Contexto: O treinamento físico, especialmente aeróbico e combinado, é fortemente indicado no controle do diabetes tipo 2 (DMT2). Porém, faltam estudos investigando os efeitos desses modelos de treinamento em pacientes com DMT2 treinando em meio aquático, o qual parece ser uma interessante possibilidade terapêutica. Objetivo: Comparar os efeitos de dois modelos de treinamento em meio aquático com similar duração (hidroginástica aeróbica e hidroginástica combinada) no controle do DMT2. Delineamento: Ensaio clínico controlado randomizado, em paralelo. Métodos: Cinquenta e sete pacientes com DMT2 foram aleatoriamente alocados em um grupo de treinamento aeróbico (GTA) em meio aquático (n=19), um grupo de treinamento combinado (GTC) em meio aquático (n=19) ou um grupo controle (GC), que realizou sessões de alongamento e relaxamento (n=19). As intervenções tiveram duração de 15 semanas, realizadas em três sessões semanais (60 minutos/sessão), com intensidade do treinamento aeróbico progredindo de 85 a 100% da frequência cardíaca do limiar anaeróbico durante as intervenções. O componente de força no treinamento combinado teve intensidade mantida em velocidade máxima com durações de séries pré-determinadas. Todos os desfechos foram avaliados antes e após as 15 semanas de intervenção. Os dados foram analisados por-protocolo (PP) e por intenção de tratar (ITT). As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se equações de estimativas generalizadas, com post-hoc de Bonferroni, adotando-se um α de 0,05. Resultados: Os pacientes tiveram idade de 59,9 ± 7,7 anos. Reduções nos níveis de hemoglobina glicada foram observadas em todos os grupos nas duas análises realizadas (PP - GTA: - 0,36%, GTC: - 0,44%, GC: - 0,26%) Aumento nos níveis de atividade física em atividades moderadas, vigorosas e no somatório de atividades físicas e uma redução no tempo sentado em dias de semana ocorreram em todos os grupos, nas duas análises realizadas (p < 0,05). Glicemia de jejum e HOMA foram reduzidas somente no GTA pela análise ITT (p < 0,05). A análise PP demonstrou redução dos níveis de colesterol total e HDL (p < 0,05), enquanto as duas análises demonstraram redução dos níveis de LDL (p < 0,05), todos sem diferenças entre grupos. Os níveis de cortisol, a relação testosterona:cortisol e a força máxima de flexão de cotovelos foram aumentados apenas no GTC (p < 0,05). A força resistente na flexão de cotovelos melhorou apenas no GTA e no GTC (p < 0,05). Os desfechos consumo de oxigênio de pico e no segundo limiar ventilatório, pressão arterial diastólica, força máxima de extensão de joelhos, força resistente de extensão de joelhos e flexão de cotovelos, mobilidade funcional em velocidade usual, qualidade de vida geral e no domínio psicológico, sintomas depressivos e qualidade do sono melhoraram em todos os grupos (p < 0,05), sem diferença entre eles, resultados demonstrados nas duas análises (PP e ITT). A frequência cardíaca de repouso, a mobilidade funcional em velocidade máxima e a qualidade de vida no domínio físico demonstraram melhora nos três grupos, sem diferença entre eles, porém apenas pela análise ITT (p < 0,05). Conclusões: Intervenções em meio aquático proporcionam benefícios no controle do DMT2, podendo a hidroginástica de caráter aeróbico e combinado maximizar os efeitos metabólicos, cardiorrespiratórios e neuromusculares, com mínimas diferenças entre estas duas modalidades. / Context: Physical training, especially aerobic and combined, is very indicated for type 2 diabetes (DMT2) control. However, there are few studies investigating the effects of these training models in patients with DMT2 in aquatic environment, which appears to be an interesting therapeutic possibility. Objective: To compare the effects of two water-based training interventions with similar duration (water-based aerobic training and water-based combined training) on DMT2 control. Design: Randomized controlled clinical trial, in parallel. Methods: Fifty-seven patients with DMT2 were randomly assigned to an aquatic aerobic training group (GTA; n=19), an aquatic combined training group (GTC; n=19) or a control group (GC; n = 19), that performed stretching and relaxation sessions. Interventions had duration of 15 weeks, performed in three weekly sessions (60 min/session), with intensity of the aerobic training progressing from 85% to 100% of heart rate of anaerobic threshold during interventions. The resistance component in the combined training was maintained at maximum speed with predetermined durations of sets. All outcomes were evaluated at baseline and 15 weeks after interventions. Data were analyzed per-protocol (PP) and by intention-to-treat (ITT). Statistical analyses were performed by generalized estimating equations, with post-hoc of Bonferroni, α = 0.05. Results: Patients were 59.9 ± 7.7 years old. Reductions on glycated hemoglobin levels were observed in both analyses performed (PP - GTA: - 0.36%, GTC: - 0.44%, GC: - 0.26%) Increase in physical activity levels in moderate, vigorous and in the sum of physical activities and a reduction in sitting time in weekly days occurred in all groups, in both performed analysis (p < 0.05). Fasting glucose and HOMA were reduced only in GTA by ITT analysis (p < 0.05). Total cholesterol and HDL were reduced in the PP analysis (p < 0.05), while LDL was reduced in both analyzes (p < 0.05), without differences between groups. Cortisol levels, testosterone:cortisol ratio and maximal strength in elbow flexors were increased only in GTC (p < 0.05). Resistance strength of elbow flexors improved only in GTA and in GTC (p < 0.05). Peak oxygen uptake, oxygen uptake in the second ventilatory threshold, systolic blood pressure, diastolic blood pressure, maximal strength of knee extensors, resistance strength of knee extensors and elbow flexors, functional mobility at usual speed, overall quality of life and in the psychological domain, depressive symptoms and sleep quality improved in all groups (p < 0.05), without difference between them, with results demonstrated in both analyzes (PP e ITT). Resting heart rate, functional mobility at maximal speed and quality of life in the physical domain improved in the three groups, without difference between them, however only by ITT analysis (p < 0.05). Conclusions: Interventions in aquatic environment provide benefits in type 2 diabetes control, being water-based aerobic training and water-based combined training able to maximize the metabolic, cardiorespiratory and neuromuscular effects, with minor differences between these two modalities.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume56.ufrgs.br:10183/156794 |
Date | January 2016 |
Creators | Delevatti, Rodrigo Sudatti |
Contributors | Kruel, Luiz Fernando Martins |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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