Orientador: Wilma De Grava Kempinas / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia / Made available in DSpace on 2018-08-22T22:18:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Guerra_MarinaTrevizan_D.pdf: 6009222 bytes, checksum: 1ca90ae1ef82035a0e6930b277dac172 (MD5)
Previous issue date: 2013 / Resumo: Os desreguladores endócrinos são substâncias químicas que podem mimetizar ou antagonizar os hormônios endógenos, alterando o equilíbrio hormonal necessário para o desenvolvimento correto. Sabe-se que a exposição de organismos a agentes hormonalmente ativos durante períodos críticos do desenvolvimento pode levar a alterações permanentes detectadas somente na vida adulta. Em várias espécies animais estes compostos podem atingir o feto via placenta ou a prole, pelo leite materno. Embora pesquisas iniciais tenham focado em estrógenos e antiandrógenos ambientais, a presença de compostos com atividade androgênica tem sido descrita como contaminante em rios e animais destinados a alimentação. Vários estudos demonstraram que a exposição de animais a altos níveis de andrógenos durante o período perinatal pode causar alterações morfológicas, bioquímicas e funcionais permanentes em vários órgãos e sistemas. A exposição perinatal a andrógenos exógenos pode causar masculinização fisiológica e comportamental em fêmeas e levar a alterações reprodutivas em machos. O objetivo deste trabalho foi avaliar os possíveis efeitos da exposição a um agente androgênico sobre o sistema genital e a função reprodutiva de animais expostos durante períodos críticos de desenvolvimento. Para tanto, ratas prenhes foram alocadas em quatro grupos experimentais: controle, que recebeu somente óleo de milho (veículo), e tratados com propionato de testosterona nas doses de 0,05mg/kg, 0,1mg/kg, ou 0,2mg/kg. Os tratamentos foram realizados por via subcutânea, do dia gestacional 12 ao final da lactação. A prole feminina foi avaliada quanto ao número de células germinativas fetais, peso corpóreo e distância anogenital no dia pós-natal 1, número de mamilos, idade de instalação da puberdade, histologia uterina e ovariana, dosagens hormonais, comportamento sexual, fertilidade, níveis de receptores esteroides uterinos através de imunohistoquímica, assim como taxa de proliferação/morte celular uterina e testes uterotróficos. Nos filhotes do sexo masculino foram avaliados, na idade adulta e meia idade, a histologia testicular e epididimária, contagens, morfologia e motilidade espermáticas, dosagens hormonais, comportamento sexual e fertilidade. Os resultados demonstraram que em fêmeas, a exposição perinatal ao propionato de testosterona ocasionou alteração na intensidade de marcação dos receptores esteroides uterinos em todas as doses testadas, diminuição nos índices de proliferação e morte celular no tecido uterino nas doses de 0,1 e 0,2mg/kg e aumentou a predisposição uterina a responder a estímulos estrogênicos na dose de 0,1mg/kg e 0,2mg/kg. Entretanto, estas alterações não foram capazes de prejudicar a diferenciação sexual feminina e a fisiologia normal do sistema genital feminino. Em relação aos filhotes do sexo masculino, a exposição perinatal a andrógenos provocou redução na produção e nas reservas espermáticas na idade adulta, sem, contudo, alterar a fertilidade destes animais após acasalamentos naturais. Podemos concluir que a exposição perinatal a andrógenos, nas doses utilizadas neste experimento, provocou o aparecimento de alterações tardias no sistema genital feminino como modificações nos receptores esteroides uterinos e anormalidade na resposta a estímulos estrogênicos e, no sistema genital masculino, alterações na produção espermática. Estas repercussões, entretanto, não foram capazes de alterar o desempenho geral de fertilidade em ambos os sexos / Abstract: Endocrine disruptors are chemicals that may mimic or antagonize endogenous hormones, altering the critical hormonal balance required for proper health and development. It is well known that exposure of organisms to some hormonally active agents during critical periods of development imprints permanent changes that can be detected later in adulthood. In many animal species these substances reach the fetus via placenta and/or the offspring via the mother's milk. Although first researches have focused on environmental estrogens and antiandrogens, androgenic activity has been described as contaminant in rivers and beef cattle. Previous studies demonstrated that exposure of experimental animals to high levels of androgens during perinatal age causes permanent morphological, biochemical, and functional alterations in several organs and systems. Perinatal exposure of female rodents to exogenous androgens results in both physiological and behavioral masculinization and causes reproductive disruption in male rodents. The aim of this study was to assess the possible effects of an androgenic compound on genital system and reproductive function of animals exposed during critical periods of development. Pregnant female rats were allocated into four experimental groups: control, which received corn oil (vehicle), and treated with testosterone propionate at doses of 0.05mg/kg, 0.1mg/kg and 0.2mg/kg. Treatments were performed subcutaneously, from gestational day 12 until the end of lactation. The female offspring was evaluated for fetal germ cell number, body weight and anogenital distance at post-natal day 1, number of nipples, puberty onset, histology of reproductive organs, hormonal levels, sexual behavior, fertility test, immunohistochemistry of steroid receptors, proliferation/apoptotic index, uterotrophic test and uterine stimulation with estrogens. On male offspring, at adult age and middle-age, histology of testis and epididymis, sperm counts, morphology and motility, hormonal levels, sexual behavior and fertility test were evaluated. Results demonstrated that, in females, the perinatal testosterone propionate exposure caused an alteration in the pattern of uterine steroidal receptors imunostaining in all tested doses, a decreased proliferation/apoptotic index in the uterine tissue at 0.1 and 0.2mg/kg and a greater predisposition from uterus in responding to estrogens stimulation at dose of 0.2mg/kg. However, these alterations were not capable of impairing female sexual differentiation and normal physiology of female genital tract. On male offspring, the perinatal androgenization provoked a reduction in sperm production and reserves at adult age, without altering fertility after natural mating. We can conclude that perinatal exposure to androgens, at doses used in this experiment, provoked the appearance of late alterations in the female genital system as modifications in the uterine steroidal receptors and abnormalities in uterine response to estrogenic stimulation, and in male genital system, as spermatic production impairment. These repercussions, however, were not capable to alter the general fertility performance in both sexes / Doutorado / Biologia Celular / Doutora em Biologia Celular e Estrutural
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/318033 |
Date | 22 August 2018 |
Creators | Guerra, Marina Trevizan, 1985- |
Contributors | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Kempinas, Wilma De Grava, Camargo, João Lauro Viana de, Pinheiro, Patricia Fernanda Felipe, Arena, Arielle Cristina, Gerardin, Daniela Cristina Ceccatto |
Publisher | [s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Estrutural |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | 181 p. : il., application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0027 seconds