Os anticoagulantes orais são fármacos que agem aumentando o tempo de coagulação sanguínea, úteis na ocorrência de certas doenças que levam a formação de trombos intravasculares. Portanto, controles constantes dos níveis sanguíneos são necessários para um tratamento seguro. Algumas estratégias, como a intervenção educativa, vem demonstrando bons resultados. No presente estudo, o objetivo principal foi avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde, adesão ao tratamento e autoeficácia de pacientes que iniciaram o uso de anticoagulantes orais segundo a participação em um programa educativo (Grupo Intervenção) ou o recebimento do cuidado de rotina (Grupo Controle). Como objetivos secundários, comparamos o estado de saúde percebido e a presença de sintomas de ansiedade e depressão entre os grupos. Trata-se de um estudo experimental com designação aleatória em dois grupos (Intervenção ou Controle). Há aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa e registro na base ClinicalTrials.gov. Realizado no Hospital Estadual de Ribeirão Preto, foram incluídos pacientes que iniciaram o uso de anticoagulantes orais para tratamento clínico pela primeira vez, maiores de 18 anos e com avaliação cognitiva adequada. A estratificação e a aleatorização dos sujeitos foram obtidas por The Outpatient Bleeding Risk Index e por blocos, respectivamente. Envelopes coloridos foram usados na designação dos grupos. O programa educativo foi norteado pela Teoria de Bandura e composto por informações verbais e por escrito do tratamento dados durante a internação e contatos telefônicos para o reforço dessas informações na primeira e quarta semanas após a alta hospitalar do participante. Na coleta dos dados foram aplicados os instrumentos: caracterização sociodemográfica e clínica, Duke Anticoagulation Satisfaction Scale, Medidas de Adesão ao Tratamento, Hospital Anxiety and Depression Scale, Escala Visual Analógica. As análises foram feitas pelo IBM Statistical Package for Social Science (SPSS) version 21.0. Foram realizadas análises descritivas de frequência simples, de posição e de dispersão. Para a comparação das variáveis entre os grupos foi usado o teste T de Student não pareado. Para a comparação das frequências dos sintomas de ansiedade e depressão foi usada o teste Qui-quadrado ou o T de Student. Já a comparação das variáveis no início e no final do estudo em cada grupo foi obtida pelo teste T de Student pareado ou seu similar não paramétrico (teste de Wilcoxon). O Qui-quadrado foi aplicado para a comparação da ansiedade e depressão, antes e depois, em cada grupo. O nível de significância adotado foi de 5%. A comparação dos grupos mostrou características semelhantes, maioria de mulheres, casadas, idade próxima a 60 anos, Fibrilação Atrial ou Trombose Venosa Profunda como indicação para o início do anticoagulante oral. O Grupo Intervenção apresentou melhor qualidade de vida relacionada à saúde, maior adesão, maior autoeficácia diante do novo tratamento, o que possivelmente refletiu em menor ansiedade e depressão em relação ao Grupo Controle. Concluímos que a participação em um programa educacional proporcionou melhores desfechos em relação àqueles que receberam o cuidado de rotina. / Oral anticoagulants are drugs that act by increasing blood clotting time and are useful in the presence of certain diseases that lead to the formation of intravascular thrombi. Thus, constant controls of blood levels are necessary for a safe treatment. Some strategies such as educational intervention are showing good results. The main objective of the present study was to assess the quality of life related to health, adhesion to treatment and self-efficacy of patients who had started the use of oral anticoagulants according to the participation in an educational program (Intervention Group) or receiving routine care (Control Group). Secondary objectives were to compare the health status perceived and the presence of anxiety and depression symptoms between groups. This was an experimental study of random design conducted on two groups (Intervention and Control). The Research Ethics Committee approved the study, which was registered in the ClinicalTrials.gov database, and all subjects gave written informed consnet to participate. The study was conducted at the State Hospital of Ribeirão Preto and included patients who had started the use of oral anticoagulants for clinical treatment for the first time, who were older than 18 years and who had adequate cognitive function. The subjects were stratified and randomized using the Outpatient Bleeding Risk Index and by block, respectively. Colored envelopes were used for group allotment. The educational program was based on Bandura\'s theory and consisted of verbal and written information about the treatments applied during hospitalization and of telephone contacts for the reinfordcement of this information during the first and fourth weeks after hospital discharge of the patient. The following instruments were applied during data collection: sociodemographic and clinical characterization, Duke Anticoagulation Satisfaction Scale, Measurements of Adhesion to Treatment, Hospital Anxiety and Depression Scale, and Visual Analogue Scale. The analyses were carried out using the IBM Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) version 21.0. Descriptive analyses of simple frequency, position and dispersal were performed. The unpaired Student t-test was used to compare the variables between groups, and the Chi-square or Student t-test was used to compare the frequency of anxiety and depression symptoms, while the paired Student t-test or the non-parametric Wilcoxon test was used to compare the variables at the beginning and at the end of the study in each group. The Chi-square test was applied to compare anxiety and depression before and after the study in each group. The levels of significance was set at 5%. Group comparison showed similar characteristics, a majority of women who were married and aged close to 60 years, and atrial fibrillation or deep venous thrombosis as the indication of the use of an oral anticoagulant. The Intervention Group showed better quality of life related to health, greater adhesion, and more self-efficacy when receiving the new treatment, a fact that possibly reflected lower anxiety and depression compared to the Control Group. We conclude that the participation in an educational program provided better outcomes compared to patients who received routine care.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-25092013-162457 |
Date | 16 July 2013 |
Creators | Flávia Martinelli Pelegrino |
Contributors | Rosana Aparecida Spadoti Dantas, Ariana Rodrigues da Silva Carvalho, Camilo Molino Guidoni, Manoel Antonio dos Santos, Andre Schmidt |
Publisher | Universidade de São Paulo, Enfermagem Fundamental, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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