O tecido ósseo é afetado tanto pela obesidade como por tratamentos radicais, com acentuada perda de peso. A Cirurgia Bariátrica (CB) tem se mostrado mais efetiva para o tratamento da obesidade grave, mas com dados de deterioração de massa óssea e até aumento de risco de fraturas. Este estudo visou avaliar o impacto da perda rápida de peso induzida por CB em períodos recente (um ano) e tardio (cinco anos) sobre a massa óssea de sujeitos obesos. Em particular, houve interesse em investigar a associação da Adiposidade de Medula Óssea (AMO) com a massa óssea, sendo avaliados três grupos: um formado por indivíduos normais controles; um por obesos após o 1º ano de CB; e o grupo de obesos após o 5º ano de CB. Realizaram-se exames de densitometria óssea; espectroscopia por ressonância magnética de coluna e abdome; exames bioquímicos para avaliação da massa óssea, AMO, e gordura visceral e hepática; e avaliação hormonal e de fatores sistêmicos que influenciam o metabolismo ósseo e energético. Foi feito um ajuste da Densidade Mineral Óssea (DMO) pelo peso a partir do cálculo da taxa de DMO, dividido por quilo de peso, sendo a DMO QT maior no grupo Controle, intermediária no grupo 1º Ano CB e menor no grupo 5º Ano CB. Houve associação do peso com a DMO, mostrando a influência daquele sobre a massa óssea e presença de fratura por fragilidade nos grupos operados. Notaram-se o incremento de Paratormônio (PTH), a redução de calcemia em longo prazo e a correlação negativa de PTH com DMO de antebraço também em longo prazo. O telopeptídeo do colágeno tipo I (CTX) se correlacionou negativamente com a DMO L1-L4 no grupo 5º Ano CB, e não houve correlação entre os valores de insulina, osteocalcina, leptina, adiponectina e grelina com a massa óssea. Foi documentado o aumento de AMO nos pacientes submetidos à CB em longo prazo (cinco anos), além de associação negativa do constituinte saturado da AMO com a DMO L3. Constataram-se maiores valores de Tecido Adiposo Subcutâneo (TAS) nos obesos cirúrgicos, a despeito de quantidades semelhantes de Tecido Adiposo Visceral (TAV) em todos os grupos, sinalizando uma melhor composição corporal após a CB. A partir de um comportamento diferente de AMO, TAS e TAV, propõe-se a hipótese de que a AMO pode servir de depósito de energia nesse estado de deprivação/disabsorção. / Bone tissue is affected by both obesity and radical treatments, with marked loss of weight. Bariatric Surgery (BS) has been shown to be more effective for the treatment of severe obesity, but with data on bone mass deterioration and even an increased risk of fractures. The study aimed to evaluate the impact of rapid weight loss induced by BS in recent (one year) and late (five years) periods on the bone mass of obese subjects. In particular, there was an interest in investigating the association of Bone Marrow Adiposity (BMA) with bone mass, and three groups were evaluated: one was formed by normal control individuals; one for obese patients after the first year of BS; and the obese group after the 5th year of BS. Bone densitometry tests; magnetic resonance spectroscopy of spine and abdomen; biochemical tests for evaluation of bone mass, BMA, visceral and liver fat; and evaluation of hormonal and systemic factors that influence the bone and energy metabolism were performed. Bone Mineral Density (BMD) was adjusted by weight from the calculation of BMD rate, divided by kilogram of weight, with BMD QT being higher in the Control group, intermediate in the 1styear BS group and lower in the 5th-year BS group. There was an association between weight and BMD, showing its influence on bone mass and the presence of fracture by fragility in the operated groups. The increase in Parathormone (PTH), the reduction of calcemia in the long term and the negative correlation of PTH with the BMD of forearm were also noted in the long term. Telopeptide of type I procollagen (CTX) correlated negatively with L1-L4 BMD in the 5th-year BS group, and there was no correlation between insulin, osteocalcin, leptin, adiponectin and ghrelin levels with bone mass. It was documented the increase of BMA in patients submitted to BS in the long term (five years), besides a negative association of the saturated constituent of BMA with L3 BMD. Greater values of Subcutaneous Adipose Tissue (SAT) were observed in obese patients, despite similar amounts of Visceral Adipose Tissue (VAT) in all groups, signaling a better body composition after BS. From a different behavior of BMA, SAT and VAT, the proposed hypothesis is that BMA can serve as a deposit of energy in this state of deprivation/disabsorption.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-22112018-082435 |
Date | 10 September 2018 |
Creators | Alencar, Maria Augusta Viana de Sousa Diogo |
Contributors | Paula, Francisco Jose Albuquerque de |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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