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Existências enclausuradas na era da técnica / Cloistered existence in the technique age

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O fenômeno da compulsão vem sendo amplamente discutido no terreno da psicologia, principalmente, pela apropriação de um discurso técnico-cientificista que, de forma dominante, compreende a experiência da compulsão como um desvio oriundo ora da interioridade humana, privilegiando, assim, aspectos de ordem biológica ou psíquica; ora da exterioridade, enfatizando o mundo como determinante dos comportamentos humanos. Essa visão dicotomizada sobre o homem pode ser compreendida como uma tentativa constante na história da psicologia de reafirmar o campo das experiências humanas através do embate de perspectivas herdadas da tradição científica moderna, ainda, fortemente, presente no campo das ciências humanas. Atentando para essas considerações, este estudo traz como proposta pensar o fenômeno da compulsão e suas diferentes expressões a partir de um referencial outro que não o da tradição dominante da psicologia. Para tanto, encontramos no pensamento fenomenológico-hermenêutico de Martin Heidegger, fundamentos para se pensar homem e mundo não como instâncias separadas que tratariam posteriormente de recobrar seus vínculos, mas sim como uma relação co-originária, na qual ambos formam uma unidade copertencente, e inviabilizando, assim, uma interpretação do homem fora dos contornos de seu horizonte histórico. Horizonte esse, que, segundo Heidegger, desvela-se ao modo da técnica. Dessa forma, vemos um mundo permeado por solicitações de utilidade, produtividade, exploração e controle, que nos possibilita compreender que é no horizonte da técnica que a compulsão se apresenta como um dos modos de ser dominantes do homem, não podendo este e seus sofrimentos existenciais serem compreendidos desarticulados desse mesmo horizonte. / The phenomenon of compulsion has been widely debated within psychological field, mainly through the adoption of a technical-scientific speech that, in its dominant form, comprehends the compulsive experience as a deviation derived either from human interiority, thus privileging biological and psychological aspects, or from exteriority, emphasizing the world as determinant on human behaviors. This dichotomized point of view of mankind can be better comprehended as a reaffirmed attempt on the history of Psychology to deal with human behavior on the perspectives inherited from the traditions of Modern Science, yet strongly present on Human Sciences. Regarding these considerations, this study aims to consider the phenomenon of compulsion and its different expressions through a reference other than that from the dominant tradition in Psychology. For such, we call upon Martin Heideggers phenomenological-hermeneutic thought as a base to consider man and world not as separate that would further struggle to reunite, but as a co-originary relation, in which both form a co-belonging unit, thus invalidating any interpretation of man outside its historical ground. This historical ground, according to Heidegger, unconceals itself as technic, which elicits a world surrounded by demands of utility, productivity, exploration and control. Thereby, we can comprehend that it is on this historical ground of technic that compulsion presents itself as one of the dominant mode of existence of man, making it impossible to consider man and its existential sufferings outside this ground.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:4614
Date17 March 2014
CreatorsCarolina Freire de Araújo Dhein
ContributorsAna Maria Lopez Calvo de Feijoo, Alexandre Marques Cabral, Ariane Patrícia Ewald, Cristine Monteiro Mattar
PublisherUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, UERJ, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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