Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2015. / Abordamos, nesta pesquisa, o tema da aprendizagem criativa em contextos de educação não-formal, motivados por questões iniciais tais como: qual o papel de espaços sociais na aprendizagem? Como uma pessoa aprende criativamente em contextos menos estruturados do aprender? Como o aprendizado criativo no contexto não-formal, é “retomado” em outros contextos de vida? Assumimos a educação não-formal, como aquela que ocorre em qualquer atividade educativa organizada fora do sistema formal, em contraposição àquela que ocorre nos contextos formal e informal. Ressaltamos características comumente associadas à educação não-formal, tais como a não obrigatoriedade, a ausência de rotinas de estudo e de instrução sistemática, o apelo ao lúdico, a ausência de métodos avaliativos, a liberdade e autonomia de escolha sobre o que aprender, entre outros. Para a pesquisa, partimos da hipótese interpretativa inicial de que características e processos subjetivos constitutivos da aprendizagem criativa em contextos não-formais guardam especificidades próprias destes contextos. Tínhamos, assim, como objetivo geral: compreender a configuração subjetiva da ação do aprender e formas de expressão da aprendizagem criativa em um contexto de educação não-formal. Adotamos, como arcabouço teórico central, os estudos de Mitjáns Martínez sobre a criatividade como processo da subjetividade humana, e a Teoria da Subjetividade, compreendida sob o enfoque Histórico-Cultural, conforme proposta por González Rey. Como caminho metodológico, com base na Epistemologia Qualitativa realizamos três estudos de caso com participantes de uma ação educativa não-formal, de divulgação científica. Para a construção das informações, utilizamos instrumentos como observação, análise documental, entrevistas, redação, completamento de frases, conversas informais, entre outros. A partir do processo construtivo interpretativo da pesquisa, subscrevemos formulações existentes sobre características e processos subjetivos constitutivos da aprendizagem criativa tais como a personalização da informação, a confrontação com o dado, a geração de ideias, o exercício da condição de sujeito, a aprendizagem que retroalimenta novas aprendizagens, entre outros. Nossas análises, no entanto, nos permitiram revisar a formulação sobre a personalização da informação ampliando-a para a personalização do próprio aprendizado. Permitiram-nos ainda duas novas contribuições: o estudo empírico da expressão singular da subjetividade social na subjetividade individual do aprendiz e a construção teórica sobre personalização da experiência da aprendizagem. Com base nessas elaborações, formulamos a tese de que características e processos subjetivos constitutivos da aprendizagem criativa em contextos não-formais possuem especificidades próprias desses contextos e são marcados pela ênfase na maior autonomia por parte do aprendiz nos processos de seleção do que se aprende e da forma como se aprende. Consideramos que os processos subjetivos constitutivos, por nós elaborados, integram a capacidade autônoma, do aprendiz, de converter a própria experiência em aprendizagem o que se torna um recurso subjetivo, em contextos menos estruturados, como os contextos não-formais. / In this research, we approach the theme of creative learning in non-formal education contexts. Part of our motivation were initial questions such as: what is the role of social spaces in learning? How does a person learn creatively in less structured learning contexts? How does the learnt in non formal contexts “emerge” in other contexts of life? We assume non formal education, the one which occurs in any organized educational activity outside the formal system, as opposed to one which occurs in formal and informal contexts. We stress characteristics commonly associated with non-formal education, such as the non-compulsory aspect, the absence of study routines and systematic instruction, the appeal to the ludic, the absence of evaluation methods, the freedom and autonomy of choice over what to learn, among others. We part from an initial interpretative hypothesis that characteristics and constitutive subjective processes of creative learning in informal contexts keep specificities of such contexts. Our general objective was to understand the subjective configuration of the action of learning as well as forms of expression of creative learning in a non-formal education context. Central to our study were the theoretical studies of Mitjáns Martínez on creativity as a process of human subjectivity, and the Theory of Subjectivity, taken from a Historic-Cultural perspective, as proposed by González Rey. As for the methodological approach, we considered the Qualitative Epistemology conducting three case studies with participants of a non-formal educational activity on science popularization. For the research’s information construction, we used research tools such as observation, document analysis, interviews, writing, completion of sentences, informal conversations, among others. As a result of our research interpretative constructions, we endorse existing formulations on the characteristics and constitutive subjective processes of creative learning, such as the personalization of information, the confrontation with the data, the generation of ideas, the subject condition, the learning that feeds back new learning, among others. Our analysis, however, allowed us to review the conceptualization of the personalization of information extending it to the personalization of the learnt. Our analysis also permitted us two new contributions: the empirical analysis of the singular expression of social subjectivity in the individual subjectivity of the learner, and the theoretical construction of personalization of the learning experience. Based on these elaborations, we formulated the thesis that characteristics and constitutive subjective processes of creative learning in non formal contexts have their own specificities and are marked by a greater emphasis on the autonomy of the learner in the selection processes of what to learn and how to learn. Such processes take into account the capacity of the learner to autonomously convert his/her experience to a learning experience. A capacity the becomes a relevant subjective resource in less structured learning settings, like non-formal contexts.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/18629 |
Date | 29 April 2015 |
Creators | Almeida, Pilar de |
Contributors | Mitjáns Martínez, Albertina |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB |
Rights | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data., info:eu-repo/semantics/openAccess |
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