Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, 2008. / Submitted by Natália Cristina Ramos dos Santos (nataliaguilera3@hotmail.com) on 2009-09-29T13:48:08Z
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Previous issue date: 2008 / Esta dissertação discute a exclusão das mulheres no início do cristianismo a partir da análise de duas obras: O evangelho gnóstico de Maria Madalena, (circa séc. IV d.c.) e o romance The Wild Girl, da escritora inglesa contemporânea Michele Roberts. Não se pode falar de história do cristianismo sem se falar da Igreja Romana. A
ortodoxia não nasceu pronta, ela precisou se impor por meio de séculos de luta teológica. Seu principal trunfo foi a conversão do imperador Constantino e o direito, dado por ele, de exercer poder de polícia em assuntos de fé. A partir daí, Roma podia perseguir fisicamente os “hereges”. Um desses grupos perseguidos era o dos gnósticos, eles acreditavam em uma deusa-mãe, criadora de tudo; defendiam que a queda e o pecado não foram culpa da mulher e diziam que o principal apóstolo não era Pedro e sim Maria Madalena, de quem alegavam ser filhos espirituais. Uma visão bem mais favorável para as mulheres do que aquela apresentada
pela ortodoxia, que as estava, naquele exato momento, excluindo dos espaços de poder
eclesiástico. As mulheres haviam sido muito importantes para o estabelecimento do
cristianismo, elas eram pregadoras e sacerdotisas, mas uma vez estatizado o movimento, a ortodoxia disse que elas deveriam voltar para o espaço doméstico.
Michele Roberts buscou questionar essa injustiça histórica e escreveu uma obra em
que, simulando um evangelho, reconta o nascimento do cristianismo na visão de Maria
Madalena. Tomando por base o evangelho gnóstico atribuído a esta última, Roberts se vale do feminismo e das técnicas narrativas contemporâneas para subverter a metanarrativa patriarcal que satanizou o corpo e reificou a mulher. O objetivo principal ao analisar essas obras é buscar nelas pontos em comum, desconstruções, reconstruções, tópoi discursivos. Para além da intertextualidade e das transformações metaficcionais de Roberts, entenderemos as duas obras sob a condição literária de construtos verbais. O aspecto literário irá juntar-se às questões históricas, políticas
e mesmo teológicas. Um segundo objetivo é mostrar não o que foi, mas o que não foi, ou seja, ouvir outras histórias sobre cristianismos, abafadas e silenciadas; tradições cristãs diferentes, com a possibilidade de uma apóstola fundadora. A proposta aqui apresentada é a de analisar
um evangelho do século II e um romance do século XX enquanto se passeia por uma tradição cristã combatida, abafada e resgatada. Para isso, as principais bases teóricas utilizadas serão: as reflexões dos estudos de gênero; aspectos da teoria historiográfica contemporânea e a
metaficção historiográfica. _________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / This dissertation aims to analyze the exclusion of women in the beginnings of
Christianity, by analyzing two works: the Gnostic gospel of Mary Magdalene (circa sec. IV ad) and the novel The Wild Girl, by contemporary British author, Michele Roberts.
There’s no way to discuss the history of Christianity without a word on the Roman
Church. But the orthodoxy wasn’t born ready, it had to impose itself, through years of
theological battles. Its main act was the conversion of the emperor Constantine and the right, given by him, to exercise police authority on faith matters. From that day on Rome could persecute and punish the heretics. One of those groups were the Gnostics; they believed in a mother goddess, creator of all, they professed that the fall and the original sin were not to be blamed on women, they also said that the main apostle was not Peter, but Mary Magdalene ,
of whom they claimed to be spiritual heirs.
The Gnostic view of women was much more favorable than that held by the orthodoxy, that was, at that exact moment, excluding women from the places of church power. Women have been very important for the founding of Christianity, they were preachers and priestesses , but, once the movement was joined with the Roman State, the orthodoxy said that women should go back to their domestic sphere. Michele Roberts tried to discuss that historical injustice and wrote a work that, by simulating a gospel, retells the birth of Christianity, in Magdalene’s point of view. Based on the Gnostic gospel of Magdalene, The Wild Girl intertwines many narrative techniques with a strong feminist perspective to undermine the patriarchal metanarrative that demonized the body and reified women. The main goal on analising these works is to find a common ground between them, deconstruction, reconstruction, speech themes. Beyond intertextuality and the metafictional transformations of Roberts, the two works will be seen under their literary condition of verbal structures. The literary aspect will join the historical, political and even
theological questions. A second goal is to present not what happened, but what could have happened, that is, to listen to stories about silenced, different Christianities, with the possibility of a woman founder. The point is to analise a gospel from the second century and a novel from the XXth century, as we travel through a christian tradition that was put out and them brought back. To do this, the main theoretical basis used will be: gender studies, teory of history and historiographic metafiction.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/3598 |
Date | January 2008 |
Creators | Biserra, Wiliam Alves |
Contributors | Stevens, Cristina Maria Teixeira |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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