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Mapeamento sistémico do jogo de Voleibol masculino no alto nível através da análise de redes sociais

Com o intuito de promover melhores práticas de treino, importa buscar um entendimento profundo das exigências associadas ao jogo. Neste sentido, o nosso propósito consistiu em efetuar uma análise sistémica global do jogo, categorizando as interações entre as diversas variáveis definidas. Para tal, recorremos à Análise de Redes Sociais (ARS). As ações de jogo foram catalogadas como "nós" (nodes) e as suas interações como "arestas" (edges). A centralidade de autovetor (que pondera cada ligação no contexto das ligações globais) foi calculada para cada nó. Foram analisados oito jogos da FIVB's World Cup de 2015, contabilizando um total de 27 sets (1,207 jogadas ou rallies). Considerámos e estudámos seis complexos de jogo: K0 (Serviço), KI (Side-out), KII (Transição do side-out), KIII (Transição da transição), KIV (Cobertura de ataque) e KV (Bola morta - downball e freeball). Recorremos ao software Gephi© 0.8.2-beta (Version 10.10.3, France). Os resultados mostraram que as equipas jogaram frequentemente "em sistema" quando se encontram em KI (i.e., em condições ideais). Todavia, utilizaram um jogo pouco variado em termos de tempo e zona de ataque. Já em KII, as equipas analisadas jogaram maioritariamente "fora do sistema" (i.e., condições não ideais para a construção do ataque). Em relação ao KIV e KV, as equipas revelaram organizações e estruturas claramente distintas. Em KIV, as equipas jogaram grande parte do tempo "fora do sistema", ao contrário do sucedido no KV. Com base nestes resultados, concluímos que é altamente relevante criar condições de treino "não ideais" para a prática do KII e KIV, i.e., colocando as equipas em contextos de prática de cenários "fora do sistema". A maior parte da literatura combina KII e KIII num só complexo (contra-ataque), usualmente englobando, nestes, o KIV e o KV. Porém, os nossos resultados reforçam a ideia de que estes complexos devem ser analisados e trabalhados de forma distinta, uma vez que apresentam especificidades incontornáveis, pelo que a sua análise conjugada poderá induzir em erro. A existência de diferenças funcionais entre os diversos complexos de jogo já havia sido assinalada e sistematizada por Monge, numa tese de doutoramento (data) e plasmada em alguns artigos técnicos (data). Não obstante, a investigação científica ainda não incorporouIntrodução xii esses ensinamentos nas suas pesquisas. O nosso trabalho sugere que isso induz leituras erróneas do jogo, urgindo reformular o quadro concetual que informa a análise do jogo por complexos. Concluímos, ainda, que deve ser criada uma grande variabilidade de situações no processo de treino de modo a cumprir melhor as exigências do jogo de alto nível atual. / In order to promote better practices, it is mandatory to pursue a deep understanding concerning the game's requirements. The purpose of this dissertation was to conduct a global systemic analysis of volleyball game variables and their interactions. For that purpose, we used Social Network Analysis (SNA). Game actions were counted as nodes and their interactions as edges. Eigenvector centrality values (which weights each connection in the context of all the interactions) were calculated for each node. Eight matches of the FIVB's Men's World Cup'2015 were analysed, in a total of 27 sets (1,209 rallies). Six game complexes were considered: K0 (Serve), KI (Side-out), KII (Side-out transition), KIII (Transition) KIV (Attack-coverage) and KV (Freeball and Downball). The software used to that was Gephi© 0.8.2-beta (Version 10.10.3, France). Results showed that teams frequently played in-system (i.e. under ideal conditions) within KI, even though they used lower variation in attack zones and tempos. In KII teams most often played out-of-system (i.e. under non-ideal conditions). The KIV and KV presented very distinct structures. In KIV most of the teams played "off-system", while the inverse occurred in KV. Based on these findings, it is suggested that practicing under non-ideal conditions is paramount for achieving a sound performance in KII and KIV. Furthermore, while most literature combines KII and KIII in a single unit of analysis (counter-attack), even to the extent of including the KIV and KV here, our results reinforce the notion that these game complexes differ and should be analysed separately, as an aggregated analysis would likely induce many errors and hide the specificities inherent to each game complex. The existence of relevant functional differences in the game complexes had already been exposed by Monge, both in his Doctoral Thesis and in a collection of technical papers. Notwithstanding, scientific investigation in volleyball has not incorporated these premises, meaning that the vision they provide of the game is likely impaired. In light of these concerns, we believe research should urgently adopt Monge's framework if a thorough understanding of the game and its complexes is warranted. In addition, out-of-system play emerged as an Introdução xiv important part of the game, meaning that practice should incorporate training under non-ideal playing conditions.

Identiferoai:union.ndltd.org:up.pt/oai:repositorio-aberto.up.pt:10216/87488
Date08 November 2016
CreatorsManuel Reis Loureiro
ContributorsFaculdade de Desporto
Source SetsUniversidade do Porto
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeDissertação
Formatapplication/pdf
RightsopenAccess

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