A dismenorreia primária ou menstruação dolorosa na ausência de patologia pélvica é uma condição comum e muitas vezes debilitante considerada uma das queixas mais frequentes no dia-a-dia da clínica ginecológica, afetando entre 45 e 95% das mulheres que menstruam. Não há consenso na literatura sobre os limiares experimentais dessas mulheres. Na dor pélvica crônica, a diminuição dos limiares sensitivo e doloroso estão associados aos quadros de sensibilização central e hiperalgesia, necessitando de tratamento focado nesse quadro sindrômico. Se os limiares dolorosos das mulheres com dismenorreia seguirem um padrão compatível como o encontrado em mulheres com dor pélvica crônica, poderemos melhorar o tratamento dessas pacientes, abordando também as alterações neuroplásticas e do humor. Objetivo primário: Avaliar os limiares experimentais de voluntárias portadoras de dismenorreia primária moderada ou grave. Métodos e Procedimentos: Na entrevista, as participantes foram submetidas a uma avaliação psicométrica com as escalas EVA (escala visual analógica de dor), Questionário de McGill (analisa várias dimensões da dor), Escala de Ansiedade e Depressão para Hospital Geral (HAD), avaliação sócio-demográfica, antropométrica e ainda um questionário relacionado ao ciclo menstrual em geral, abordando ainda questões relacionadas a história familiar, absenteísmo no trabalho ou escola, uso e eficiência medicamentosa, prática e frequência de atividade física, entre outras. Em seguida, foram analisados os limiares sensitivo e doloroso através do aparelho de eletroestimulação nervosa transcutânea TENS e o limiar doloroso por meio de pressão transcutânea, algômetro. Resultados: Participaram do estudo 48 voluntárias divididas em dois grupos: Grupo Estudo, composto por 24 mulheres (com dismenorreia primária moderada ou grave) e o Grupo Controle composto por 24 mulheres (sem dismenorreia ou com dismenorreia primária leve). A mediana do limiar doloroso obtido através da estimulação nervosa transcutânea foi de 10,11mA no grupo de estudo e 11,92mA no grupo controle e na algometria de 1,86kg/cm² e 2,28kg/cm² respectivamente. Entre as mulheres com dismenorreia primária moderada ou grave 70 % relataram que a mãe ou irmã já sofreram ou sofrem de cólicas menstruais, 70 % não praticam nenhum tipo de atividade física, 58,3%possui algum grau de ansiedade pelo HAD e 12,5% de depressão pelo HAD, 87,5% fazem uso de medicação para dor durante o período menstrual e 33,3% faltaram de suas atividades nos últimos três meses devido a dismenorreia. / Primary dysmenorrhea or painful menstruation in the absence of pelvic pathology is a common condition and often debilitating considered one of the most frequent complaints in day-to-day gynecologic practice, affecting between 45 and 95% of menstruating women. There is no consensus in the literature on the experimental thresholds of these women In chronic pelvic pain, decreased sensory and pain thresholds are associated with the frames of central sensitization and hyperalgesia, requiring treatment focused on this syndromic. If the painful threshold of women with dysmenorrhea follow a pattern consistent as found in women with chronic pelvic pain, we can improve the treatment of these patients also addressing the neuroplastic and mood changes. Specific Objective: Evaluate voluntary experimental thresholds with moderate or severe primary dysmenorrhea. Methods and Procedures: In the interview, participants were subjected to psychometric assessment to the VAS scales (visual analog pain scale), McGill Questionnaire (analyzes various dimensions of pain), Anxiety Scale and Depression for General Hospital (HAD), socio-demographic, antropometric assessment and also a questionnaire related to the menstrual cycle in general, adressing issues related to family history, absenteeism at work or school, use and drug efficiency, practice and frequency of physical activity, among others. Then the sensitive and painful thresholds were analyzed through transcutaneous electrical nerve stimulation TENS device and the pain threshold through transcutaneous pressure algometer. Results: The study included 48 volunteers divided into two groups: Study Group, composed of 24 women (with moderate or severe primary dysmenorrhea), the control group composed of 24 women (no or mild dysmenorrhea primary dysmenorrhea). The median pain threshold obtained by transcutaneous nerve stimulation was 10,11mA corresponding to the study group and the control group 11,92mA and algometry of 1,86kg / cm² and 2,28kg / cm² respectively. Among women with moderate or severe primary dysmenorrhea 70 % reported that the mother or sister have suffered or are suffering from menstrual cramps, 70 % do not practice any physical activity, 58.3 % have some degree of anxiety by the HAD and 12.5 % of depression by the HAD, 87.5 % make use of medication for pain during the menstrual period and 33.3 % missed their activities in the last three months because of dysmenorrheal.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-26082016-112528 |
Date | 10 May 2016 |
Creators | Lopes, Karina Narciso |
Contributors | Nogueira, Antonio Alberto |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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