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Riqueza e abundância de abelhas em diferentes estágios de degradação da caatinga como indicadores ambientais no entorno da usina hidrelétrica de Xingó

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Previous issue date: 2003 / Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Alagoas / A caatinga está inserida no domínio xeromorfo intertropical, e é classificada como uma
formação complexa. Sua vegetação apresenta características anatômicas e/ou fisiológicas
relacionadas às adaptações climáticas da área na qual está inserida e é caracterizada
pela semi-aridez, com baixos índices de pluviosidade. O uso da vegetação é bastante
variado, dependendo da região onde ocorre, sendo a retirada de madeira a principal
causa da diminuição da cobertura vegetal, que dá espaço a pecuária extensiva,
agricultura de subsistência com a produção de lenha e carvão. O desmatamento causa
alteração no ambiente, interferindo na composição da comunidade de abelhas e suas
relações com as plantas. Como as abelhas são os principais polinizadores da maioria das
angiospermas, participando da manutenção da diversidade florística do ambiente, neste
trabalho foram estudadas a riqueza e abundância deste grupo taxonômico em quatro
áreas de caatinga, em distintos níveis de degradação, no entorno da Usina Hidroelétrica
de Xingó, com intuito de utilizá-las como bioindicadores de áreas degradadas e/ou
preservadas. Inicialmente foi confeccionado o mapa base a partir da imagem de satélites
LANDSAT 7 ETM+ 7 e cartas planialtimétricas, na escala de 1: 100 000. Para
interpretação de imagem e classificação da vegetação foram usados os softwares Spring
versão 6.03 e Autocad 2000. Como elementos classificadores da interpretação de
imagem, foram identificadas cinco classes: caatinga arbórea densa, caatinga arbórea
aberta, caatinga arbustiva, pasto, solo exposto e corpos d´água, segundo a tonalidade,
textura e forma. As coletas de abelhas foram feitas seis amostragens de nas quatro
áreas selecionadas, de maio a setembro e dezembro de 2002, totalizando 24 coletas com
192 horas de coletas. Abelhas foram coletadas com o auxílio de redes entomológicas, por
duas pessoas, em plantas com flores, entre 7:00 e 15:00h. Foram amostradas as plantas
melitófilas para verificar a composição vegetacional das diferentes áreas. Índices
ecológicos de diversidade e eqüitabilidade, de Shannon-Wiener foram calculados para as
abelhas. Em seguida, a partir do índice de similaridade de Jaccard e Morizita para abelhas
e plantas, tais dados foram comparados. Foi constatados que para as áreas dos polígonos
classificados, a caatinga arbórea densa abrange 8,1 km2, caatinga arbórea aberta 21,58
km2 e caatinga arbustiva 28,54 km2. As somas das áreas dos estratos arbóreos e
arbustivos não ultrapassaram a área de pastagem e solo exposto, que foi de 59,99 km2
(51%). Em relação a apifauna, foram coletados 2871 indivíduos de abelhas de 75
espécies em 5 famílias que visitaram flores de 85 espécies de plantas melitófilas,
distribuídas em 36 famílias. Apis mellifera e Trigona spinipes somaram aproximadamente
2/3 de todos os indivíduos amostrados. As áreas de caatinga arbórea densa e abertaapresentaram maior diversidade e equitabilidade de espécies de abelhas. As áreas de
caatinga arbóreas aberta e arbustivas foram mais similares. As caatingas arbóreas densa
e aberta proporcionaram mais recursos florais para as abelhas, sendo mais semelhantes
e mais próximas floristicamente. Estas áreas mais preservadas agregaram um número
maior de espécies de abelhas. As espécies altamente eusociais (Meliponinae) foram
abundantes nestas áreas, tendo sido considerada indicadora de ambientes preservados,
enquanto espécies de Andrenidae, exclusivamente abelhas solitárias, indicaram
ambientes degradados de área aberta. Isto conclui que, o uso extensivo da pecuária e o
manejo inadequado da vegetação caatinga têm proporcionado uma redução ou
fragmentação das áreas com vegetação ainda preservadas, levando uma redução da
riqueza de espécies e uma mudança na sua composição. A técnica desenvolvida
possibilita sua reprodução em outras áreas de caatinga, visto que um levantamento de
abelhas, no seu número de espécies e de indivíduos torna-se ferramenta, podendo
indicar o nível de degradação da caatinga

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/6776
Date January 2003
CreatorsCoelho Moura, Debora
ContributorsCristina Gonçalves Pereira, Eugênia
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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