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Previous issue date: 2010-10-26 / Em sua primeira grande obra, a Fenomenologia do Espírito de 1807, Hegel já havia mostrado as razões que fizeram com que a religião fosse tida por ele em tão alta consideração. O fenômeno religioso foi pensado pelo filósofo como um evento através do qual o espírito (Geist) alcança gradualmente o saber de si mesmo como espírito. Isso acontece na medida em que a consciência religiosa tem como seu objeto um Outro que é ela mesma. No entanto, essa igualdade não é clara para esta consciência no início de sua jornada rumo ao Saber Absoluto. O processo de identificação de si consigo mesma vai se traduzir em uma gradual essencialização da imanência e uma imanentização da essência, que acontece ao longo das religiões que Hegel expõe. Neste presente trabalho, faço uma análise da religião manifesta (offenbare Religion) abordada pelo filósofo e de seus momentos, como o lugar onde o saber-de-si do espírito como espírito acontece de modo completo na medida em que o Deus se faz homem e o homem se faz Deus. Mas como essa síntese absoluta não acontece de modo instantâneo, empreendo aqui uma perseguição ao fio dialético que nos conduz a uma deificação do homem e a uma humanização de Deus através da religião natural e da religião da arte, até chegar à figura do Cristo, síntese perfeita entre Deus e o homem. A morte do Messias e a formação da Comunidade cristã, dão o toque final para esse espírito que se torna autoconsciente de si desde si mesmo. Pois, com o sacrifício do Filho de Deus, o seu Si uno com a essência eterna se universaliza àqueles indivíduos participantes da Comunidade e que passam, graças ao Espírito (Santo), a estar em comunhão com a essência eterna. No entanto, a religião não é o último capítulo da Fenomenologia e isso é assim porque, para Hegel, a síntese, a identidade e o saber-de-si do espírito como espírito acontece, na religião manifesta, por meio da representação (Vorstellung). Era, pois, preciso uma reconciliação que fosse mais inteligível e menos sensível: o saber filosófico absoluto. Ou seja, a deificação humana ao lado da antropomorfização divina, feitas religiosamente, não foram suficientes para que a consciência chegasse a seu termo. Em vista disto, empreendo um capítulo crítico final para abordar as consequências humanistas da filosofia hegeliana, onde discuto também um pouco sobre a postura de Hegel com relação àquilo que ele chama de Deus (Gott). Por fim, lanço o conceito de antropo-panteísmo hegeliano como resultado do Saber Absoluto de Hegel.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace2.ufes.br:10/3644 |
Date | 26 October 2010 |
Creators | FIENI, V.H.O. |
Contributors | CAVALIERI, E., GONCALVES, M. C. F., LUCHI, J. P. |
Publisher | Universidade Federal do Espírito Santo, Mestrado em Filosofia, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, UFES, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFES, instname:Universidade Federal do Espírito Santo, instacron:UFES |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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