Diversas espécies de Passifloras já foram estudadas visando as atividades ansiolítica, anti-inflamatória e cicatrizante com ênfase para P. alata Curtis e P. edulis Sims. Entretanto, não se encontraram estudos farmacológicos envolvendo P. setacea D.C e P. tenuifila Killip; os estudos referentes a estas duas espécies restringem-se ao campo agronômico e fitoquímico. No presente trabalho foram estudadas a eficácia e segurança destas duas espécies de Passiflora, provenientes do Cerrado. Avaliou-se a atividade antiúlcera aguda, utilizando o modelo de indução por etanol acidificado. P. setacea apresentou áreas relativas de lesão de 11,64%, 2,39%**, 0,43%**, respectivamente, para as doses de 100 mg/kg, 200 mg/kg, 400 mg/kg e P. tenuifila, de 16,44%, 12,42%, 10,84 , para as doses de 100 mg/kg, 200 mg/kg, 400 mg/kg (** p≤0,01 em relação ao controle negativo, ANOVA seguida de Tukey). Como P. setacea foi a espécie que apresentou melhores resultados no ensaio antiúlcera agudo, ela foi eleita para dar continuidade aos demais ensaios. O teor de flavonoides presentes no extrato bruto de P. setacea foi de 3,10 mg por g de extrato, através da metodologia do AlCl3. A quantificação de compostos polifenólicos totais presentes no extrato de P. setacea foi realizada utilizando o método do reagente de Folin-Dennis e obteve-se 27,05 mg de compostos polifenólicos por grama de extrato. Avaliou-se a atividade antioxidante do extrato bruto de P.setacea pelo método do DPPH radical, utilizando Trolox® como substância de referência, obteve-se 11,65 µmol de Trolox® por grama de extrato. Determinou-se o perfil cromatográfico do extrato de P. setacea, através de cromatografia líquida de alta eficiência. O cromatograma apontou a presença de compostos flavonoídicos. Avaliou-se potencial mutagênico do extrato bruto de P. setacea segundo o teste de Ames, e não se observaram-se sinais de mutagenicidade. A atividade anti Helicobacter pylori foi avaliada em modelo in vitro e obteve-se concentração inibitória mínima de 250 µg/mL. A toxicidade do extrato de P. setacea também foi avaliada, através de ensaios agudo e sub-agudo. No ensaio agudo utilizou-se o modelo de administração de dose única de 2000mg/kg por animal e observação por 14 dias de sinais e sintomas que indicassem uma possível intoxicação, durante e ao final do experimento. Ao se necropsiar os animais, não se notou nenhum sinal que apontasse para toxicidade nos animais. No ensaio de toxicidade subaguda, utilizou-se o modelo de administração reiterada do extrato de P. setacea aos animais por 28 dias em três doses (1200, 800 e 400mg/kg) e um grupo controle (água). Durante o experimento não se observou nenhum indício de intoxicação nos animais. Ao final do experimento houve coleta de sangue e posterior necropsia para coleta de órgãos. Nas análises hematológicas e bioquímicas, não se observou diferença significativa entre os grupos que receberam extrato e o grupo controle. Em relação aos órgãos coletados, macroscopicamente não se observou diferença entre os grupos tratados e controle. Conclui-se que P. setacea apresenta atividade antiúlcera bastante promissora em ratos, atividade antioxidante, que pode ser devida à presença de flavonoides e compostos polifenólicos. Apresenta atividade anti H. pylori in vitro e não apresenta toxicidade, nem potencial de mutagenicidade in vitro. / Several species of Passiflora have been tested to anxiolytic activity, anti-inflammatory and healing, mainly with emphasis on P. alata Curtis and P. edulis Sims. However, there are pharmacological studies involving P. setacea D.C and P. tenuifila Killip. Studies based on these two species are restricted to agronomic and phytochemical field. In the present work, we evaluate the efficacy and safety of these two species of Passiflora, that are native from Cerrado. We evaluated the acute anti-ulcer activity, using acidified ethanol induction model. P. setacea presented relative lesion areas of injury 11.64%, 2.39% ** and ** 0.43%, respectively, at doses of 100 mg/kg, 200 mg/kg, 400 mg/kg and for P .tenuifila, 16.44%, 12.42%, 10.84%, respectively, at doses of 100mg / kg, 200mg / kg, 400mg / kg (** p ≤0,01 compared to negative control, ANOVA followed by Tukey). As P. setacea was the species that showed better results in acute anti-ulcer test, it was elected to be used on the continue to the other tests. The flavonoid content in the crude extract was 3,10 mg per g of P. setacea extract using AlCl3 method. Total polyphenolic content was determined by Folin Dennis method yelding 27.05 mg of phenolics per g of dried extract. Antioxidant activity of the crude extract was evaluated by DPPH radical method, using Trolox as reference, each g of crude extract equivalated of 11.65 µg of Trolox. P. setacea chromatographic profile was determined using High Performance Liquid Chromatography. The chromatogram showed the presence of flavonoid compounds. Mutagenic potential of P. setacea crude extract was evaluated using Ames test. No signs of mutagenicity were observed. Anti Helicobacter pylori activity was evaluated in vitro model and yelding Minimum Inhibitory Concentration of 250 µg / ml. Toxicity of P. setacea extract was also evaluated through acute and sub-acute tests. Acute test was performed using a single dose of 2000 mg/kg orally given to each animal. Toxicity signs and symptoms were recorded for 14 days, during and after the experiment. After necropsy, no toxicity signs were shown. Subacute test was performed using the repeated doses model. P. setacea extract was orally given to animals for 28 days in three doses, control received water. No toxicity signs were shown during the experiment. At the endpoint, blood was collected and necropsy was performed to collect the organs. No significant difference was observed between test and control regarding hematological and biochemical analysis In conclusion, P. setacea shows promising antiulcer activity in rats. Also, its antioxidant activity may be related to the presence of flavonoids and phenolics. Additionally, it presented anti H. pylori activity in vitro and did not show toxicity, neither mutagenic potential in vitro.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-12062015-154443 |
Date | 25 February 2015 |
Creators | Vetore Neto, Alberto |
Contributors | Bacchi, Elfriede Marianne |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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