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Anfíbios da restinga do município de Mata de São João, Bahia, Brasil: que variáveis ambientais estão associadas à composição dos anuros?

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Camila_Diss_2006.pdf: 1461339 bytes, checksum: 396fa778118f77d44236b2ca0548d460 (MD5) / Capes / Os estudos que versam sobre comunidades de anfíbios têm sido desiguais em suas abordagens e níveis de aprofundamento. Além disso, pesquisas que utilizaram os anuros como objetos de estudo têm se preocupado em investigar a totalidade das espécies da comunidade, mas com níveis de detalhamento inferiores aos empregados em estudos de urodelos (DUELLMAN & TRUEB, 1994). A maioria dos estudos em comunidades de anfíbios anuros (ver McCUNE & GRACE, 2002, para definição do conceito de comunidade concreta) tem se restringido a ambientes associados a corpos d’água no solo, como margens de rios, lagos ou alagados (p.ex.,ROSSA-FERES & JIM, 1994; POMBAL, 1997; ARZABE et al., 1998; ARZABE, 1999; BRASILEIRO et al., 2005; VASCONCELOS & ROSSA-FERES, 2005), ou aqueles associados à presença de bromeliáceas (p.ex., PEIXOTO, 1995; SCHINEIDER & TEIXEIRA, 2001). Todavia, o entendimento sobre a ocupação de um determinado ecossistema por uma comunidade de anuros não deveria ficar limitado a uma determinada fisionomia do ambiente, como a áreas providas de corpos d’água no solo. Este procedimento acaba por enviesar os resultados, já que deixa de considerar
a disponibilidade de outros recursos do ambiente. Além disso, o conhecimento dos padrões de distribuição espacial das comunidades de anuros e de como respondem aos recursos ambientais disponíveis não têm sido metodicamente explorados, limitando-se, via de regra, a aspectos descritivos, deixando-se de buscar assim os processos que norteiam a estruturação destas comunidades.
A caracterização inadequada e a falta de padronização dos estudos que versam sobre a
composição de anfíbios em ecossistemas, não tem sido o único limitador do conhecimento
sobre a estrutura de comunidades de anuros no Brasil. Determinados tipos de ambientes, como
o de Restinga, foram pouco avaliados quanto à composição das populações e comunidades de
anfíbios, assim como, e principalmente, quanto aos processos que norteiam sua estruturação.
As restingas são ecossistemas característicos do bioma Mata Atlântica, localizadas nas
baixadas litorâneas e constituídas por dunas e cordões arenosos. São ambientes abertos, com elevado aporte de iluminação solar que penetra entre os espaços da vegetação. O substrato arenoso implica em rápida percolação da água pluvial, o que limita a ocorrência de água livre, fundamental para os anfíbios, que são muito dependentes de balanço hídrico. De forma geral, nas restingas a água livre é encontrada apenas em alguns pontos de afloramento do lençol freático e no interior de bromélias-tanque, que possuem capacidade de reserva d’água em razão da disposição das folhas (CARVALHO-E-SILVA et al., 2000; FREITAS et al, 2000; COGLIATTI CARVALHO,2001). As características físicas das restingas sugerem que as mesmas sejam consideradas ambientes hostis para organismos como anfíbios (VAN SLUYS et al., 2004), já que a distribuição e abundância das espécies deste grupo, bem como a composição das comunidades, são limitadas por condições ambientais tais como umidade e temperatura,
disponibilidade de nutrientes e estrutura física do habitat (BROWN et al., 1995). Conclusões como esta acabam por acarretar o pouco conhecimento acumulado sobre comunidades de anuros em restingas no Brasil (CARAMASCHI et al., 1992; PEIXOTO, 1995; GIARETTA, 1996;CARVALHO-E-SILVA et al., 2000; SCHINEIDER & TEIXEIRA, 2001; TEIXEIRA et al., 2002; ROCHA et al., 2003; ROCHA, et al., 2004; VAN SLUYS et al., 2004). Apenas para as restingas dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo há listagens de espécies de anuros, sendo que a primeira é uma das poucas em que foi realizado esforço considerável de amostragem ao longo de ao menos um ano (ROCHA et al., 2003). Há total ausência de estudos metódicos de cunho ecológico sobre anuros nas restingas do litoral norte baiano e pouco se sabe sobre a composição e estrutura destas comunidades. MUNDURUCA (2005) compôs o único trabalho conhecido que versa sobre a estrutura de anfíbios anuros no litoral norte baiano, investigando comunidades de anuros de um remanescente de Mata Atlântica. Este trabalho, além de ter sido pioneiro no litoral norte, utilizou delineamento amostral e procedimentos de análise inéditos no
estudo de assembléias de anuros no Brasil. Vale ressaltar que o presente trabalho consiste no primeiro e único a ser realizado em ambiente de Restinga no litoral norte da Bahia versando sobre estrutura de comunidades de anuros.
As restingas brasileiras têm sofrido grande impacto devido à especulação imobiliária. O
litoral norte da Bahia vem sofrendo intenso processo de ocupação decorrente da construção da Linha Verde (BA 099), o que acarretou na criação da área de proteção ambiental “APA Litoral Norte”, criada pelo Decreto Estadual nº 1046 de 17/III/1992, devido à necessidade de conservar e preservar os remanescentes da Floresta Atlântica, associado a manguezais, áreas estuarinas, restingas, dunas e lagoas. A interferência humana tem sido clara no litoral norte da Bahia, onde resorts estão sendo construídos sem uma ação norteadora dos órgãos estaduais,ação esta que deveria estar fundamentada em estudos ecológicos metodicamente adequados sobre a fauna e flora da região.
O presente trabalho tem como objetivos: (1) determinar a composição e distribuição da
comunidade de anuros em uma faixa de Restinga no litoral norte da Bahia, Brasil e (2) buscar por variáveis ambientais que estejam associadas à composição da comunidade de anuros. / Salvador, Bahia

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/12422
Date02 August 2013
CreatorsBastazini, Camila Vianello
ContributorsNapoli, Marcelo Felgueiras
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguageEnglish
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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