A violência do trabalho em saúde representa um risco para os trabalhadores, principalmente para os que atuam em serviços de urgência e emergência, os quais são apontados como mais atingidos por estes eventos. Sendo assim, desperta a atenção para o tema, principalmente no que se refere a conhecer os recursos que o trabalhador utiliza para lidar com esta situação em seu cotidiano laboral. O presente estudo teve como objetivo identificar os dispositivos de proteção utilizados por profissionais que atuam em um serviço de atendimento pré-hospitalar móvel diante da violência vivenciada em seu cotidiano de trabalho. Trata-se de estudo qualitativo, cujo cenário foi o Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (SAMU) de Porto Alegre. Os dados foram coletados a partir de entrevistas semi-estruturadas. Foram entrevistados 17 profissionais (quatro enfermeiros, dois médicos, sete técnicos de enfermagem e quatro condutores). Foi realizada análise do conteúdo das entrevistas, da qual emergiram as seguintes categorias: Características da violência no contexto de trabalho do SAMU: Organização do Trabalho e potencializadores da violência e Manifestações da violência; Reações e comportamentos dos profissionais frente a violência; Medidas institucionais para evitar a violência. Na categoria organização do trabalho foram identificadas dinâmicas, relações e condições de trabalho potencializadoras da violência neste contexto. Na categoria Manifestações da Violência evidenciou a relação do trabalho no SAMU com a violência urbana; a violência perpetrada por pacientes; colegas; familiares solicitantes e transeuntes e a violência institucional. Dentre as reações e comportamentos dos trabalhadores frente à violência destacaram-se estratégias defensivas como banalização e racionalização, além do emprego de estratégias de coping. Foram consideradas consequências da violência o desgaste emocional e o prejuízo à assistência. Como medidas institucionais para evitar a violência destacou-se a conscientização da população sobre a função e funcionamento do SAMU, o reconhecimento e respaldo das chefias e o amparo legal são estratégias de prevenção e coibição da violência neste cenário. Considerou-se a violência como uma fonte de sofrimento relacionada ao trabalho, com a qual os trabalhadores vêm se adaptando a lidar, mas que precisa ser prevenida. / The violence of the health work represents a risk to workers, especially for those who work in urgency and emergency services. Therefore, it gets the attention to the issue, mainly in referring to know the resources that workers use to deal with this situation in their everyday work. This study aimed to identify the protective devices used by professionals that work in a mobile pre-hospital care service because of the violence experienced in their daily work. It is a qualitative study, whose scenario was the “Serviço de Atendimento Móvel de Urgência” (SAMU), in Porto Alegre. The data were collected from semi-structured interviews. Seventeen (17) people were interviewed (four nurses, two doctors, seven nursing technicians and four drivers). It was made content analysis, from which emerged the following categories: Characteristics of violence in the workplace SAMU: Work Organization and potential factors of violence and manifestations of violence; Reactions and behaviors of the professionals about violence; Institutional strategies for Combating and Preventing violence and Consequences of workplace violence. The category work organization were identified dynamics, relationships and conditions that cause violence in this context. The labor relationships category has showed the labor relationship in the “SAMU” with the urban violence; the violence perpetrated by patients; colleagues; family applicants and passersby and the institutional violence. On the strategies of individual defense emerged the trivialization, the distance and the coping strategy. Emotional distress and injury care were considered as consequences of violence. The population awareness about the role and functioning of the SAMU, recognition and support of managers and legal support are considered as institutional strategies for prevention and restraint of violence in this scenario. The violence was considered as a source of suffering related to work which the workers have been trying to deal with, but it needs to be prevented. / La violencia en el trabajo en el área de la salud representa un riesgo para los trabajadores, sobre todo para los que actúan en servicios de urgencia y emergencia. Esa constatación despierta la atención hacia el tema, sobre todo en lo que se refiere a conocer los recursos que utiliza el trabajador para lidiar con esa situación en su rutina laboral diaria. El presente estudio tuvo como objetivo identificar los dispositivos de protección utilizados por profesionales que actúan en un servicio de atención prehospitalaria móvil ante la violencia vivida en su rutina de trabajo. Se trata de un estudio cualitativo, cuyo escenario fue el Servicio de Atención Móvil de Urgencias (SAMU) de la ciudad de Porto Alegre (RS, Brasil). Los datos fueron recogidos a partir de entrevistas semiestructuradas. Se entrevistó a 17 profesionales (cuatro enfermeros, dos médicos, siete técnicos de enfermería y cuatro conductores). Se realizó un análisis del contenido de las entrevistas, que arrojó estas categorías: Características de la violencia en el trabajo del SAMU: Organización del Trabajo y potenciadores de la violencia y manifestaciones de la violencia; Las reacciones y comportamientos de los profesionales en la violencia; Medidas institucionales para prevenir la violencia; Consecuencias de la violencia en el trabajo. En la categoría «Organización del Trabajo», se identificaron dinámicas, relaciones y condiciones de trabajo que provocan la violencia. En la categoría «Manifestaciones de la Violencia», se puso de manifiesto la relación del trabajo en el SAMU con la violencia urbana; la violencia perpetrada por pacientes, colegas, familiares solicitantes y transeúntes; y la violencia institucional. En cuanto a las estrategias de defensa individuales, emergieron la banalización, el distanciamiento y la estrategia de coping. Se evaluaron las consecuencias de la violencia, el desgaste emocional y el perjuicio a la asistencia. Se considera que la concienciación de la población sobre la función y el funcionamiento del SAMU, el reconocimiento y el respaldo de los superiores y el amparo legal son estrategias institucionales de prevención y cohibición de la violencia en este escenario.Se tomó la violencia como una fuente de sufrimiento relacionada al trabajo, a la cual los trabajadores intentan adaptarse para lidiar con ella, pero que se debe prevenir.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume56.ufrgs.br:10183/135470 |
Date | January 2015 |
Creators | Mello, Déborah Bulegon |
Contributors | Lautert, Liana |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Spanish |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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