Return to search

O céu que nos protege: a desertificação das relações humanas

Made available in DSpace on 2016-06-02T20:23:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1
6353.pdf: 8197482 bytes, checksum: 356b8b77df8890e88550bac84e89bc2f (MD5)
Previous issue date: 2014-06-09 / Financiadora de Estudos e Projetos / And the world at full speed, with its re-engineering and mass production, would bring hope to men. It was possible to believe in the prosperity of technique as a compensation for the gap imposed by the Second World War. In a blend of sepia and black and white, reminder of a bygone cinema, the screen is filled as progress, speed and the principle of quantitative values are announced. Industries and factories, cars and trams, dynamism and rush, skyscrapers and neon: here is the synthesis of the universe portraited in the beginning of The sheltering sky (1990), by Bernardo Bertolucci. As colours invade the screen, through a sequence of shots, as they indicate new happenings, the essence of all that excess was made as though it was pulled away with tweezers: Port, Kit and Tunner would lead, starting from that diegetic instant, not only their own peculiarities, but also the universalization they fitted in. Thus, in the face on the mentioned anticipating elements of a leading image for the awake senses of the spectators, we seek to analyze Bertolucci s film in the meanderings of its own historical contextualization in which the characters are inserted, since they would be sharp representation of a recent second post-war, and they saw their own rebuilding in the progress of technique and therefore, through this idealization, they walked forward searching for the compensation of intrinsic gaps. But it is clear that the characters behaviour will not be restricted to the 50s but rather on the contrary, once in earlier circunstances the individuals can be seen in the look for a path, a way out from their loneliness or any other aspect concerning the sense of their existence. In the same way, nowadays , by the means of a visible technology serving a market in constant renovation, anchors reshaped in new disguises are evident, remoulding the idea of new , are evident, and these are constantly committed to the compensation of an existencial void, of a crossing in the quest for a hold for the individual. So, starting from the very genesis of the film precursor tracks common to the creative progress, of which there are no certainties, but intuition, deduction sensitive to the heterogeneous remittance of art, the route narrated in each segment of the film will be establishing itself gradually, always by the light of a methodology fit to outline each character by their own action in order to insert them in the categories given by the diegesis itself, such as travellers, tourist and those who would be in the simultaneity of those determinations, which we can name passengers all of this indicating different manners of seeing the world. Alongside whit those classifications, it is sought to establish the very path of the aesthetic element through the trails of those individuals, first in a fleeting principle, that is, easily falling in forgetfulness, through the linkage of a time in synchrony with the past of tradition, with the present of its fulfillments and with the future pointing at wherever there may be a look of reception. Thus, between the ephemerity of things and the firmness of senses, between men s trends in the front of their supposed arts and of the perennial building of the individual mirroring himself in the immortality of the artistic object, this analysis of the film The sheltering sky begins. / E o mundo a todo vapor, com sua reengenharia e produção em série, trazia a esperança ao homem. Poder-se-ia acreditar na prosperidade da técnica como um preenchimento da lacuna instaurada pela Segunda Guerra Mundial. Em uma mistura de sépia e preto e branco, reminiscência de um cinema de outrora, a tela se enche a anunciar o progresso, a rapidez e o princípio de valores quantitativos. Indústrias e fábricas, automóveis e bondes, dinamismo e pressa, arranha-céus e letreiros: eis a síntese do universo retratada no início do filme O céu que nos protege (1990), de Bernardo Bertolucci. Quando, mediante as sucessões de planos, as cores invadem a tela, como se fossem indicação de um novo acontecimento, fez-se como se tirado com uma pinça, o essencial de todo aquele excesso: Port, Kit e Tunner conduziriam, a partir daquele instante diegético, não só suas respectivas particularidades, mas a universalização na qual se inseriam. E assim, frente aos citados elementos antecipadores de uma imagem-guia aos sentidos despertos do espectador, almeja-se uma análise do filme de Bernardo Bertolucci nos meandros da própria contextualização histórica na qual os personagens estão inseridos, a saber que eles seriam representações contundentes de um recente pós- Segunda Guerra, e que viam no progresso da técnica a reconstrução de si mesmos, e, portanto, através dessa idealização, caminhavam sempre em frente em busca do preenchimento de lacunas intrínsecas. Mas é evidente que o comportamento dos personagens não se tornará estanque à década de 1950, pelo contrário, já que em instâncias anteriores, vê-se o indivíduo em busca de um caminho, de um deslocar-se da própria solidão ou de qualquer outro aspecto referente ao sentido de sua existência. Da mesma forma, na atualidade, mediante a visível tecnologia a serviço de um mercado em constante renovação, são evidentes as âncoras reconfiguradas em novas roupagens remodelando a ideia do novo , e constantemente a serviço de um preenchimento do vazio existencial, de uma travessia em busca de um amparo para o indivíduo. Assim, partindo-se da própria gênese do filme rastros precursores comuns ao processo criativo, do qual não há certezas, mas intuições, deduções sensíveis à remessa heterogênea da arte, estabelecer-se-á, paulatinamente, o percurso narrado de cada segmento do filme, sempre à luz de uma metodologia apta a delinear cada personagem mediante suas respectivas ações, a fim de inseri-los nas categorias dadas na própria diegese, como viajantes, turistas e aqueles que estariam na simultaneidade de tais determinações, que podemos denominar 'passageiros' tudo indicando as diferentes formas de se enxergar o mundo. Paralelamente a tais classificações, busca-se, através dos rastros de tais indivíduos, estabelecer o próprio caminho do elemento estético, ora em um princípio fugaz, portanto, caindo facilmente no esquecimento, ora mediante a concatenação de um tempo em sincronia com o passado das tradições, com o presente de suas realizações e com o futuro apontando para todos os lados onde houver um olhar da recepção. Assim, entre a efemeridade das coisas e a solidez dos sentidos, entre o modismo dos homens frente a suas supostas artes e a perene construção do indivíduo a se espelhar na imortalidade do objeto artístico, inicia-se a presente análise do filme O céu que nos protege.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufscar.br:ufscar/5623
Date09 June 2014
CreatorsRodrigues, Ana Claudia
ContributorsMonzani, Josette Maria Alves de Souza
PublisherUniversidade Federal de São Carlos, Programa de Pós-graduação em Imagem e Som, UFSCar, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSCAR, instname:Universidade Federal de São Carlos, instacron:UFSCAR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0033 seconds