Apesar de a pesagem hidrostática produzir valores de densidade corporal muito precisos, somente sujeitos com boa adaptação ao meio líquido podem ser submetidos aos seus procedimentos, o que limita sua utilização com diferentes populações. Em função disto, vários pesquisadores tem adotado um novo método de referência, a absortometria radiológica de dupla energia (DXA), o qual fraciona o corpo em três componentes (minerais, gordura e tecido magro) e não apresenta as dificuldades da pesagem hidrostática. Na literatura mundial poucos trabalhos tem se utilizado do método DXA na análise da composição corporal em crianças. No Brasil até o presente momento não se tem conhecimento de trabalho semelhante com crianças utilizando este método de referência. Portanto este trabalho tem como objetivo avaliar a precisão e aplicabilidade das equações de composição corporal para crianças utilizando o DXA como método de referência. Participaram deste estudo, 29 meninos entre 10 e 14 anos (média 11,58 ± 1,11) e 31 meninas, na faixa etária entre 10 e 14 anos (média 12,45 ± 1,23). Para análise de precisão das equações de composição corporal foram determinados os seguintes cálculos: média e desvio padrão, coeficiente de correlação linear de Pearson (r), teste t pareado, erro constante (EC), erro total (ET) e erro padrão de estimativa (EPE). Cada equação de dobras cutâneas (DC) e bioimpedância (BIA) foram avaliadas usando o critério de validação cruzada desenvolvido por Lohman (1992). Três equações específicas foram propostas para cada sexo: a) a de Slaughter et al. (1988) (triceps + panturrilha), que avalia o percentual de gordura, utilizando o método de DC, b) e as de Houtkooper et al. (1992) e Jenkis et al. (1999), que avaliam a massa livre de gordura, utilizando o método de BIA. A equação de Slaughter et al. (1988) obteve uma correlação de r = 0,97 com EPE = 2,20% G para meninos, enquanto para as meninas a correlação foi de r = 0,92 e um EPE = 2,73% G. As equações de bioimpedância para meninos variaram de = 0,97 a 0,98 e um EPE = 1,97 kg e 2,08 kg, enquanto para as meninas r = 0,94 a 0,95 com EPE = 1,68 kg a 1,77 kg. A equação de Slaughter et al. (1988) para meninos superestimou em 2,6% G de forma significativa (p < 0,01) o percentual de gordura medido pelo DXA nesta amostra, enquanto a equação para meninas estimou de forma precisa o percentual de gordura medido pelo DXA. Tanto a equação de BIA para meninos quanto para meninas de Houtkooper et al. (1992) estimou de forma precisa a massa livre de gordura medida pelo DXA. De forma semelhante a equação de Jenkis et al. (1999) estimou de forma precisa a massa livre de gordura medida pelo DXA, para ambos os sexos. Os resultados deste estudo sugerem que as equações para DC de Slaughter et al. (1988) sejam utilizadas somente para o sexo feminino. Para as equações de bioimpedância, elas podem ser utilizadas para ambos os sexos, porem a equação de Jenkis et al. (1999) seja a mais recomendada. / Despite that the hydrostatic weighing produces very accurate body density values, only subjects with a good adaptation to water may be submitted to its proceedings, which limits its use with different populations. According to this fact, many researchers have adopted a new reference method, the dual-energy X-ray absorptiometry (DXA), which fractionates body into three components (minerals, fat, and lean tissue) and does not present the difficulties of the hydrostatic weighing. In the world literature, few works of the DXA method have been used in the analysis of body composition in children. In Brazil, until this moment, it is unknown any similar work with children that uses this reference method. So, this work aims at evaluating the accuracy and applicability of body composition equations for children, using DXA as the reference method. It have participated in this study 29 boys, 10-14 years old (mean 11.58 ± 1.11); and 31 girls, 10-14 years old (mean 12.45 ± 1.23). For the analysis of the accurate of the body composition equations, the following calculations were determined: mean and standard deviation, Pearson's linear correlation coefficient (r), paired "t" test; constant error (CE), total error (TE), and standard estimate error (SEE). Each skinfold (SKF) and bioimpedance (BIA) equation was validated using the Lohman (1992) cross-validation criterion. Three specific equations were proposed for each gender: a) the one of Slaughter et al. (1988) (triceps + calf), which evaluates body fat percentage (% BF) using the skinfold (SKF) method; b) and the Houtkooper et al. (1992) and Jenkis et al. (1999) equations, which evaluate fat free mass (FFM) using the BIA method. The Slaughter et al. (1988) equation resulted in a correlation of r = 0.97 with SEE = 2.20% BF for boys; while for girls the correlation was r = 0.92 with SEE = 2.73% BF. The bioimpedance equations for boys ranged from r = 0.97 to 0.98 with SEE = 1.97 kg to 2.08 kg; while for girls the results were r = 0.94 to 0.95 with SEE = 1.68 kg to 1.77 kg. The Slaughter et al. (1988) equation for boys significantly overestimated %BF measured through DXA in this sample (2.6% BF, p < 0.01); while the equation for girls accurately estimated %BF measured through DXA. The Houtkooper et al. (1992) BIA equation both for boys and for girls accurately estimated FFM measured through DXA. Similarly, the Jenkis et al. (1999) equation accurately estimated FFM measured through DXA, for both genders. The results of this study suggest that the Slaughter et al. (1988) SKF equations be used only for females. For the bioimpedance equations, they may be used for both genders; although the Jenkis et al. (1999) equation is more recommended.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/19118 |
Date | January 2000 |
Creators | Paiva, Claudio Roberto Escovar |
Contributors | Gaya, Adroaldo Cezar Araujo |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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