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Produção discursiva nas psicoses

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Previous issue date: 2009 / O presente estudo trata das especificidades do discurso nos sujeitos que estão
com sua capacidade de simbolização comprometida e utilizando de maneira
particular a linguagem e a língua. Consideramos nossa problemática original na
medida em que não foram realizadas ainda pesquisas abordando tal problema. O
corpus da pesquisa foi obtido da prática clínica do pesquisador com sujeitos em
vivência psicótica: são fragmentos discursivos de diferentes sujeitos
diagnosticados como psicóticos. O objetivo da pesquisa é descrever e interpretar o
processo de construção do discurso nas psicoses, diferenciando as noções do
Real, do Simbólico e do Imaginário, como registros que orientam características
específicas de produções discursivas e, destacando ainda, como esses discursos
afetam a interlocução. Como metodologia, optouse
pela análise dos fragmentos
discursivos levando em conta os instrumentos e procedimentos da Análise do
Discurso. Para tanto, foi necessário articular os conhecimentos da Psicanálise, da
Linguística e da Análise do Discurso de orientação francesa, em torno das
questões que envolvem a produção discursiva. Partiuse
da Linguística em direção
ao campo da heterogeneidade da linguagem, concebendo a Linguagem e a
Língua portando o Real, conceito lacaniano que representa o irrepresentável da
língua. O Real da Linguagem e da Língua foi diferenciado do real expresso nas
produções discursivas nas psicoses em três situações específicas: a) quando o
real habita o corpo do sujeito e se mostra através de signoscoisa,
signos prélinguísticos;
b) quando o real é sistematizado na/pela metáfora delirante,
construindo uma verdade singular de difícil compartilhamento com o outro; c) e
quando o real tornase
velado na metáfora sinthomática, sendo esta fruto da
articulação da escrita com os elementos (signos) plásticos. Nessas três situações,
as produções discursivas tendem a afetar também de modo particular o outro.
Constatouse
que em cada situação em que o real se mostrou é possível observar
efeitos de estranhamento e familiaridade. Foi possível articular a noção freudiana
Das Unheimliche (1919), O estranhofamiliar,
com a experiência de estranheza
que os neuróticos experimentem diante do discurso de sujeitos numa vivência
psicótica. Tal experiência se deve a apresentação do irrepresentável da linguagem
pelos sujeitos numa vivência psicótica ao outro neurótico. Paradoxalmente, o
irrepresentável da linguagem encontrase
inscrito no ser de linguagem, sendo os
signos familiares a todos. Esse fato sugere aos pesquisadores da Linguística e da
Análise do Discurso a necessidade de considerar a dimensão irrepresentável da
linguagem e da língua ou o Real aos estudos que se debruçam sobre as
produções discursivas dos psicóticos

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/7381
Date31 January 2009
CreatorsDe Andrade Lima Filho, Ivo
ContributorsVirgínia Leal, Maria
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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