O inimigo interno foi uma figura central na cena social e Política da América Latina na segunda metade do século XX. Ele se apresentou como a razão de uma necessária mudança no Sistema político e econômico de muitos países, um objeto cuja busca requereu a adaptação das instituições e, mais em geral, uma série de mudanças estruturais nas sociedades latino -americanas. Para o Brasil, como também para outros países, este objeto que apareceu nos anos sessenta - setenta tão claro e sólido não surgius, depois da Segunda Guerra Mundial, com o advento da Guerra Fria. Pode dizer - se que a preocupação com o perigo relacionado com um inimigo posicionado dentro do próprio território, já estava presente nos Governos populistas dos anos 30, se não antes. Isto não quer dizer que o “inimigo interno” dos anos 30 ou anteriores, corresponderia ao inimigo interno que vai ser o protagonista dos anos 60 e 70; mesmo encontrando semelhanças, eles envolvem diferentes lógicas de aparição. Estas diferenças salientam, portanto, a necessidade de, uma vez escolhido como objeto o inimigo, indagar sobre alguns temas, de entre os quais a relação entre a Instituição Militar e o Estado, entre o “mundo” militar e o mundo civil, bem como o conceito de segurança e o seu uso, mantendo bem claro que qualquer uma destas construções é histórica (sujeita, portanto, as mudanças do tempo) e que ganha seu sentido somente se posta em relação com as outras.
Identifer | oai:union.ndltd.org:bl.uk/oai:ethos.bl.uk:757359 |
Date | January 2017 |
Creators | Grossi, Miriam |
Publisher | University of Nottingham |
Source Sets | Ethos UK |
Detected Language | Portuguese |
Type | Electronic Thesis or Dissertation |
Source | http://eprints.nottingham.ac.uk/47643/ |
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