Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O mercúrio é um metal pesado que vem sendo reconhecido como um poluente potencialmente perigoso no ecossistema marinho devido à sua alta toxicidade e tendência a sofrer bioacumulação nos organismos e biomagnificação através das teias tróficas, podendo ser encontrado em elevadas concentrações em predadores de topo, como os atuns. O objetivo do presente estudo foi utilizar atuns e afins (Thunnus atlanticus, Thunnus albacares, Katsuwonus pelamis, Euthynnus alletteratus, Coryphaena hippurus e Sarda sarda) como indicadores da disponibilidade de mercúrio total (HgT) nas teias tróficas oceânicas do Rio de Janeiro. Os indivíduos foram coletados no período entre Fevereiro de 2009 a Janeiro de 2010, no desembarque pesqueiro da cidade de Cabo Frio, no Estado do Rio de Janeiro, no Sudeste do Brasil. A determinação das concentrações de mercúrio total foi baseada em Malm et al. (1989) e Bastos et al. (1998). As alíquotas de músculo e fígado foram digeridas através de uma mistura de ácidos e as concentrações de mercúrio total foram determinadas por espectrofotometria a vapor frio (FIMS-400, Perkin-Elmer). A precisão e exatidão dos métodos analíticos foram determinadas utilizando os materiais certificados, DORM-3 e DOLT-4, (NRC, Canadá). Os dados foram analisados estatisticamente através do programa STATISTICS 7.0 for Windows. As concentrações de mercúrio total (HgT) encontradas nos atuns e afins variaram significativamente entre as espécies para o músculo e fígado. As menores concentrações foram registradas em Coryphaena hippurus, (0,008 mg. Kg-1 no músculo e 0,003 mg. Kg-1 no fígado), enquanto as maiores concentrações foram reportadas no músculo de Thunnus atlanticus (1,300 mg. Kg-1) e no fígado de Sarda sarda (2,495 mg. Kg-1). Foram encontradas diferenças significativas entre as concentrações de mercúrio total musculares e hepáticas para Katsuwonus pelamis, Euthynnus alletteratus e Sarda sarda, com as concentrações mais elevadas encontradas no fígado. Além disso, o tamanho e o peso dos indivíduos foram fatores importantes, sendo positivamente correlacionados com as concentrações de mercúrio total em todas as espécies, com exceção das concentrações hepáticas encontradas em Katsuwonus pelamis e Euthynnus alleteratus. Ademais, nove indivíduos mostraram altas concentrações musculares, acima de 0,5 mg.Kg-1, limite máximo estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em peixes predadores para consumo humano. Estes resultados são preocupantes, uma vez que podem representar potencial risco à saúde. Considerando o mercúrio um micro poluente tóxico, as elevadas concentrações encontradas nesses peixes, podem causar efeitos neles e em seus consumidores. Portanto, é importante um contínuo monitoramento de peixes para auxiliar na sua conservação e permitir identificar quais espécies podem ser consumidas e com qual frequência. / Mercury has been recognized as a global pollutant potentially dangerous in the marine environment due its high toxicity and tendency to bioaccumulate in the organisms and undergoes biomagnification through food webs, being found in high concentrations in top predators, such astuna. The objective of the present study is use tuna and tuna-related fishes (Thunnus atlanticus, Thunnus albacares, Katsuwonus pelamis, Euthynnus alletteratus, Coryphaena hippurus and Sarda sarda) as indicators of the availability of total mercury (THg) in oceanic food webs of Rio de Janeiro.The individuals were collected between February of 2009 and January of 2010, in the fishing landing of the city of Cabo Frio, in Rio de Janeiro state, Southeastern Brazil. The total mercury (THg) determination was based on Malm et al. 1989 and Bastos et al. 1998. The aliquots of muscle and liver were digested with an acid mixture and THg concentrations were determined by Cold Vapor/AAS (FIMS-400, Perkin-Elmer). The accuracy and precision were determined by using DORM-3 and DOLT-4 (NRC, Canada).The results were analyzed statically throughout the program SATISTICS 7.0 for Windows. Total mercury concentrations (THg) found in tuna and tuna-related species varied significantly among themfor muscleand the liver. The lowest concentrations were found in Coryphaena hippurus, (0.008 mg. Kg-1 in the muscle and 0,003 mg. Kg-1 in the liver) while the highest concentrations were reported in the muscle of Thunnus atlanticus (1.300 mg. Kg-1) and in the liver of Sarda sarda (2.495 mg. Kg-1). In addition, it was found significantlydifferencesbetween total mercury hepatic and muscular concentrationsfor Katsuwonus pelamis, Euthynnus alletteratus and Sarda sarda with the highest total mercury concentrations registered in the liver.Furthermore, the size and weight were important factors, being positive significantly correlated with total mercury concentrations for all species, with exception of Katsuwonus pelamis and Euthynnus alleteratus in the liver. Nine individuals showed high muscular concentrations, above 0.5 mg.Kg-1, maximum established by the World Health Organization (WHO) in fishes for human consumption. These results are of concern, since may represent potential health risk. Considering mercury as a toxic micro pollutant, the high concentrations found in these fishes, may cause effects in themselves and their consumers.Thus, its important a continuous monitoring of fishes to help its conservation and allow to identify which species can be consumed and how often.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:BDTD_UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:5934 |
Date | 26 February 2015 |
Creators | Bárbara Manhães Moura Reis |
Contributors | José Lailson Brito Junior, Tatiana Lemos Bisi, Alexandre de Freitas Azevedo, Olaf Malm |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-graduação em Oceanografia, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0028 seconds