Nos modelos de gestão clássicos o conflito era tido como algo prejudicial à organização sendo, na maioria das vezes ignorado, no entanto, tendências contemporâneas visualizam-no como um fenômeno inevitável e que está presente nas organizações. Porém, acredita-se que o mesmo deva ser gerenciado adequadamente para promover mudanças no ambiente de trabalho. Nossa vivência como enfermeira demonstra que na equipe de enfermagem os conflitos acontecem com freqüência, todavia são escassos os estudos realizados no Brasil sobre essa temática. Esta pesquisa objetivou analisar a natureza dos conflitos frente às relações pessoais, grupais, ambiente físico e organização do trabalho na equipe de enfermagem e, descrever como os conflitos são abordados e processados por essa equipe no âmbito da estrutura organizacional hospitalar. Para tal, foi realizada uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória através da utilização de entrevista semi-estruturada aplicada a dezenove profissionais da equipe de enfermagem de um hospital público geral de médio porte da cidade de Londrina, PR, Brasil. Realizou-se análise de conteúdo, com identificação de unidades de significação extraídas dos textos das entrevistas, sendo posteriormente analisadas segundo referencial das teorias administrativas e da gestão contemporânea. As falas dos sujeitos evidenciam que os conflitos ocorrem devido à falta de clareza da missão e objetivos organizacionais; ao modelo de organização adotado pelo serviço de enfermagem; à estrutura do ambiente físico inadequada; as políticas de contratações de pessoal diferenciadas; as relações pessoais e grupais na equipe de enfermagem, à comunicação ineficaz e dimensões da liderança. Em relação ao gerenciamento dos conflitos, por parte da enfermagem, pode-se destacar que existe uma tentativa para que os conflitos sejam gerenciados através de diálogo com os envolvidos, entretanto, ainda prevalecem os valores individuais. Percebe-se, também, que as várias causas dos conflitos são decorrentes de problemas funcionais que dependem de instâncias superiores, de políticas articuladas de recursos humanos e de saúde. Os resultados indicam a necessidade dos enfermeiros adquirirem posições mais articuladas institucionalmente e, neste sentido faz-se imperativo a reavaliação dos projetos político-pedagógicos das escolas de enfermagem a fim de implementarem estratégias de participação e mediação grupal visando o desenvolvimento gerencial do futuro enfermeiro. / In classical management models, conflict was seen as something harmful to the organization and was mostly ignored. Contemporary tendencies, on the other hand, tend to consider it as an unavoidable phenomenon present in organizations, which should be adequately managed in order to promote changes in the work environment. Our experience as a nurse demonstrates that, in spite of the lack of studies about this subject in Brazil, conflicts are frequent in the nursing team. This research aimed to analyze the nature of conflicts in view of personal and group relations, physical environment and work organization in the nursing team, as well as to describe how these conflicts are approached and processed by the nursing team and in the sphere of the organizational hospital structure. A qualitative, descriptive and exploratory research was carried out by means of semi-structured interviews with nineteen professionals who are part of the nursing team at a general medium size public hospital in Londrina, PR, Brazil. Content analysis was used, identifying the units of meaning that were extracted from the interview texts, which were then analyzed in the reference framework of administrative theories and contemporary management. The subjects discourse evidenced that conflicts are due to the lack of clearness about the organizations mission and objectives, the organization model adopted by the nursing service, the physical environment inadequacy, distinct policies as far as human resources are concerned, personal and group relations in the nursing team, inefficient communication and leadership dimension. Concerning the conflict management by nursing, attempts are made to manage conflicts through dialogue with the persons involved, although individual values still prevail. It was also perceived that various causes of conflict result from functional problems depending on higher instances, and on the association of human resources and health policies. The results pointed towards the need for nurses to assume institutionally articulated positions. In this sense, it is essential to the nursing schools to review their pedagogical and political projects so as to introduce participatory strategies and group mediation aiming at the future nurses development of management.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-03082005-115129 |
Date | 02 May 2005 |
Creators | Agostini, Rosângela de |
Contributors | Ferraz, Clarice Aparecida |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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