Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Florianópolis, 2016. / Made available in DSpace on 2016-09-20T04:53:43Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016 / A agroecologia surge a partir de movimentos sociais contestatórios ao modelo hegemônico de produção. Esses movimentos buscam alternativas para minimização de danos ambientais e maior participação dos agricultores nos mercados, historicamente defendendo como princípios da agroecologia o incentivo à autonomia do agricultor no mercado e a valorização da agrobiodiversidade. Desde sua regulamentação no Brasil, os alimentos agroecológicos passaram a ser comercializados como ?produtos orgânicos?, os quais têm tido aumentos constantes no volume de vendas ao ano. Entretanto, tal aumento de volume vem gerando distintas consequências para os agricultores, como ampliação das exigências pelos varejistas, necessidade de aumento da escala de produção e adequação às normas da legislação orgânica. Isso vem provocando o processo denominado de ?convencionalização da agricultura orgânica?, promovendo a fragilização dos princípios agroecológicos. À luz dessa problemática, esse trabalho tem o objetivo de analisar como o processo de convencionalização impacta a consecução dos princípios agroecológicos da autonomia nos processos comerciais e da agrobiodiversidade, investigando a possibilidade de dinâmicas de comercialização alternativas à esse processo na região da Grande Florianópolis. Segundo as teorias, os circuitos curtos de comercialização são as melhores formas comerciais para articular a autonomia dos agricultores e a agrobiodiversidade. A pesquisa partiu da identificação e entrevista com estabelecimentos de varejo que comercializavam orgânicos, com posterior identificação e entrevistas com intermediários e agricultores da região. Foram realizadas 26 entrevistas, além do registro de dados nas gôndolas dos estabelecimentos de varejo. Os resultados demonstraram um aumento no número de estabelecimentos que comercializavam itens orgânicos no varejo, havendo destaque para os supermercados e as feiras como aqueles com maior diversidade de produtos frescos. Também, no atacado foi identificado o advento de várias centrais, revelando uma tendência de ampliação da escala e especialização na cadeia de produção orgânica, gerando um distanciamento entre agricultores e consumidores. Dois tipos de centrais foram identificadas: 1) Um tipo mais frequente, que abastece os supermercados e que apresenta um histórico de redução de fornecedores, especialização dos seus cultivos e redução da autonomia; e 2) Um tipo organizado por agricultores de modo a favorecer os princípios da agrobiodiversidade e da autonomia dos agricultores ligados a ela. As dinâmicas de mercado dificultam relações mais próximas entre agricultores e consumidores. A organização de centrais atacadistas pelos agricultores possibilita o acesso ao mercado pelos grupos mais fragilizados, como uma forma competitiva que mantém os princípios agroecológicos.<br> / Abstract : Agroecology has emerged from social movements contesting the hegemonic model of production. These movements, which sought alternatives to minimize environmental damage and improve farmers? participation in markets, historically defended agroecology and its principles of promoting farmers' autonomy in the marketplace as well as agricultural biodiversity. Under new regulations, agro ecological food products are now marketed in Brazil as "organic products", with a stead increase in sales volume in the last few years. Such increase has impacted farmers, who need to meet various requirements by retailers, increase production scale and adapt to the rules of organic legislation. This has led to a weakening of agro ecological principles and a process of "conventionalization of organic agriculture". In light of this problem, this study aims to examine how this conventionalization process impacts the achievement of agro ecological principles such as farmers? autonomy and agricultural biodiversity, and what are the marketing alternatives to this process. According to recent literature, short food supply chains are the best commercial form to articulate the autonomy of farmers and agro-biodiversity. The research conducted in the ?Grande Florianópolis? region started by locating and interviewing owners of retail establishments selling organic products, with subsequent identification and interviews with intermediaries and farmers, with a total of twenty six interviews. A detailed identification and listing of organic food items in the shelves of retail establishments was also conducted. The results showed an increase in the number of establishments trading organic items, supermarkets and farmer?s open air markets being those with the greatest diversity of fresh products. We also identified various wholesale establishments, revealing not only a trend in expansion of scale and specialization in the organic production chain, but also a gap between farmers and consumers. Two types of wholesale establishments were identified: 1) Intermediaries who supplies supermarkets: more commonly found, they show a historical reduction in the number of farmers they buy from. Their commercial dealing promote less crop expertise and farmer?s autonomy; and 2) Intermediaries who are farmers organisations: they seek to promote agro-biodiversity, farmers' autonomy and closer links between farmers and consumers. This organization act as a central wholesale and provides access to markets for the most vulnerable groups, in a competitive way, whilst keeping faithful to agro ecological principles.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/168107 |
Date | January 2016 |
Creators | Viegas, Maurício da Trindade |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Rover, Oscar José |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 161 p.| il., grafs. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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