INTRODUÇÃO: Neisseria meningitidis é uma das principais causas de meningite bacteriana em todo o mundo. No Brasil, a vacina meningocócica conjugada C foi introduzida no calendário básico do Programa Nacional de Imunizações em 2010 para a população abaixo de 2 anos de idade. Este estudo teve como objetivos avaliar a taxa de portadores sadios de meningococo em nasofaringe entre estudantes de medicina através de métodos fenotípicos e genotípicos. Além disso, foram analisados os fatores de risco associados ao estado de portador sadio. MÉTODOS: Trezentos e setenta e cinco (375) estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo foram submetidos à coleta de swabs de nasofaringe, de outubro a novembro de 2010: desta casuística, 190 estudantes foram submetidos à coleta de dois swabs. Os swabs foram encaminhados ao Laboratório de Investigação Médica (LIM) de Bacteriologia para isolamento e caracterização das cepas: o primeiro swab foi submetido a cultivo em meio seletivo, testes bioquímicos e reação em cadeia da polimerase com primers específicos para dois genes de Neisseria meningitidis, ctrA e crgA. O segundo swab foi submetido à extração direta de DNA, sem cultivo prévio. Todas as cepas isoladas foram genogrupadas com primers específicos direcionados aos genogrupos A, B, C, Y e W. RESULTADOS: A prevalência geral de portadores sadios foi 45,6%. A taxa de portadores obtida após cultivo em meio seletivo e testes bioquímicos foi 6,1%. A taxa de colonização resultante da PCR dos produtos de cultivo em meio seletivo foi 15.4%. Destas cepas, a maioria pertencia ao genogrupo B. A partir da extração direta de DNA de 190 amostras clínicas, obtivemos 69,5% de positividade de portadores sadios, sendo o genogrupo C predominante nestas amostras. A PFGE mostrou que todas as cepas isoladas eram policlonais. Não houve relação estatisticamente significativa entre os fatores de risco avaliados e o estado de portador sadio. CONCLUSÕES: Este estudo avaliou a prevalência de portadores sadios em adultos jovens no Brasil antes da introdução da vacina meningocócica C conjugada no calendário vacinal de rotina. A prevalência variou de 6,1% a 69,5% dentre os diferentes métodos utilizados, com uma prevalência geral de 45,6%. Comparando-se os diferentes métodos, os métodos genotípicos mostraram-se superiores na detecção de portadores sadios, especialmente quando o DNA é extraído diretamente da amostra clínica / BACKGROUND: Neisseria meningitidis is one of the leading causes of bacterial meningitis worldwide. In Brazil, the meningococcal C conjugate vaccine was introduced as a part of basic vaccination schedule in the public health system in 2010 to the population under 2 years old. The objectives of this study were to evaluate the rate of asymptomatic carriers of meningococci in the nasopharynx among medical students by phenotypic and genotypic methods. Furthermore, the risk factors for carriage were also analyzed. METHODS: Three hundred seventy-five (375) students from University of São Paulo Medical School underwent nasopharyngeal swab collection from October to November, 2010. From those students, 190 of them underwent collection of two swabs; they were sent to the laboratory for isolation and characterization of strains: the first one were submitted to culture on solid plates with selective medium, biochemical tests, and Polymerase Chain Reaction (PCR) with specific primers for two genes of Neisseria meningitidis, ctrA and crgA. From the second swab, direct DNA extraction to PCR reactions were performed, with no previous culture. All strains isolated were genogrouped with specific primers targeting A, B, C, Y and W groups. RESULTS: The overall carriage rate was 45,6%. Carriage rate by culture on solid plates and biochemical tests was 6.1%. The rate obtained from PCR targeting genes ctrA and crgA of colony growth on selective medium was 15.4%. From those strains, the majority belongs to genogroup B. With direct extraction of DNA from 190 clinical samples, we obtained a positivity of 69.5% of meningococcal carriage, and the genogroup C was the main genogroup from those samples. The PFGE showed that the samples were polyclonal. CONCLUSIONS: This study has evaluated the rate of asymptomatic carriers in young people in Brazil before the vaccine introduction in the vaccine routine schedule of infants. The prevalence of nasopharyngeal carriage by meningoccoci among medical students was 6.1% for the phenotypic method, 15.4% by PCR after growth in selective medium and 69.5% by PCR from DNA extracted from clinical samples. In the comparison of the phenotypic and genotypic methods, it was observed that genotypic are superior to phenotypic methods, especially when direct DNA extraction from clinical specimen is performed
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-14082018-092541 |
Date | 23 May 2018 |
Creators | Luiz, André Machado |
Contributors | Lopes, Marta Heloisa |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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