Return to search

Alguns aspectos do comportamento de oviposição de fêmeas selvagens de Zabrotes subfasciatus (Coleoptera, Bruchidae) em condições de privação do hospedeiro. / Some aspects of the oviposition behavior of wild Zabrotes subfasciatus (Boheman)females (Coleoptera, Bruchidae) under conditions of host deprivation.

Zabrotes subfasciatus é considerado um dos principais predadores de sementes da espécie Phaseolus vulgaris, causando sérios prejuízos para esta espécie em armazenagem. Este trabalho teve como objetivo conhecer alguns dados do comportamento de oviposição das fêmeas de Z. subfasciatus (Coleoptera, Bruchidae) que ainda são desconhecidos. Foi estudada a oviposição de Z. subfasciatus em P. vulgaris, ao longo de toda a vida e em situações de privação do hospedeiro, logo após a emergência dos adultos, por períodos determinados de 1 a 10 dias. Foi utilizada apenas uma variedade de P. vulgaris: rosinha. O trabalho foi dividido em 2 fases, realizadas concomitantemente. Na primeira fase, foi estudada a variação da oviposição, ao longo do tempo de vida total das fêmeas, sem e com privação do hospedeiro, por até 10 dias, bem como a variabilidade entre as fêmeas dentro de cada grupo, observando as estratégias de cada uma delas no interior de cada grupo. Foram analisados vários parâmetros, como: número de ovos colocados diariamente, a longevidade, o período de oviposição e o número de ovos colocados por cada fêmea dentro de cada grupo. O número de ovos depositados por dia variou estatisticamente, sendo que o pico de oviposição na presença do hospedeiro (Grupo Controle) ocorreu entre o 2o e 5o dia de postura. A longevidade média foi de 11,1±1,8; o período de oviposição médio foi de 8,7±1,1 dias e o número de ovos colocados por cada fêmea ao longo da vida foi de 37,0±9,3. Nos Grupos em que houve privação do hospedeiro, também observou-se que o número de ovos colocados por dia foi diferente estatisticamente, sendo que o pico de oviposição ocorreu sempre no 1o. dia seguinte à privação, com exceção do nível 1, em que o pico ficou entre os dias 1 e 4 (após a presença do hospedeiro). A fecundidade máxima de cada grupo diminuiu, mas só foi diferente estatisticamente a partir do nível 6 (6 dias sem o hospedeiro), sendo que a média foi de 13,9±9,2 ovos, quando o tempo de espera foi de 10 dias. Isso sugere que em até 5 dias de privação, Z. subfasciatus consegue manter sua capacidade de postura, graças a uma boa retenção dos seus ovos e, a partir do 6o dia, há, provavelmente, uma reabsorção. A longevidade foi maior nos Grupos de Privação do hospedeiro a partir do nível 3, em relação ao Grupo Controle, mas o período de oviposição foi menor (4,3±4,6 dias no nível 10) a partir do nível 1, em relação ao Grupo Controle. O número de ovos colocados por todas as fêmeas, tanto no Grupo Controle como nos de Privação, não diferiu, indicando assim que não há variabilidade intraespecífica dentro de cada grupo. Na segunda fase, o objetivo foi comparar a distribuição dos ovos por grão, no Grupo em que não houve privação do hospedeiro (Controle) e nos Grupos em que houve privação por 2, 5, 8 e 10 dias, respectivamente. Foi constatado que as fêmeas privadas do hospedeiro por 5 e 8 dias apresentaram maior número de grãos com 4 ou mais ovos, no 1o dia de oviposição (1,4 grão em média), em relação ao Grupo Controle e as fêmeas que ficaram privadas do hospedeiro por 2 e 10 dias (0,8 grão em média). Quanto ao número de grãos com 1 ou nenhum ovo, observou-se que o Grupo Controle e os Grupos em que houve privação do hospedeiro por 8 e 10 dias apresentaram um maior número de grãos (3,2 grãos em média) em relação aos demais (2,1 grãos em média), no 1o dia de oviposição. E quanto ao número de ovos no grão com mais ovos, observou-se que ocorreu um maior número de ovos em todos os Grupos Privados (5,1 ovos/ grão em média), em relação ao Grupo Controle (1,9 ovo/ grão, em média). / Zabrotes subfasciatus is considered to be one of the main predators of Phaseolus vulgaris seeds, causing severe damage to this species during storage. The aim of the present study was to investigate some aspects of the oviposition behavior of Z. subfasciatus (Coleoptera, Bruchidae) females that are still unknown. The oviposition of Z. subfasciatus on P. vulgaris was studied along the entire life cycle of the parasite and in situations of host privation, right after the emergence of the adults, for periods of time ranging from one to ten days. Only one variety of P. vulgaris ("rosinha") was used. The study was divided into two parts carried out concomitantly. In the first part, the variation of oviposition along the total lifetime of the females was studied, with and without host privation up to ten days, as well as the variability among the females inside each group, with individual observation of the strategies of each insect. Several parameters were analyzed: number of eggs laid daily, longevity, oviposition period and number of eggs laid per female inside each group. The number of eggs laid per day varied significantly and the peak oviposition in the presence of the host (Control Group) occurred between the second and the fifth day after deposition. The mean longevity was 11.1 ± 1.8 days, the mean oviposition period was 8.7 ± 1.1 days and the number of eggs laid by each female along their lives was 37.0 ± 9.3. In the groups submitted to host privation the number of eggs deposited per day was significantly different, with peak oviposition occurring always on the first day after privation, except for level 1 where the peak was observed between the first and fourth days (after the presence of the host). The maximum fecundity of each group has reduced, but the difference was statistically significant only when level 6 (six days without the host) and higher levels were reached, the average being 13.9 ± 9.2 eggs when the waiting time was ten days. This suggests that, for up to five days of privation, Z. subfasciatus is able to maintain its oviposition capacity thanks to the good retention of its eggs. After the sixth day, however, reabsorption is likely to occur. The longevity of the groups submitted to host privation from level 3 to higher levels was longer than the longevity of the Control Group, but the oviposition period from level 1 to higher levels (4.3 ± 4.6 days at level 10) was lower than in the Control Group. The number of eggs laid by all females in the Control and Privation Groups did not differ, thus indicating that there is no intraspecific variability inside each group. In the second part of the experiment, the aim was to compare the distribution of eggs per grain in the group where there was no host privation (Control) and in the groups where privations of 2, 5, 8 and 10 days were imposed. The females kept under host privation for 5 and 8 days presented a larger number of grains with four or more eggs on the first day of oviposition (average of 1.4 grains) compared with the Control Group and with the females that were kept under host privation for 2 and 10 days (average of 0.8 grains). As regards the number of grains with one or no egg, the Control Group and the groups submitted to host privation for 2 and 10 days presented a larger number of grains (average of 3.2 grains) in relation to the others (average of 2.1 grains) on the first day of oviposition. As regards the number of eggs on the grains with a larger content of eggs, the number of eggs was larger in all the Privation Groups (average of 5.1 eggs/grain) in relation to the Control Group (average of 1.9 eggs/grain).

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-15072003-083516
Date13 December 2001
CreatorsSperandio, Luzia Aparecida Alexandre
ContributorsZucoloto, Fernando Sergio
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeDissertação de Mestrado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

Page generated in 0.0028 seconds