T13, L1 e L3. A utilização da ultrassonografia musculoesquelética da coluna vertebral neste trabalho apresentou impacto positivo em 45% dos casos, seja por concomitantemente contribuir para o diagnóstico diferencial e influenciar na conduta em 17% dos casos ou por exclusivamente influenciar na conduta em 28% deles. O emprego deste método não afetou o diagnóstico em 55% dos casos. Portanto, é um método promissor para ser empregado na investigação musculoesquelética da coluna vertebral toracolombar e lombar, em casos específicos. / Spinal injuries are closely related to neuromuscular changes, so that pain and movement impairment can lead to muscle changes such as asymmetries and atrophies. On the other hand, the weakened muscles may predispose to vertebral injuries. This work used the ultrasound to investigate the presence of musculoskeletal alterations in the thoracolumbar and lumbar segments of the canine spine, associated or not to radiographic findings. In addition to the descriptive analysis, the muscle atrophy was quantified by measuring the thickness and crosssectional area (CSA) of the Multifidus dorsi muscle at the level of each vertebra between T13 and L7. Descriptive and quantitative analyzes were performed for 30 healthy and 30 symptomatic dogs, taking into account the presence of lesions, body condition score and chronicity (for animals with a history of injury). Ultrasound examination allowed the qualitative evaluation of bone surfaces of articular and spinal processes, supraspinatus, interspinous and flavum ligaments and paraspinal muscle groups involving Multifidus dorsi and Longissimus dorsi, as well as changes in echogenicity and irregularities in bone surfaces and muscle fibers. For data analysis a model with three factors was used, considering presence of injury, chronicity and score as fixed effects and the block age-sex-size as random effect. Multifidus dorsi thickness was lower in animals with lesions than in healthy dogs and in dogs with chronic lesions when compared to animals with no lesion history. This parameter did not vary between dogs with adequate score or obese dogs. There were lower CSA values for animals with chronic lesions and a strong correlation between CSA measurements on the right and left sides for the same vertebra. Ultrasonography was an interesting method to estimate muscle atrophy based on the Multifidus dorsi thickness, especially at the level of T13, L1 and L3. The use of the musculoskeletal ultrasonography in this study had a positive impact in 45% of the cases, either by contributing to the differential diagnosis and influencing the conduct in 17% of the cases or by exclusively influencing the conduct in 28%. The use of this method did not affect the diagnosis in 55% of the cases. Therefore, it is a promising method to be used in musculoskeletal investigation of the spine in specific cases.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-28052018-105051 |
Date | 26 February 2018 |
Creators | Anna Carolina Mazeto Ercolin |
Contributors | Maria Cristina Ferrarini Nunes Soares Hage, Brunna Patricia Almeida da Fonseca, Silvio Henrique de Freitas, Caterina Muramoto |
Publisher | Universidade de São Paulo, Biociência Animal, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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