O filme Bob Roberts (1992) trata de um pseudo-documentário sobre um cantor de música folk, representante da Nova Direita, que se candidata ao senado pela Pensilvânia em 1990. Ao longo da trama, vemos vários elementos que pontuam o modo como essa nova classe, no seu movimento de reação aos protestos dos anos 60, consegue apropriar-se das retóricas da Esquerda, já pulverizada, para criar um candidato que se caracteriza por ser um rebelde conservador, ao mesmo tempo em que vemos difundida uma ampla confusão ideológica, cujas conseqüências baseiam-se num processo de culturalização da política, que influenciou os indivíduos de Esquerda mais tradicionais, como os sindicalizados, a votarem na Nova Direita, por afinidades morais e culturais. Além disso, podemos identificar outro fator que contribuiu enormemente para esse cenário, que é o uso da mídia, sobretudo a televisiva, como ferramenta fundamental das corridas eleitorais potencializando a dominação da lógica do espetáculo. Nesse sentido, vemos que, na verdade, ela passou a mediar todas as relações sociais ao impor um ponto de vista único: o da mercadoria. Contudo, o filme demonstra que para os artistas progressistas, como seu diretor Tim Robbins, que avançam no uso dos aparatos de produção refuncionalizando-os através da ruptura com as fórmulas da indústria, é possível romper com a lógica do espetáculo e pluralizar os pontos de vista. Além disso, é possível identificarmos que, para Robbins, o movimento fundamental para que essa ruptura aconteça pauta-se pela auto-reflexão do artista a respeito do seu processo produtivo diante do fato de que ele é um trabalhador sem controle dos meios de produção. / Bob Roberts (1992) is a pseudo-documentary on a folk singer, representative of New Right, who is slated for Pennsylvania senator in 1990. Within the plot, there are several elements that expose how that new classs backlash manages to borrow the pulverized left-wing speech in order to build a rebel conservative candidate. Simultaneously, we notice a widespread ideological puzzlement, which leads to a culturalization of Politics that influenced the most traditional left-wing citizens such as trade union members to vote for New Right due to moral and cultural alignment. Besides that, we can notice another factor that substantially contributed to such scenario: the usage of media, mainly the TV, as a fundamental political campaign tool, strengthening the logic of spectacles domination. In fact, we can see that it started to mediate all social relations by imposing a single viewpoint: the merchandise. Nevertheless, the film displays that for progressive artists, such as its director Tim Robbins, who advances in the usage of the production apparatus by refunctioning them through the rupture of the industrys formulas, it is possible to break with the logic of spectacle and therefore pluralize the viewpoints. Finally, we can point out that, for Robbins, the fundamental movement for this rupture to happen is the artists self-reflection on its own productive process since he is a worker who does not have the control of the means of production.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-03112010-151940 |
Date | 15 October 2010 |
Creators | Joyce Graziela Rosa Bento |
Contributors | Marcos Cesar de Paula Soares, Adriana Fernandes Morelli, Daniel Puglia |
Publisher | Universidade de São Paulo, Letras (Estudos Lingüísticos e Literários em Inglês), USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0023 seconds