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Ser mulher e mãe cega - a (con)vivência social e cuidados maternos: dos enfrentamentos aos ensinamentos / Being a woman and a blind mother - social coexistence and maternal care:from coping to teaching

BEZERRA, C. P. Ser mulher e mãe cega - a (con)vivência social e cuidados maternos: dos enfrentamentos aos ensinamentos. 2014. 151 f. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2014. / Submitted by Erika Fernandes (erikaleitefernandes@gmail.com) on 2017-01-25T15:24:06Z
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Previous issue date: 2014-06-27 / In human beings’ development process, care attributes are fundamental. Not all the mothers that are caregivers might be completely healthy or still, have perfect functioning of their sense organs. Some physical disabilities might interfere in the care provided to their children and it is very important for health services to evaluate how these mothers feel and what their main difficulties with their children are. Although blind people do not see, they use touch, hearing and smell more precisely, what contributes to their autonomy. Disabled people also have difficulties in having a social life, not only for facing prejudice, isolation with decreased social and family relations and the stereotype imposed by the community, but also due to a lack of public policies that facilitate their access to transportation, housing, health services, education, in short, to basic needs that every citizen has the right to. The general aim of this study was to understand the meaning of being a blind mother in the perspective of women with visual disability. The study was descriptive and exploratory with a qualitative approach. The social situation in which this study was conducted involved blind mothers’ homes and outside spaces of experiences with their children from 0 to 10 years of age, in the period from April to October 2013. It was used as a methodological reference the ethnography and the theoretical references from the Coping Theory and from the Symbolic Interactionism. The population of the study was composed of four blind mothers. It was used the techniques of deep interviews, ethnographic participant observation and field diary. For data analysis and interpretation it was used the Grounded Theory, which allows one to achieve an explanatory theory through the data collected. One identified for the phenomenon as the main category “being a woman and a blind mother: from coping to teaching”, which occurs in the context of recognizing the kind of bond with health services and professionals, the perception of family support and the conflicts of marital relationship. For this phenomenon to happen, there are conditions that cause it, such as maternity’s experience and the appearance of visual impairment. The repercussions of disability in everyday life interfere in the decision making that shows how mothers deal with this phenomenon. To do so, they use strategies such as coping in order to take care, using resources to guarantee their children’s survival. Such actions generate as consequences the birth of a new mother, and finally, the attempt to continue living. Among these factors, women live maternity as an accomplishment that regulates their adult lives, making them similar to other mothers. It is realized that blind mothers, in spite of their sensory limitations, are able to provide care related to health, feeding and prevention of domestic accidents to their children from 0 to 10 years old. The conduction of such care measures in an appropriate and safe way was performed through coping strategies. Those strategies included the use of other senses and of a support social network. It is still considered that there is a lot to be changed in health services in search of disabled people’s accessibility. It is highlighted the need to follow legal standards in order to facilitate access of blind mothers and their children to public services. / No processo de desenvolvimento do ser humano, os atributos do cuidar são fundamentais. Nem todos as mães que são cuidadoras podem estar em seu pleno estado de saúde ou ainda, ter perfeito funcionamento dos seus órgãos dos sentidos. Algumas deficiências podem interferir no cuidado dos filhos e é muito importante para os serviços de saúde, avaliar como se sentem essas mães e quais as suas principais dificuldades na interação com os seus filhos. Embora às pessoas cegas falte a visão, elas utilizam o tato, a audição e o olfato com maior precisão, o que contribui para sua autonomia. A pessoa com deficiência encontra também dificuldades de participação na vida social, não só por enfrentar o preconceito, o isolamento com a diminuição das relações sociais e familiares e o estigma por parte da comunidade, mas também pela carência de políticas públicas que facilitem seu acesso ao transporte, à moradia, aos serviços de saúde, à educação, enfim, às necessidades básicas que os cidadãos têm direito. O objetivo geral deste estudo foi compreender o significado de ser mãe cega na perspectiva de mulheres com deficiência visual. O estudo foi do tipo descritivo, exploratório de abordagem qualitativa. A situação social em que desenvolvemos este estudo abrangeu o domicílio das mães cegas e ambientes extradomiciliares de convívio com seus filhos de 0 a 10 anos de idade, no período de abril a outubro de 2013. Utilizou-se como referencial metodológico a etnografia e os referenciais teóricos da Teoria do Enfrentamento (Coping Theory) e do Interacionismo Simbólico. A população do estudo foi composta por quatro mães cegas. Foram utilizadas as técnicas de entrevista em profundidade, observação participante etnográfica e diário de campo. Para a análise e a interpretação dos dados foi utilizada a Teoria Fundamentada em Dados, a qual proporciona que se atinja uma teoria explicativa para o fenômeno através dos próprios dados coletados. Foi identificado para o fenômeno como categoria central “ser mulher e mãe cega: dos enfrentamentos aos ensinamentos”, que ocorre em meio ao contexto de reconhecimento do tipo de vínculo com os serviços e profissionais de saúde, a percepção do apoio familiar e os conflitos de relacionamento conjugal. Para que este fenômeno ocorra são condições que o causam, como a vivência da maternidade, o surgimento da deficiência visual. As repercussões da deficiência no cotidiano interferem na tomada de ações que demonstram como essas mães lidam com o fenômeno. Para tanto, utilizam estratégias como enfrentamento para cuidar, utilizando recursos para garantir a sobrevivência dos seus filhos. Tais ações geram como consequências o nascimento de uma nova mãe e, por fim, a tentativa de ir levando a vida. Em meio a esses fatores, essas mulheres vivem a maternidade como uma realização normalizadora para sua vivência adulta, colocando-as em igualdade com as demais mães. Percebemos que as mães cegas, apesar de suas limitações sensoriais, são capazes de prestar os cuidados relacionados à saúde, alimentação e prevenção de acidentes domésticos aos seus filhos de 0 a 10 anos de idade. A realização de tais cuidados de maneira adequada e segura se dava através da utilização de estratégias de enfrentamento. Tais estratégias incluíam o uso dos sentidos remanescentes e da rede social de apoio. Considera-se, ainda, que muito necessita ser transformado nos serviços de saúde em busca da acessibilidade da pessoa com deficiência. Evidencia-se a necessidade de cumprir os padrões legais em busca do acesso facilitado a essas mães cegas e seus filhos nos serviços públicos.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.repositorio.ufc.br:riufc/21791
Date27 June 2014
CreatorsBezerra, Camilla Pontes
ContributorsMachado , Márcia Maria Tavares
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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