Visando estudar o posicionamento da indústria avícola frente às restrições do mercado consumidor europeu, foi conduzida uma pesquisa empírica que consistiu em se verificar as mudanças contratuais ocorridas entre as indústrias avícolas e de premix e o produtor de grãos, levando-se em consideração as exigências do consumidor europeu quanto à qualidade do alimento. Utilizou-se como referencial teórico a Nova Economia Institucional (NEI) e a Teoria da Economia dos Custos de Transação (ECT). A pressuposição central desse trabalho baseou-se nas exigências do consumidor europeu, e a indústria avícola brasileira procura se adequar e garantir a qualidade dos alimentos que produz utilizando formas contratuais mais restritivas com seus fornecedores. Como consequência, contratos cada vez mais específicos estão sendo feitos entre a indústria avícola, as empresas de premix e os fornecedores de grãos. Como método de pesquisa, foi empregado um questionário, enviado para as 17 empresas avícolas habilitadas a exportar para a União Europeia, contemplando questões sobre produção, sobre a relação das empresas com seus clientes europeus e com seus fornecedores de matéria-prima (frango, grãos e premix). Pelo fato de as variáveis terem sido do tipo qualitativas, o instrumental analítico adotado foi a análise univariada, sendo os dados codificados e tabulados posteriormente. A pesquisa foi complementada com três estudos de caso. Com taxa de retorno de 47,05% dos questionários, detectou-se que o nível de preocupação dos clientes em relação à segurança do alimento mostra-se altíssimo (média 4 numa escala de 0-4), em 4 tipos de clientes: indústria, supermercado, restaurante, traders. Verificou-se que os programas de qualidade exigidos pelos clientes são: Análise de Riscos e Pontos Críticos de Controle (HACCP), Procedimento Padrão de Sanitização e Higiene Operacional (SSOP) e Boas Práticas de Fabricação (BPF), com 90,24%, 87,80% e 82,92%, respectivamente. A exigência da implantação do sistema de rastreabilidade foi de 60,97% para 41 clientes. As exigências dos clientes europeus em relação à matéria-prima mostraram que, com os dados agrupados dos 41 clientes, os itens:"não usar ingredientes de origem animal"e"não usar promotores de crescimento", tiveram frequência de 24 e 22, representando 58,53% e 53,65% respectivamente. Observou-se que as outras exigências listadas:"não usar aditivos","não usar grãos geneticamente modificados"e"não usar antibióticos"também se aproximam das citadas anteriormente, com 48,78%, 43,90% e 39,02%, respectivamente. Em relação aos fornecedores de matéria-prima, 100% das empresas adquiriam a matéria-prima frango, antes de 1996, via contrato integrado, e atualmente, continuam comprando da mesma forma. Verificou-se que 37,5% das empresas compravam grãos via mercado e que, após a intensificação da legislação europeia com relação à proibição do uso de grãos geneticamente modificados, as mesmas empresas afirmaram que nada mudou. Constatou-se, dentre as empresas que responderam ao questionário, que nenhuma delas produz o seu próprio premix. O premix é comprado de uma empresa que o prepara conforme as exigências de cada cliente. Os resultados permitem concluir que houve mudanças nas relações contratuais entre as empresas com seus fornecedores de matéria-prima / not available
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-20181127-162142 |
Date | 07 January 2004 |
Creators | Dörr, Andrea Cristina |
Contributors | Marques, Pedro Valentim |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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