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Interação alimentar entre palmeiras, besouros bruquíneos e arara-azul no Pantanal do Miranda, MS / Food interaction between palms, bruchine beetles and Hyacinth macaw in the Pantanal of Miranda,MS

Orientador: Wesley Rodrigues Silva / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia / Made available in DSpace on 2018-08-25T04:47:26Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2014 / Resumo: Araras-azuis (Anodorhynchus hyacinthinus) são especialistas alimentares, sendo que a população que ocorre no Pantanal se alimenta prioritariamente do endosperma de sementes de acuri (Attalea phalerata) e bocaiuva (Acrocomia sp.). Mesmo considerando o alto valor nutricional e energético das sementes, estudos apontam que araras-azuis passariam por períodos de déficit proteico durante o período de muda de penas e oviposição. É comum as araras-azuis se alimentarem destes itens no solo, onde também ocorre a predação dessas sementes por larvas de besouros bruquíneos, do gênero Pachymerus. Tais larvas são três vezes mais proteicas que o endosperma das sementes. Considerando a possibilidade de araras-azuis, ao se alimentarem no solo, se depararem com sementes já predadas por larvas de besouro, e tendo em vista algumas variações que seu alimento pode apresentar no ambiente, o intuito deste trabalho foi estudar seleção e preferências alimentares das araras-azuis em relação à oferta de alimento, além de averiguar se as larvas de besouro são utilizadas em sua dieta. As sementes de acuri e bocaiuva estão disponíveis às araras-azuis durante todo o ano. O período seco apresentou maior proporção de sementes predadas por bruquíneos do que o período úmido, para as duas espécies de palmeiras. Áreas fechadas tiveram mais sementes predadas por bruquíneos do que áreas abertas, com exceção às sementes de acuris no período seco, quando a predação foi semelhante. Independentemente da espécie da palmeira, da área, ou do período, sementes coletadas sem exocarpo estavam mais predadas por bruquíneos do que sementes com exocarpo, e sementes velhas mais predadas por bruquíneo que as novas. Sementes que continham larvas de besouro possuíam tamanhos semelhantes, porém eram mais leves que as que não continham. Araras-azuis selecionaram sementes com quatro e cinco lóculos e preferiram sementes sem exocarpo, mas não apresentaram preferências entre sementes com e sem larvas de bruquíneo. Aparentemente as araras não expeliram ou rejeitaram larvas encontradas nas sementes. Restos de larvas não foram encontrados após inspeção dos locais onde ocorreram os experimentos. Considerando que um indivíduo cativo ingeriu larvas, é possível inferir que araras de vida-livre podem ingerir larvas de bruquíneo quando as encontram. Mesmo sendo especialistas, araras-azuis exibem preferências por determinados itens alimentares. A preferência por sementes sem exocarpo corrobora estudos anteriores, que demonstraram menor tempo de manipulação, mas também maior probabilidade de predação por larvas de bruquíneo para estas sementes. Araras-azuis podem não saber discriminar entre sementes com e sem larvas de bruquíneo ou apenas podem não preferir uma em detrimento da outra. Sementes com mais lóculos talvez otimizem o aporte energético do endosperma em relação ao custo para quebrá-las, ou ainda favoreçam a chance de encontro de larvas de bruquíneo contra sementes com menos lóculos. Alimentar-se de sementes no solo pode representar um aporte adicional de proteína às araras, especialmente durante o período seco, enquanto as larvas de bruquíneos se desenvolvem em adultos. Esta estratégia representaria uma adaptação alimentar importante para a arara-azul no Pantanal, suprindo uma dieta proteica previsível no tempo e no espaço, e reduzindo os riscos de períodos de deficiência nutricional / Abstract: Hyacinth macaws (Anodorhynchus hyacinthinus) are food specialists and the population that occurs in the Pantanal feeds mainly on the endosperm of acuri (Attalea phalerata) and bocaiúva (Acrocomia sp.). Even considering the high values of energy and nutrients of those seeds, studies suggest that Hyacinth macaws undergo periods with lack of protein during moult and oviposition. Hyacinth macaws regularly feed on seeds on the ground, where Bruchinae beetle larvae of the genus Pachymerus also attack the seeds. Those larvae have three times more protein than the endosperm of the seeds. Considering that Hyacinth macaws can find seeds attacked by larvae while feeding on the ground, as well as some variations their food may present in the habitat, the aim of this work was to study the food selection and dietary preferences of the Hyacinth macaws in relation to their food supply, and to verify whether bruchid larvae are part of their diet. Acuri and bocaiuva seeds are available to macaws throughout the year. For both palm species, the dry period showed a higher proportion of seeds attacked by bruchids than the wet period. Forested areas had more seeds attacked by bruchids than open areas, except for acuris during the dry season, when predation was similar. Regardless of the kind of seed, area, or period, seeds collected without exocarp were more predated by bruchids than seeds with exocarp, and old seeds most predated than new ones. Seeds containing bruchid larvae showed similar size and lighter weight than those not containing. Hyacinth macaws selected seeds with four and five locules and preferred seeds without exocarp, but showed no preference between seeds with and without larvae. Seemingly, Hyacinth macaws not expelled or rejected larvae found in the seeds. Remains of larvae were not found after inspection of the sites where the experiments occurred. Since a captive Hyacinth macaw ingested larvae, it is possible to infer that the free-living ones can also ingest them. Even being food specialists, Hyacinth macaws exhibit preferences for certain food items. The preference for seeds without exocarp supports previous studies that demonstrate less handling time, but also higher probability of predation by bruchid larvae for those seeds. Hyacinth macaws may not be able to distinguish between seeds with and without bruchid larvae or may just not prefer one to the other. Seeds with more loci may optimize the energy intake by the endosperm regarding the costs to break it, or even favor the chance of encountering bruchid larvae against seeds with less locules. Feeding on seeds on the ground may represent an extra intake of protein to Hyacinth macaws, especially during the dry season, while bruchid larvae undergo their development into adults. This strategy would represent an important feeding adaptation to Hyacinth macaw in the Pantanal, providing a predictable protein diet in time and space, and reducing the risk of periods of nutritional deficiency / Mestrado / Ecologia / Mestra em Ecologia

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/316271
Date25 August 2018
CreatorsAzevedo-Niero, Iara Roberta, 1987-
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Silva, Wesley Rodrigues, 1955-, Ferreira, Marco Aurelio Pizo, Guedes, Neiva Maria Robaldo
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Ecologia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format48 p. : il., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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