O presente estudo teve por objetivo examinar alguns indicadores de regressão e de crescimento do primogênito, longitudinalmente, da gestação aos dois anos de vida do irmão. Foi realizado estudo de caso coletivo, do qual participaram três primogênitos e seus respectivos genitores, em três momentos de análise dos dados (no terceiro trimestre de gestação, aos doze e aos vinte e quatro meses do bebê). Os participantes pertenciam à amostra de um projeto longitudinal maior. Com as crianças, foi aplicado um teste projetivo e as mães e os pais responderam, separadamente, a entrevistas semi-dirigidas. Análise de conteúdo revelou um predomínio de indicadores de regressão do primogênito no período gestacional, tanto a partir do ponto de vista da criança quanto da mãe e do pai. Aos vinte e quatro meses, o teste projetivo revelou indicadores tanto de regressão quanto de crescimento, enquanto para os genitores continuou predominando a regressão. No que tange aos sentimentos maternos e paternos, percebeu-se culpa, preocupação e receio provocados pela regressão do primogênito, durante a gestação e aos vinte e quatro meses. Os genitores parecem ter acolhido mais facilmente a regressão durante a gestação. Ainda que tenham acolhido a regressão aos doze e aos vinte e quatro meses, também estimularam comportamento “de adulto” no primogênito. Aos vinte e quatro meses, predominaram estresse, cansaço, incômodo, impaciência frente à regressão, e orgulho, contentamento e surpresa diante do crescimento. Os resultados revelaram que a regressão foi um meio que o primogênito encontrou para enfrentar o contexto de chegada de um irmão, enquanto que o crescimento revelou a capacidade para novas conquistas ou ainda os custos de assumir novas responsabilidades e o papel de filho mais velho. Assim, tanto as manifestações regressivas quanto as de crescimento oportunizaram um ir e vir saudável e a possibilidade de amadurecimento ou de desenvolvimento rumo à independência. As implicações desses achados que envolvem o processo de tornar-se irmão são destacadas no âmbito da pesquisa e clínico. / The present study aimed to examine longitudinally, from pregnancy to the second child’s second year, some indicators of regression and growth in the firstborn. A collective-case study was carried out, in which three firstborn and their parents took part. The data were collected in three different moments: third trimester of pregnancy, at the baby’s twelfth and twenty-first month. The participants were sellected from a larger longitudinal project. A projective test was used in order to acess the children’s point of view whilst the parents’ point of view was examined through an individual semi-structured interview with each parent. Content analysis revealed a predominance of indicators of regression in the firstborn during pregnancy, both from the children’s and the parents’ point of view. When the firstborn was 24 months old, the projective test revealed indicators of both regression and growth, while from the parents’ perspective, there was still predominance of regression. As far as maternal and paternal feelings are concerned, parents reported guilt, concern and fear, provoked by the firstborn’s regression, during pregnancy and when the second child was 24 months old. The parents seem to have accepted these feelings more easily during pregnancy. Even though they seem to have accepted regression when the second child was 24 months old, they also stimulated “adult-like” behaviour in the firstborn. When the firstborn was twenty-four months, parents reported stress, tiredness, uneasiness, impatience in response to regression in the firstborn, and pride, hapiness and surprise in response to growth. The results revealed that regression was used as a means to cope with the context of a sibling’s arrival whereas growth revealed the firstborn’s capacity for new achievements or the costs involved in assuming new responsibilities and the role of an older child. Therefore, both regressive and growth manifestations enabled a healthy to and fro and the possibility of maturation or development towards independence. The research and clinical implications of these findings that involve the process of becoming a sibling are highlighted.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume56.ufrgs.br:10183/26467 |
Date | January 2010 |
Creators | Oliveira, Débora Silva de |
Contributors | Lopes, Rita de Cassia Sobreira |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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