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A hora do beijo: teatro espontâneo com adolescentes numa perspectiva winnicottiana / Time for a kiss: theatre of spontaneity with teenagers adopting a Winnicott´s point of view

O presente trabalho, que se insere num conjunto de pesquisas voltadas à busca e fundamentação teórica de enquadres clínicos diferenciados capazes de responder a necessidades emocionais e existenciais geradas pela vida contemporânea, apresenta a narrativa de uma experiência clínica não convencional bem como reflexões que esta suscita, numa interlocução muito próxima com o pensamento de Winnicott. A estrutura do texto busca manter-se fiel, enquanto narrativa e reflexão, ao modo concreto como foi realizado o trabalho, na medida em que consistiu numa sucessão de encontros: com os adolescentes, com a memória do acontecido que foi registrado por escrito pela psicanalista após cada encontro, com os textos finalizados de cada peça, com demais psicanalistas do “Ser e Fazer”: Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social e com a obra winnicottiana. Inspirando-se no jogo de rabiscos, o enquadre diferenciado pesquisado caracteriza-se pelo emprego do teatro da espontaneidade como procedimento “apresentativo-expressivo” de maneira a estabelecer um campo lúdico capaz de sustentar o acontecer adolescente. Tendo à disposição uma mala contendo objetos variados adequados à confecção de fantasias, é oferecida aos jovens a oportunidade de um brincar que consiste na possibilidade de produção coletiva de dramatizações. No intuito de oferecer ao leitor uma noção do tipo de experiência clínica estudada, são apresentados relatos de nove peças que abordam os temas do casamento e da morte. Pode-se constatar que esses encontros favorecem o estabelecimento de um diálogo lúdico entre os jovens, oferecendo-lhes a oportunidade de expressar alguns dos dramas que os preocupam no momento e de experimentar novas formas de ser e de agir perante as questões levantadas. Uma vez que não se tratou de produzir conhecimento sobre psicologia da adolescência, mas de estudar a fecundidade clínica de um enquadre diferenciado, não há pretensão de trazer conclusões sobre a adolescência ainda que o teatro da espontaneidade tenha permitido vislumbrar os dramas enfrentados pelos jovens. É legítima a conclusão de que se trata de enquadre de trabalho adequado e poderoso, porque, por meio do brincar, permite expressão, surpresa e articulação simbólica de aspectos de self. / This work is part of researches interested in developing different clinic features of work based on theory, and capable to attend emotional and existential necessities created by contemporary life. It presents the narrative of a non-conventional clinic experience, and the reflections that came up during that experience, in a very close interaction with Winnicott´s thoughts. The structure of the text, in what it concerns the narrative and the reflections, tries to follow very closely, the way this work has been accomplished, consisting of a succession of different meetings: with the teenagers, with the memories of what happened during the plays while writing down the experience after each play, with other psychoanalysts from: “Ser e Fazer”: Laboratory of Mental Health and Social Clinic Psychology, and with Winnicott´s thoughts. Inspired in the squiggle game, this different kind of work that has been developed, is characterized by the use of the Theatre of Spontaneity as a “Presentation-Expression” procedure in order to establish a playful atmosphere capable of supporting the teenager happening. Using a suitcase full of several different objects available for the creation of costumes, the teenagers have the opportunity of acting some plays in group. Nine narratives of plays about weddings and death are presented in order to give the reader a better idea of the clinic experience we have been studying. It is possible to observe that these meetings provide the establishment of a playful dialogue among the teenagers, offering them the opportunity for expressing some of the dramas that worry them, and for trying new ways of being and of behaving in front of the situations brought up in the group. Since the focus of this study is not to produce psychological know-how about adolescence, but to study the acceptance of this different clinical feature of work, there aren’t any intentions of bringing any conclusion about adolescence, even though the theatre of spontaneity has permitted observing some of the dramas those teenagers have been facing. It’s correct to conclude that it refers to a very powerful and suitable clinical proposal of work, since, by playing, it permits expression, surprise and symbolic articulation of self-aspects.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-27032006-090108
Date05 May 2003
CreatorsChristiane Isabelle Couve de Murville Camps
ContributorsTania Maria Jose Aiello Vaisberg, Ana Clara Duarte Gavião, Gilberto Safra
PublisherUniversidade de São Paulo, Psicologia Clínica, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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