Introdução: As enzimas do grupo AmpC degradam cefalosporinas e cefamicinas e não são inibidas pelo ácido clavulânico, sulbactam ou tazobactam. Podem ser codificadas por genes de localização plasmidial ou cromossômica. A sua detecção tem importância epidemiológica, pois a expressão concomitante à perda de porinas em Enterobactérias pode levar à resistência aos carbapenêmicos, fármacos amplamente utilizados no tratamento de infecções graves. Os relatos de detecção de AmpC plasmidial no Brasil são escassos, mas a análise do perfil de sensibilidade de Escherichia coli isoladas de casos de infecções urinárias de pacientes atendidos em um laboratório privado da cidade de São Paulo, no período de 2006 à 2010, evidenciou um aumento considerável de resistência à cefoxitina, um marcador para expressão de AmpC plasmidial. Em 2006 a frequência era de 0,03% e em 2011 foi de 0,65%. Uma das hipóteses para esse aumento é a disseminação de clones ou de genes que codificam AmpC, transferidos em plasmídeos. Objetivo: Caracterizar os determinantes genéticos em E. coli com fenótipo compatível com produção de AmpC plasmidial. Material e métodos: Foram estudadas todas as E. coli isoladas de cultura de urina, não sensíveis à cefoxitina, detectadas no Fleury Medicina e Saúde em São Paulo, no período de 02 de janeiro a 01 de fevereiro de 2012. Os isolados foram avaliados fenotipicamente quanto à pureza, identificação da espécie e bloqueio enzimático com discos de cefoxitina e ceftazidima adicionados de ácido fenilborônico. A presença de genes que codificam AmpCs plasmidiais foi avaliada utilizando-se dois métodos distintos de PCR. Foi realizado o sequenciamento dos genes detectados. O desempenho do bloqueio enzimático com ácido fenilborônico foi determinado utilizando-se a PCR como padrão ouro. O perfil plasmidial e a clonalidade foram avaliados respectivamente por lise alcalina e ERIC-PCR. Resultados e conclusões: De um total de 2.494 E. coli 12 albergavam genes de AmpC plasmidial; a frequência de AmpC plasmidial foi portanto de 1,8% em pacientes hospitalizados 0,46% em pacientes ambulatoriais. O sequenciamento dos genes que codificam AmpCs plasmidiais evidenciou tratarem-se de 11 blaCMY-2 e uma blaCMY-4. O melhor desempenho do teste fenotípico com cefoxitina, ceftazidima e ácido fenilborônico foi obtido quando utilizados um mínimo de 5 mm de diferença entre o halo de inibição com o disco adicionado de ácido fenilborônico e puro para cefoxitina e ceftazidima. Com esses parâmetros a sensibilidade foi de 100,0%, a especificidade de 100%, o valor preditivo positivo 100 % e valor preditivo negativo 100%. Foi observada a presença e disseminação de três grupos clonais de E. coli produtoras de CMY entre hospitais na cidade de São Paulo. / Introduction: AmpC enzymes can degrade cephalosporins and cephamycins and are not inhibited by clavulanic acid, sulbactam or tazobactam. They can be encoded by genes of plasmid or chromosomal location. Detecting these enzymes is epidemiologically important because their expression and concomitant porins loss in Enterobacteriaceae can lead to resistance to carbapenems, antimicrobials widely used to treat serious infections. Reports of detection of plasmidial AmpCs in Brazil are scarce, but the analysis of the susceptibility profile of Escherichia coli isolated from cases of urinary tract infection in patients attended in a private laboratory, located at the city of São Paulo, from 2006 to 2010 indicated a considerable increase in cefoxitin resistance, a marker for plasmidial AmpC expression. In 2006 the rate was 0.03% and in 2011 it was 0.65%. One hypothesis for this increase was the spread of clones or genes encoding AmpC transferred into plasmids. Objective: To characterize the genetic determinants in E. coli presenting a phenotype consistent with plasmidial AmpC production. Material and Methods: We studied all E. coli not susceptible to cefoxitin isolated in urine cultures at Fleury Medicine and Health, in São Paulo, during the period from January 2nd to February 1st 2012. The isolates were phenotypically evaluated for purity, species identification and enzymatic blockage with cefoxitin and ceftazidime disks with added phenylboronic acid. The presence of genes encoding plasmidial AmpCs was evaluated using two different PCR methods. Sequencing of the genes detected was obtained. The performance of the enzymatic blockage with phenylboronic acid was determined using PCR as a gold standard. The plasmid profile and clonality were evaluated respectively by alkaline lysis and ERIC-PCR. Results and conclusions: Among 2,494 E. coli isolates, 12 had genes encoding for plasmidial AmpC; consequently the frequency of plasmidial AmpC in E. coli was 1.8% in inpatients and 0.46% in outpatients. Sequencing of the genes encoding plasmidial AmpCs showed them to be blaCMY-2 and just one blaCMY-4. The better performance of the phenotypic test was obtained when at least 5 mm inhibition zone difference was observed between the disc of cefoxitin and ceftazidime with added phenylboronic acid. With these parameters the sensitivity was 100%, specificity 100%, positive predictive value 100% and negative predictive value 100%. The presence and the dissemination of three clonal groups of CMY producing E. coli was observed among hospitals located at the city of São Paulo
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-26062014-145930 |
Date | 22 April 2014 |
Creators | Rocha, Darlan Augusto da Costa |
Contributors | Sampaio, Jorge Luiz Mello |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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