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Efeitos Cardiovasculares da anestesia local com vasoconstritor durante exodontia convencional em coronariopatas / Cardiovascular effects of local anesthesia with vasoconstrictor agents during conventional dental extractions in patients with coronary artery disease

Os pacientes portadores de afecções ateroscleróticas das artérias coronárias, que necessitam tratamento odontológico sob anestesia local com vasoconstritor, constituem um grupo especial de manejo por múltiplos aspectos. Trata-se de doença que pode apresentar, nestas circunstâncias, complicações com potencial de gravidade como: arritmias, angina instável e até mesmo infarto agudo do miocárdio. O cirurgião-dentista diante destes riscos deve conhecer as soluções anestésicas, bem como as interações medicamentosas e eventuais repercussões cardiovasculares. Objetivos: avaliar a ocorrência das seguintes variáveis detectoras de isquemia miocárdica durante ou após o tratamento odontológico:1) alterações do segmento ST avaliadas pelo sistema Holter; hipocontratilidade do ventrículo esquerdo pela Doppler-ecocardiografia e elevação dos marcadores bioquímicos; 2) precordialgia, arritmias e insuficiência mitral. Métodos: Os pacientes coronariopatas eram submetidos à exodontia sob anestesia local com ou sem vasoconstritor, divididos em dois grupos (sorteio por envelope). Em todos praticava-se monitoração eletrocardiográfica com Holter por 24 horas; Doppler-ecocardiograma antes e após intervenção odontológica e dosavam-se os marcadores bioquímicos antes e 24 horas após a exodontia (CKMB massa, CKMB atividade e troponina T). Aferia-se, também, a freqüência cardíaca e a pressão arterial nas fases pré, pós-anestesia e pós-exodontia. A Doppler-ecocardiografia avaliava a contratilidade segmentar do ventrículo esquerdo e a eventual ocorrência de insuficiência mitral. Resultados: 54 pacientes com doença coronária comprovada por cinecoronariografia e com indicação de extração dentária foram incluídos no estudo, no período de maio de 2004 a maio de 2005. Os casos foram divididos em dois grupos: grupo I com 27 pacientes tratados sob anestesia local com vasoconstritor e grupo II, 27 casos sem vasoconstritor. A média das idades no grupo I foi 58 (DP 7,98) anos e no grupo II de 55 anos (DP 8,57); 59,3 por cento eram do sexo masculino no grupo I e 66,7 por cento no grupo II; 66,6 por cento apresentaram infarto do miocárdio prévio com ou sem supradesnivelamento do segmento ST no grupo I e 77,7 por cento no grupo II. No grupo I a média de dentes extraídos foi de 1,6 dentes por paciente (DP 0,96) e 1,8 dentes por paciente (DP 1,21) no grupo II e a média de tubetes anestésicos por paciente no grupo I foi 1,5 tubetes (DP 0,87) e 1,8 tubetes (DP 0,79) no grupo II. Três pacientes do grupo I apresentaram depressão do segmento ST (1,0 mm), durante a aplicação da anestesia, e em nenhum deles verificou-se presença de isquemia avaliada pelos outros métodos; dois outros pacientes do mesmo grupo I tiveram elevação da CKMB massa. No estudo não se observou ocorrência ou agravamento de hipocontratilidade segmentar do ventrículo esquerdo, precordialgia, arritmias ou insuficiência mitral. Conclusão: Exodontia praticada sob uso de anestesia com epinefrina 1:100.000 não implica em riscos isquêmicos adicionais, uma vez que realizada com boa técnica anestésica e manutenção do tratamento farmacológico prescrito pelo cardiologista / Background: Patients with coronary artery disease, needing odontological treatment under local anesthesia with vasoconstrictor agents, comprised a special group to manage because of multiple aspects. In this situation, cardiovascular disease can be presented with serious complications, such as: arrhythmias, unstable angina and even acute myocardial infarction. The dental practioner facing these controversies must know the anesthesical solutions, drug interactions and possible cardiovascular repercussions. Objectives: To evaluate the occurrence of myocardial ischemic parameters during or after the odontological treatment such as: 1) ST-segment changes evaluated by Holter system, left ventricular hypocontractility by Doppler-echocardiography and serium biomarkers elevation; 2) angina pectoris, arrhythmias and mitral insufficiency. Methods: The coronary patients were submitted to dental extractions under local anesthesia with or without vasoconstrictor and were divided into two groups according to randomization. All patients were monitor with Holter throughout 24 hours; Doppler-echocardiograms were done before and after odontological interventions and the biochemical markers were measured before and 24 hours after the dental extractions (CKMB mass, CKMB activity and Troponin T). Besides that, cardiac rate and blood pressure were also measured pre and post-anesthesia and post-dental extractions. The Doppler-echocardiograms were done to evaluate the left ventricular contractility and possible mitral insufficiency. Results: Between May 2004 and May 2005, fifty-four patients with coronary artery disease and with indication for dental extraction were included in this study. Patients were equally divided into two groups: 27 patients treated with local anesthesia with vasoconstrictor (group I) and 27 patients without vasoconstrictor (group II). The mean age of group I was 58 years old (SD 7.98) and of group 2 was 55 years old (SD 8.57); male gender was 59.3 per cent in group I and 66.7 per cent in group II; 66.6 per cent had previous myocardial infarction with or without ST elevation in group I and 77.7 per cent in group II. In group I the mean dental extraction was 1.6 teeth per patient (SD 0.96) and 1.8 teeth per patient (SD 1.21) in group II. The mean number of anesthesic tubes per patient were 1.5 tubes (SD 0.87) and 1.8 tubes (SD 0.79) for groups I and II, respectively. Three patients from group I had ST-segment depression (1.0 mm) during the anesthesia application, and in none of these patients were observed any other ischemic method. Two other patients from group I had CKMB mass elevation. In none of the patients was observed left ventricular hypocontractility, angina pectoris, arrhythmias or mitral insufficiency. Conclusions: The dental extraction performed under the use of anesthesia with epinephrine 1:100,000 do not cause additional ischemical risks, since it is done with good anesthesical technique and maintenance of the pharmacological treatment prescribed by the cardiologist

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-23092011-134918
Date07 December 2005
CreatorsConrado, Valéria Cristina Leão de Souza
ContributorsAndrade, Januario de
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeDissertação de Mestrado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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