A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um fator de risco para 9,4 milhões de mortes em todo o mundo. No Brasil, a HAS atribui um custo anual de aproximadamente R$ 969,231,436,00 ao Sistema Único de Saúde (SUS). Alguns estudos têm mostrado uma grande efetividade da Atenção Farmacêutica (ATF) para melhorar os parâmetros clínicos de pacientes com HAS. Diante desse contexto, este trabalho teve o objetivo de desenvolver uma ferramenta econômica considerando custos e desfechos para auxiliar os gestores de saúde a implantar a ATF no SUS e reduzir a morbi-mortalidade ocasionada pela HAS. Para isso, foi conduzido um estudo farmacoeconômico de modelagem com análises de custo-efetividade, custo-benefício e custo-utilidade. Em duas unidades básicas do SUS, em Ribeirão Preto, 104 pacientes foram acompanhados por um programa de ATF durante o ano de 2009. Foram coletados dados clínicos, assistenciais e econômicos referentes aos anos de 2006 a 2012. Os dados foram divididos por períodos, 2006-2008 (pré ATF), 2009 (ATF) e 2010-2012 (pós ATF). A análise econômica foi realizada em cinco etapas: análise direta dos custos, análise indireta dos custos com modelagem de Markov, análise de custo-benefício com obtenção do valor presente líquido (VPL), análise de sensibilidade dos custos, e análise do impacto epidemiológico. O controle pressórico foi alcançado em 54,4%, 98,2% e 93,0% dos pacientes nos períodos pré ATF, ATF e pós ATF, respectivamente. Na análise direta dos custos houve diferença dos custos totais de -R$307,23 e R$4.053,32 e a razão de custo efetividade incremental foi R$1.124,24 e R$100,98, nos períodos ATF e pós ATF, respectivamente. Na projeção por modelagem de Markov houve 46 complicações da HAS e 17 mortes; e 15 complicações e 5 mortes ao longo de dez anos para a assistência a saúde sem a ATF e com a ATF, respectivamente. Houve o custo por paciente de R$ 17,09 / anos de vida ajustados por qualidade e R$ 28,98 por anos de vida ganhos após a alta da ATF. O VPL obtido com o investimento nesta prática farmacêutica foi R$ 3.791.111,13 e a razão benefício - custo (RBC) foi 30,03 (26,74 - 34,28), RBC > 1 com taxa de retorno de investimento de 303%. Conclui-se que a ATF foi capaz de melhorar o controle pressórico e os níveis de colesterol total reduzindo o risco cardiovascular, o que ocasionou a redução de gastos com a saúde e o impacto positivo epidemiológico. Essa análise foi suficiente para fundamentar uma ferramenta farmacoeconômica capaz de auxiliar os gestores na tomada de decisão quanto à implementação da ATF para a redução da morbi-mortalidade ocasionada pela HAS. / Systemic Arterial Hypertension (SAH) is a risk factor for 9.4 million deaths worldwide. In Brazil, SAH assigns an annual cost of approximately R$969,231,436,00 the Public Health System (PHS). Some studies have shown a great effectiveness of pharmaceutical care (PC) to improve clinical parameters of patients with SAH. In this context, this study aimed to develop an economic tool considering costs and outcomes to help health managers to deploy the PC in the PHS and reduce the morbidity and mortality caused by hypertension. For this, a pharmacoeconomic modeling study of cost-effectiveness analysis, cost-benefit and cost-utility was conducted. Into two basic units of PHS, in Ribeirão Preto, 104 patients were followed for an PC program during 2009. Clinical, healthcare and economic data were collected for the years 2006 to 2012. The data were divided into periods, 2006-2008 pre PC, 2009 PC and 2010-2012 post-PC. The economic analysis was carried out in five stages: Direct cost analysis; indirect cost analysis with Markov modeling; Cost-benefit analysis to obtain the net present value (NPV); Sensitivity analysis of the costs and analysis of epidemiological impact. The pressure control of patients was 54.4%, 98.2% and 93% in the pre PC, PC and post-PC, respectively. In direct cost analysis the difference between the total cost was -R$ 307.23 and R$ 4,053.32; the Incremental Cost Effectiveness Ratio was R$ 1,124.24 and R$ 100.98 for the periods PC and post-PC, respectively. There were 46 complications of hypertension and 17 deaths; and 15 complications and 5 deaths over ten years for health care without the PC and with PC, respectively. The cost per patient was R$ 17.09 / quality-adjusted life years and R$ 28.98 per year of life saved after discharge from the PC. The NPV obtained with the investment in this pharmaceutical practice was R$ 3,791,111.13 and the Benefit-cost Ratio (BCR) was 30.03 (26.74 - 34.28), BCR > 1 and investment return rate was 303%. It was concluded that the PC was able to improve the blood pressure control and total cholesterol level reducing the cardiovascular risk. That meant reduction spending on health and a positive epidemiological impact. This analysis was enough to develop a pharmacoeconomic tool that can assist managers in making decisions regarding the implementation of PC to reduce morbidity and mortality caused by SAH.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-02052016-115821 |
Date | 19 February 2016 |
Creators | Cazarim, Maurilio de Souza |
Contributors | Pereira, Leonardo Régis Leira |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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