A emergência de práticas engajadas a utilizar os mapas como instrumento de contestação, como é o caso da metodologia de mapeamento participativo, aliada a efervescência teórica em torno de fazer a crítica aos mapas, sobretudo a partir de Brian Harley, constitui a cartografia crítica. Os mapas participativos surgem como proposta para fortalecer a defesa de comunidades tradicionais em contexto de conflito territorial. Assim, uma infinidade de experiências e técnicas é desenvolvida com a proposta de contrapor representações cartográficas hegemônicas. Enquanto isso, no plano teórico, os mapas tem o caráter de documento científico neutro questionado e são situados em meio a relações de poder. Historicamente, os mapas foram e ainda são utilizados em estratégias de dominação e existem diversas situações que justificam tal afirmação. Além disso, os mapas também são instrumentos de contestação e aparecem como contraponto às distintas estratégias hegemônicas de poder. Esta pesquisa teve como objetivo discutir o caráter político desta relação e fortalecer a produção de mapas que possam ser um contraponto ao status quo. Foi realizada revisão bibliográfica para fundamentar a crítica em torno dos mapas e referendar a organização e análise do momento empírico da pesquisa que consistiu em uma experiência formativa em cartografia crítica e mapeamento participativo, realizada junto a jovens estudantes de escola pública da periferia de São Paulo. Como resultado, 09 oficinas foram desenvolvidas, sistematizadas e avaliadas, sendo passíveis de replicação em outros espaços. Fomentar novos atores para a cena cartográfica é fazer oposição a discursos cartográficos dominantes e a escola é um espaço estratégico para tal promoção. / The emergence of practices engaged to use maps as instruments of contestation, such as the participatory mapping methodology, combined with theoretical effervescence on criticizing maps, especially from Brian Harley, is critical cartography. Participatory maps come up as a proposal to strengthen the defense of traditional communities, in the context of territorial conflict. Thus, a multitude of experiences and techniques is developed with the purpose of counter hegemonic cartographic representations. Meanwhile, in the theoretical scenario, maps have its character of neutral scientific document questioned and situated in the midst of power relations. Historically, maps were and still are used in strategies of domination and there are several situations that justify such a claim. In addition, the maps are also contesting instruments and appear as a counterpoint to the different hegemonic strategies of power. This research aimed to discuss the political nature of this relationship, and to strengthen the production of maps that can be a counterpoint to the status quo. The scientific literature was reviewed to support the criticism around maps and to endorse the empirical research organization and analysis which consisted of a formative experience in critical and participatory mapping, carried out with young public school students from the outskirts of São Paulo. As a result, nine workshops were developed, systematized and evaluated, being capable of replication in other areas. To promote new players into the mapping scene is to confront and make opposition to the dominant cartographic discourse and the school is a strategic space for such actions.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-24022017-150348 |
Date | 18 November 2016 |
Creators | Fernandes, Wellington de Oliveira |
Contributors | Almeida, Regina Araujo de |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
Page generated in 0.0021 seconds