Return to search

Depois da desaparição : vida, arte e imagem (Argentina 1976-2013)

Este trabalho aborda uma série de práticas da arte e da imagem enquanto contramedidas aos vazios abertos pela violência da desaparição como metodologia sistematizada de extermínio na Argentina. Esta abordagem visa dimensionar tais práticas em relação, primeiro, às especificidades da violência da desaparição, suas consequências e desdobramentos e, segundo, aos alcances e às limitações dos usos e sentidos da imagem consolidados no senso comum ocidental. Em relação a isto, em primeiro lugar, a desaparição tem sua própria especificidade em relação a um imaginário comum ocidental, que atrela a ideia de atrocidade a uma visualidade determinada. Neste sentido, a desaparição como violência que não deixa vestígios concretos do seu acontecimento também é inadequável a uma ilusão de onicontemplação, esta última também consolidada no senso comum da cultura midiatizada moderna e contemporânea. Diante destas circunstâncias, a práxis da arte surge como uma alternativa para lidar com as especificidades materiais, simbólicas e afetivas da desaparição. As práticas da arte e da imagem também surgem como uma reação frente ao projeto dos autores intelectuais da desaparição que pretendiam, além da eliminação, determinar a não-existência das suas vítimas. Por outro lado, as práticas da arte e da imagem também surgem como alternativas enunciativas diante da impossibilidade do testemunho dos sobreviventes da situação-limite da desaparição. Por último, os familiares dos desaparecidos também lançam mão das práticas da arte e da imagem, principalmente através da fotografia, como uma maneira de lidar política, simbólica e afetivamente com a complexa e específica ausência dos seus seres amados. / This work approaches a series of art and image practices as countermeasures to the opened emptiness generated by the violence of disappearing as a systematized methodology of extermination in Argentina. This approach aims to dimension those practices in relation to: first the specificities of the disappearance, and its consequences and unfolding, and second, by understanding the limitations and the reach of image, considering both its use and meaning, in the western common sense. In the first place, the disappearing has its own specificity towards a western common imaginary that links the idea of atrocity to a determined visuality. In this manner, the disappearance (as violence that does not leave concrete vestige of its event) also does not suit to an omnicontemplation illusion, being the latter also consolidated to the common sense of the mediatized modern and contemporary culture. Within this context, the praxis of art emerges as an alternative to deal with the material, symbolic and affective specificities of disappearing. Also, the practices of art and image emerge as a reaction to the architects of the disappearances who intended not only the elimination but also to determine the non-existence of their victims. Another aim for the use of art and image emerges as enunciative alternatives before the impossibility of testimony of the survivors of the limit-situation of disappearing. Finally, the relatives of the missing also draw on the practices of art and image, especially through the use of photography. Their intention is to deal with the complex and specific absence of their beloved ones in political, symbolical and affective way.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume56.ufrgs.br:10183/87675
Date January 2013
CreatorsMontero, Rodrigo
ContributorsSantos, Alexandre Ricardo dos
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.002 seconds