Este estudo desenvolve uma abordagem comparativa entre a obra de Emily Dickinson (1830-1886) e de Hart Crane (1899-1932). Começa por observar que a escrita destes dois poetas distorce os padrões sintácticos da linguagem e da razão, mostrando-se altamente artificial. Tendo em consideração teorias da linguagem contemporâneas (com especial relevância para Ludwig Wittgenstein e Jacques Derrida), presta particular atenção à ambiguidade sintáctica e à densa compressão do significado como estratégias capazes de desmantelar as rígidas categorias conceptuais do pensamento logocêntrico, particularmente a metafísica da presença. Defende que a poesia de Crane no que diz respeito à lírica, subverte algumas noções modernistas e whitmanianas fundamentais (por exemplo, de que a ordem das palavras em poesia deve seguir a do discurso) e que, por isso, é mais próxima da poética de Dickinson do que tem sido até hoje reconhecido. O artifício evidencia a relação divergente entre o significante e o refernte, colocando em primeiro plano a linguagem como configuradora da nossa visão do universo. A construção de um sujeito evanescente e de uma subjectividade fluida na linguagem também vem reconhecer uma falha ordiginária no pensamento e gera um excesso de significado que cresce no "universo do nada", como suplemento.
Identifer | oai:union.ndltd.org:up.pt/oai:repositorio-aberto.up.pt:10216/20178 |
Date | January 2009 |
Creators | Moreira, Hélder Daniel |
Publisher | Porto : [Edição do Autor] |
Source Sets | Universidade do Porto |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação |
Format | application/pdf |
Source | http://aleph.letras.up.pt/F?func=find-b&find_code=SYS&request=000196311 |
Rights | openAccess |
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