Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O presente trabalho é um estudo acerca do desenvolvimento do conceito do belo e da arte no contexto do idealismo alemão, e tem por núcleo de investigação as posições estético- filosóficas de Schiller e Hegel. Interessa-nos mostrar de que forma a defesa da fundamentação objetiva do belo, bem como a tentativa de concretização da liberdade através da aparência estética, tal como formuladas e desenvolvidas por Schiller em Kallias ou sobre a beleza (1793), nas cartas Sobre a educação estética do Homem (1895) e em Poesia Ingênua e Sentimental (1800), teriam sido incorporadas pelas Lições sobre Estética (1818-29) de Hegel, e ressaltadas como o passo fundamental para a constituição de um sistema propriamente estético, portanto,não mais restrito aos limites que a filosofia transcendental kantiana lhe impunha, ganhando ou sofrendo, contudo, ao longo destas Lições, uma reformulação especulativa que caminha dialeticamente da definição idealista da beleza como manifestação da idéia no sensível à definição realista da arte como realização do espírito humano na história do mundo; o que resulta, por um lado, no movimento de dissolução de uma certa concepção de beleza e de arte, ainda defendidas por Schiller e também em parte por Hegel, e, por outro lado, no movimento de emancipação de uma outra possibilidade de arte enquanto esfera autônoma propriamente dita. Desse modo, dissertação é dividida em duas partes. A primeira parte, intitulada Schiller e a objetivação da beleza, propõe-se a explicitar em que consiste este fundamento objetivo do belo, e de que modo a tese da objetividade estética, embora orientada segundo os princípios da filosofia kantiana, antecipa, e mesmo possibilita o ideal-realismo estético que seria posteriormente assumido pela filosofia da arte de Hegel. A segunda parte, denominada Hegel e a concepção dialética do belo, busca mostrar a posição e a significação do belo e da arte no sistema hegeliano, e tem por objetivo compreender como se configuram e até que ponto é possível sustentar, no desenvolvimento das formas da arte, uma complementaridade entre as teses idealista e realista da beleza, se o próprio Hegel reconhece na poesia moderna, um desequilíbrio e mesmo um ultrapassamento do conceito idealista clássico de belo em prol de uma espécie de realismo prosaico nas artes. Nosso trabalho culmina, assim, na tentativa de elucidação da arte moderna, e tem por intenção mostrar que embora esta não mais comporte a aparência do belo ideal, disso não segue o fim ou morte da arte. A arte ganha forma prosaica e absorve as contradições do cotidiano, não para tornar-se ela mesma apenas mundana, mas para realizar, agora de forma absolutamente consciente de sua historicidade, aquilo que desde sempre buscou realizar: transformar a obra do mundo em obra de sua própria liberdade.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:803 |
Date | 19 December 2007 |
Creators | Isabelle Vianna Bustillos Villafán |
Contributors | Marcia Cristina Ferreira Gonçalves, Ricardo José Corrêa Barbosa, Rodrigo Antonio de Paiva Duarte |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0018 seconds