Previsões da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que entre os anos de 2006 e 2030, o número de pessoas idosas nos países de baixa e média renda está projetado para aumentar em 140% em relação ao aumento nos países de renda alta que será de 51% e, pela primeira vez na história, em 2050 haverá mais idosos do que crianças (0 14 anos), configurando-se um novo panorama demográfico. A assistência à saúde do idoso, em conjunto com a prevenção de doenças crônicas e degenerativas, e o preparo adequado de quem presta cuidado são imprescindíveis para a manutenção da autonomia e qualidade de vida do idoso. O presente estudo foi realizado com 113 cuidadores não familiares de idosos, que prestam cuidado no âmbito domiciliar, residentes na zona urbana do município de Taquaritinga (SP). Teve como objetivo identificar o perfil dos cuidadores na prestação de cuidados domiciliares, bem como suas principais dificuldades, responsabilidades e tarefas assumidas, perante o paciente e a família, no ato de cuidar. Foram aplicados questionários, contendo perguntas abertas e fechadas, a 113 cuidadores, em locais diferentes de onde exerciam a função, após contato prévio, no período de julho a setembro de 2011. Os cuidadores eram predominantemente do sexo feminino (85%), casados ou viviam em união consensual (57.5%), na faixa etária de 19 a 59 anos (90,3%); em menor proporção apareceu a população de cuidadores idosos (9,7%). Entre os cuidadores do sexo masculino, predominaram os na faixa etária de 19 a 59 anos (94,1%). Quanto à escolaridade referida pelos cuidadores, 24,8% possuíam apenas o nível fundamental, 21,2% o nível médio, 31% o nível técnico, 6,2% o nível superior e 16,8% sem escolaridade. Os profissionais de enfermagem constituíram 35% dos cuidadores, e somente um cuidador se auto avaliou como bem preparado. A profissão de cuidador não foi a principal atividade para 77% dos entrevistados, que exerciam outras atividades. Declararam não possuir qualificação para o exercício da função, 87,6% dos entrevistados e 45% referiram pouco preparo. Embora 94,7% dos cuidadores declarem ser capazes de cuidar, todos referiram possuir dificuldades e necessidade de um apoio profissional, independentemente do nível de escolaridade, formação profissional, ou nível de dependência do idoso. A família do idoso não auxilia no trabalho do cuidador em 35% dos casos, e frequentemente (55%) delega serviços domésticos ou externos para serem realizados além do ato de cuidar. A carga horária de trabalho semanal é superior a 30 horas e a grande maioria não possui vínculo empregatício formal; 33% dos cuidadores referiram que raramente são remunerados. Os resultados evidenciam a necessidade de um olhar diferenciado a esses profissionais, principalmente na elaboração de políticas públicas, sociais e de saúde voltadas à formação de recursos humanos para este fim, para manter uma pessoa idosa saudável ou minimizar seu grau de dependência. / World Health Organization (WHO) projections pointed that between 2006 and 2030, the number of old people in low and middle income countries will increase 140% in relation to high income countries where it will increase 51% and , for the first time in the history, in 2050 the number of elderly will exceed the number of children (0-14 years), showing a new demographic profile. Health care for old people, together with the prevention of chronic and degenerative diseases, and the adequate training of carers are necessary for the maintenance of the autonomy and quality of life of the elderly. This study was carried out with 113 nonfamily related home carers of old people, living in urban area of the city of Taquaritinga, SP. The objective was to identify the profile of the home carers, their difficulties, responsibilities and tasks carried out for the patient and family. Interviews with open and closed questions were performed with 113 carers, in different place of their usual work, after previous contact, from July to September, 2011. Female carers predominated (85%), and the majority were married or in a stable union (57,5%) and in the age-group 19-59 years (90,3%); aged home carers appeared in a small proportion (9.7%). Among male carers, the majority was in the age-group 19-39 years. According to school attendance reported by the carers, 24.8% had elementary school, 21.2% high school, 31% technical level, 6.2% university degree and 16.8% never went to school. Nursing professionals were 35% of the carers, and only one carer had self-evaluation as well prepared for their task. The activity of carer was not the main activity for 77% of the interviewers, that have other job. The lack of training to carry their activities was reported by 87.6% of the carers. In spite of 94.7% of the carers mentioned that they were able to give home care, all of them reported that they have difficulties and need professional support, and this was independently of educational level, profession or level of dependence of the elderly. The family of the elderly do not help according to 35% of the interviewers and frequently (55%) delegate domestic or external work to be carried besides the care of the elderly. The weekly working time is more than 30 hours and the great majority do not have formal work contract and 33% of the carers reported that rarely they receive some payment. These results highlighted the need to a different vision to these professionals, mainly in the elaboration of public, social and health policies towards the formation of human resources to this activity, to keep aged persons in healthy conditions or to minimize their dependence.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-18122012-141435 |
Date | 26 September 2012 |
Creators | Caetano, Fatima Terezinha Balsani |
Contributors | Franco, Laercio Joel |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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