Este estudo parte das inquietações vividas pela autora a partir da experiência na modalidade de prática psicológica do Psicodiagnóstico Colaborativo com pais e crianças em grupo, numa perspectiva fenomenológica existencial. Objetiva compreender a experiência de grupo de pais em tal modalidade de prática psicológica. Sua base fenomenal reside em quatro relatos de experiências de pais que vivenciaram o atendimento em grupo no processo do Psicodiagnóstico Colaborativo realizado na clínica-escola da Universidade Católica de
Pernambuco UNICAP, entre 2010 e 2011. Como acesso à experiência dos sujeitos colaboradores lançou-se mão da entrevista narrativa. Enquanto instrumento, a entrevista
narrativa se fundamenta na ideia do narrador de Walter Benjamim (1994) que, ao articular narrativa e experiência, possibilita ao narrador (participante) elaborar e transmitir suas
experiências acerca da temática pesquisada. Outro instrumento utilizado foi o Diário de Bordo (ou Diário de Campo), que se constitui da narrativa-escrita dos sentimentos e impressões vivenciadas pelo pesquisador nos atendimentos aos clientes. A análise das narrativas fundamentou-se na proposta da filosofia hermenêutica de Gadamer considerada
como uma das epistemologias privilegiadas para pesquisa qualitativa. O diálogo, a conversação entre psicólogo e clientes e entre clientes, dispostos a se colocarem nesse jogo
compreensivo, possibilitou a ampliação da queixa trazida como motivo da consulta, permitindo a explicitação e a apropriação da demanda via a fusão de horizontes dos sujeitos
colaboradores. A situação de grupo de pais no Psicodiagnóstico Colaborativo, num primeiro momento, possibilitou a apropriação e expressão da disposição afetiva de medo e resistência diante de uma situação não conhecida. A vivência da experiência grupal afetou cada um e permitiu outro modo de estar e sentir a situação de grupo, a qual passou a ser percebida como acolhedora e facilitadora da expressão dos sofrimentos e sentimentos. Tal movimento possibilitou, aos participantes, compreender a demanda manifesta, permitindo uma apropriação dos seus sentimentos com a tematização de outras possibilidades compreensivas aliadas ao movimento de abrir-se para o outro, ao mesmo tempo em que permitiu um não centrar-se em seus problemas, considerados, inicialmente, como únicos. Por último, destaca-se a narrativa das experiências como facilitadora da apropriação do modo como cada um cuidava de si e dos outros no caso, da família. Percebeu-se que, a apropriação da vivência afetiva e singular da experiência, pode colocar em movimento outros modos de estar e se relacionar com o mundo e com os outros mais próprios, menos gerenciados pelo público. / This study arises from the authors concerns lived within the experience of psychological practice with groups of parents and children in collaborative psychodiagnostic, in a
phenomenological existential perspective. It aims to understand the experience of parents in a group with that modality of psychological practice. Its phenomenal basis is grounded in four reports of parents who have experienced group care in the process of Collaborative Psychodiagnostic carried out in Pernambucos Catholic University clinic-school between 2010 and 2012. To access such experience, subjects-collaborators were submitted to a narrative interview. As an instrument, the narrative interview is based on the narrator idea by Walter Benjamim (1994) which, articulating narrative and experience, allows the narrator
(participant) to elaborate and pass on experiences regarding the investigated theme. Another instrument was a logbook (a field journal), which is constituted by written narratives of
feeling and impressions lived by the researcher in listening to its clients. Analysis was centered in Gadamers hermeneutic philosophy, considered to be one the privileged epistemologies in qualitative research. The dialog, the conversations among psychologist and clients and also among clients, who were open to put themselves in such a comprehensive dynamic, allowed the complaint to be broaden, which led to the demands elicitation and appropriation by merging collaborators horizons. At first, the parents group situation in collaborative psychodiagnostic enabled the appropriation and expression of affective dispositions of fear and resistance face to an unknown condition. Living a group experience has affected each participant leading them to another way of being in and feeling the group situation, which was then perceived as welcoming and facilitator for the expression of sufferings and feelings. Such motion provided participants to understand manifested complaint, enabling their feelings to be appropriated with the thematization of other comprehensive possibilities, allied to the movement of openness towards the other, at the same time that allowed the decentralization in each ones problems, previously considered as unique. At last, the narrative of experiences is highlighted as a facilitator for the appropriation of the way in which participants took care of themselves and of others in this case, their families. It was noticed that the appropriation of an affective and singular experience could put in motion other ways of being and relating with the world and with others, ways of their own, less orientated by the public.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:unicap.br:588 |
Date | 05 April 2013 |
Creators | Andréa Cristina Tavelin Biselli |
Contributors | Carmem Lúcia Brito Tavares Barreto, Cristina Maria de Souza Brito Dias, Heloisa Szymanski |
Publisher | Universidade Católica de Pernambuco, Doutorado em Psicologia Clínica, UNICAP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNICAP, instname:Universidade Católica de Pernambuco, instacron:UNICAP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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