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Doença de Chagas em naturais do estado do Rio de Janeiroaspectos clínico-epidemiológicos, caracterização molecular parasitológica e estudo ecoepidemiológico dos casos autóctones

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Previous issue date: 2016-02-23 / Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil / O estado do Rio de Janeiro nunca foi considerado endêmico para doença de Chagas. Porém, 3,7% dos pacientes acompanhados no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz são naturais do estado do Rio de Janeiro. O objetivo deste trabalho é esclarecer as formas de exposição a Trypanosoma cruzi nos pacientes portadores de doença de Chagas naturais do estado do Rio de Janeiro, bem como identificar as formas de apresentação clínica e suas respectivas progressões. O estudo foi dividido em quatro etapas, sendo as duas primeiras caracterizadas como um delineamento série de casos e as duas últimas como estudos seccionais de campo. Foram estudados 69 pacientes com doença de Chagas naturais do Rio de janeiro no período de 1986 a 2011 (média de 12,5 anos de observação), sendo 67% oriundos de áreas urbanas do estado e 33% de áreas rurais. A transmissão congênita foi a mais frequente, 40% dos casos, seguida daqueles que adquiriram a infecção autóctone de forma natural (22%) e transfusional (15%). Houve predomínio do sexo masculino (67%) e de brancos (56,5%). A média de idade ao diagnóstico foi de 38 anos. A maior parte dos pacientes oriundos das áreas rurais residiu em casas de pau a pique, tinham o hábito de consumir animais silvestres e caldo de cana in natura. O conhecimento de barbeiros foi referido por 19% dos casos. A forma indeterminada foi a mais prevalente (56,5%), seguida da forma cardíaca (42%) e digestiva (10,5%). O bloqueio do ramo direito, o hemibloqueio anterior esquerdo e as extrassístoles ventriculares foram alterações eletrocardiográficas comuns
A hipertensão arterial estava presente em 23,2% e a diabetes mellitus em 7,2%. O tratamento etiológico foi realizado por 35% dos pacientes, sendo que nenhum paciente apresentou negativação sorológica. A progressão para formas clínicas mais graves foi observada em 12% dos pacientes, sendo inferior a 1% ao ano entre os indeterminados. A insuficiência cardíaca congestiva foi a causa de óbito mais comum. Entre os 15 casos autóctones, a maior parte era oriunda de municípios do Norte Fluminense (87%). Além das sorologias positivas, 1 (8,3%) apresentou positividade ao xenodiagnóstico e 4 (36,3%) à PCR, sendo identificada infecção mista pelo genótipo (TcI/TcVI). A forma cardíaca estava presente em 54% dos casos. No estudo seccional de campo foram visitadas 245 propriedades rurais de São Sebastião do Alto e São Fidélis, sendo 84% de paredes de tijolos e 16% de pau a pique. O consumo de animais silvestres foi referido por 78% dos moradores e de caldo de cana por 88%. O conhecimento do barbeiro era comum a 34% dos habitantes, correspondendo a 31% das casas visitadas. Das 404 amostras de sangue coletadas, três revelaram positividade para a doença de Chagas (0,74% de prevalência). Foram capturados 49 triatomíneos da espécie Triatoma vitticeps no intradomicílio e 73% apresentaram positividade para T. cruzi do genótipo I pela PCR multiplex do gene do mini-exon. Trinta e quatro mamíferos silvestres foram capturados e a infecção pelo T. cruzi estava presente em 8,8%, sendo identificado o genótipo I em um roedor da espécie Akodon cursor. Constatou-se dois padrões epidemiológicos da doença de Chagas humana no Rio de Janeiro, um urbano com predomínio de infecções pela via congênita e outro rural com mecanismo de transmissão vetorial
A presença de reservatórios silvestres sinantrópicos, triatomíneos autóctones invadindo os domicílios e o hábito da caça são condições que propiciam o surgimento de casos humanos da doença no Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
State
was never considered
to be a
Chagas disease
endemic area
. H
owever,
3.7% of patients followed
at
the
Evandro Chagas Clinical Research
Institute of the Oswaldo
Cruz Foundation were born at
Rio de Janeiro
State. The aim of this study was
to clarify the
Chagas disease
mode of transmission faced by the patients born at
Rio de Janeiro
State and
their clinical presentation and disease progressions
. The study was perform
ed in
four steps:
characterization of
a
case
se
ries and environmental
studies
. We retrospec
tively identified
69
patients with Chagas d
isease born at Rio de Janeiro followed at our institution between 1986
and
2011
. From those,
67%
lived in
urban areas and 33% i
n rural areas.
Most patients from
rural areas lived in mud and wattle houses and used to consume wild animals’
meat
and drink
fresh sugar cane juice. Most of the patients were
males (67%) and whites (56.5%). The
average age at diagnosis was
38 years
.
Hyper
tension was present in 23.2% and diabetes
mellitus in 7.2%
of the patients
.
Nineteen percent of the patients reported to know

kissing
bugs

.
The most frequent transmission mechanism was congenital (40%), followed by
autochthonous cases (22%) and transfusi
on (15%).
The
most prevalent clinical presentation
was the
indetermi
nate form
(56.5%), followed by cardiac form (42%) and gastrointestinal
(10.5%). The
most common
electrocardiographic changes present in patients with cardiac
form were right bundle branch
block,
left anterior hemiblock and vent
ricular extrasystoles
.
Thirty
-
five percent
of
the
patients
received antitrypanosomal therapy
,
but none of them
presented a
negative serology
afterwards
.
The mean follow
-
up time was 12.5 years.
Disease
progression occurred in
12% of
the
patients,
but the progression rate per year was
less than
1% among patients with the
indeterminate
form. H
eart failure was the most common cause of
death.
Among the 15 autochtho
nous cases, most were born at the
N
o
rth
Region of the Rio de
Janeiro State
(87%)
and 54% them presented cardiac form
. Besides the positive serological
tests for Chagas disease, one (8
.
3%) of them presented a positive
xenodiagnosis and 4
(36.3%)
positive PCR. PCR
identified mi
xed infection
by genotype TcI and TcVI. In the
environment
al study
,
245 dwellings
(84
% of brick wall
ed houses and 16% mud and wattle
houses) were visited in
São Sebastião do Alto and São Fidé
lis. Most of the residents reported
to consu
me
wild animals
’ meat (
78%
)
and sug
ar
cane juice
(
88%
)
.
Thirty
-
four percent of the
inhabitants, which represented 31% of the visited homes, reported to know
“k
issing
bugs

.
The prevalence of positive serology for Chagas disease was 0.74%
among
404 samples
.
Among
49 species of
Triatoma vitti
ceps
captured indoors,
73% were positive for
T. cruzi
I
genotype.
Among 34 wild mammals
captured
,
T. cruzi
infection
wa
s present in 8.8% and
the
genotype I
was identified
in a rodent species
Akodon cursor
. Therefore
,
two epidemiological
patterns of human Chagas disease
were found in Rio de Janeiro: an urban pattern with
predominance of the
congenital
mode transmission
and
a
rural
one
with
a
vector
ial mode
transmission. W
ild reservoirs,
autochthonous
triatomines
inside
households and
hunting
habit
s
are c
onditions that favor the occurren
ce of human
Chagas disease
in Rio de Janeiro

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.arca.fiocruz.br:icict/13183
Date January 2013
CreatorsSangenis, Luiz Henrique Conde
ContributorsSousa, Andréa Silvestre de, Costa, Filipe Aníbal Carvalho, Dias, João Carlos Pinto, Brasil, Pedro Emmanuel Alvarenga Americano do, Gonçalves, Teresa Cristina Monte, Saraiva, Roberto Magalhães, Xavier, Sérgio Salles, Boia, Marcio Neves
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ, instname:Fundação Oswaldo Cruz, instacron:FIOCRUZ
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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